Seja Bem Vindo

Nós da Gráfica e Editora Cristã agradecemos a sua visita, e que Deus venha abênçoar a sua vida sempre.



REVISTA DA ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL

Revista Evangelho da Paz, Publicada pela Editora Gráfica Cristã das Igrejas Estrela da Vida




Você precisa saber!


Com o intuito de ganhar tempo e espaço, no decorrer desta revista utilizamos algumas siglas. Uma sigla é uma abreviatura de um título ou denominação, sendo geralmente composta pelas letras iniciais das palavras que compõe este título ou denominação, como por exemplo, a sigla ARC, que remete ao título Almeida Revista e Corrigida, que é uma das versões da Bíblia em português publicada pela Sociedade Bíblica do Brasil (que também é representada por uma sigla: SBB). Também são usadas com freqüência as siglas AT (para o Antigo Testamento) e NT (para o Novo Testamento).

Nesta revista é comum você encontrar citações bíblicas e versículos bíblicos transcritos. Com a finalidade de destacá-los, as referências bíblicas aparecem sempre em negrito e os versículos estão escritos na cor vermelho-escuro.

Na Revista Evangelho da Paz, optamos por usar a versão ARA – Almeida Revista e Atualizada – publicada pela SBB, por ser ela uma versão de grande aceitação entre o público brasileiro e de mais fácil compreensão para o leitor. A versão ARA também apresenta menos erros de tradução em alguns casos, sendo, portanto, mais fiel aos originais que a sua precursora - a ARC (Almeida Revista e Corrigida).

Assim, desejamos que as lições desta revista possam ser uma benção para você, amado leitor. É para você que este trabalho foi carinhosamente preparado! Permita que o Senhor fale ao seu coração através desta singela obra. Amém! Ótima leitura para você!



LIÇÃO 1

_______________BÍBLIA – O LIVRO INCOMPARÁVEL______________



TEXTO BÍBLICO CENTRAL

“Oh! Quanto amo a tua lei! É a minha meditação em todo o dia!”

Salmo 119.97



____________________________VERDADE PRÁTICA__________________________

Em toda a História da humanidade jamais se produziu e nem se produzirá um livro que se iguale à Bíblia Sagrada. Ela é sumamente incomparável, uma fonte permanente de bênçãos para todos aqueles que a amam, debruçando-se avidamente sobre ela.

Não há dúvidas de que a Bíblia Sagrada, o Livro dos livros, impactou e continua impactando profundamente milhões de pessoas no mundo inteiro, as quais têm sido abençoadas pelo maravilho tesouro que é a Palavra escrita de Deus – a Bíblia.

De fato, ela é por essas e outras razões, o Livro incomparável!





_______________________LEITURA BÍBLICA EM CLASSE______________________

Salmo 119.4-11



4 – Tu ordenaste os teus mandamentos,

para que os cumpramos à risca.

5 – Tomara sejam firmes os meus passos,

para que eu observe os teus preceitos.

6 – Então, não terei de que me envergonhar, quando considerar em todos os teus mandamentos.

7 – Render-te-ei graças com integridade de coração, quando tiver aprendido os teus retos juízos.

8 – Cumprirei os teus decretos; não me desampares jamais.

9 – De que maneira poderá o jovem guardar puro o seu caminho? Observando-o segundo a tua palavra.

10 – De todo o coração te busquei; não me deixes fugir aos teus mandamentos.

11 – Guardo no coração as tuas palavras, para não pecar contra ti.





_____________________________LEITURA DIÁRIA___________________________





1. Segunda – Dt 32.2 – A Palavra de Deus é abundante

2. Terça – Sl 119.2 – Observando a Palavra de Deus para guardar puro o nosso caminho

3. Quarta – Sl 119.140 – A Palavra de Deus é pura

4. Quinta – Sl 18.30 – A Palavra de Deus é fiel

5. Sexta – Is 40.8 – A Palavra de Deus é eterna

6. Sábado – Mt 24.35 – A Palavra de Deus não cai por terra!







COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO

Como são belas as palavras do salmista no texto bíblico central, expressando o seu amor para com a Palavra de Deus. Devemos observar que a palavra “Lei”, como aparece em toda a extensão do Salmo 119, é uma referência à Palavra de Deus. O autor deste belíssimo cântico deixou-nos um exemplo maravilhoso de amor e dedicação à Palavra de Deus. Ela é, de fato, excelente, incomparável, insubstituível, suficiente para o crente em matéria de fé e prática. Tem você, estimado irmão em Cristo, amado a Bíblia Sagrada? É com essa pergunta que gostaria que você iniciasse mais um trimestre de estudos bíblicos na Escola Dominical. Permita que o Espírito Santo, através desta revista, renove em seu coração o amor à Bíblia Sagrada, o Livro que atravessou os séculos, chegando até nós tão atual como o era quando de sua escrita!

I – A BÍBLIA

1 – O vocábulo Bíblia

Pode parecer estranho, mas o termo “Bíblia” não se encontra no texto das Sagradas Escrituras. A palavra “Bíblia” é de origem grega e significa “livros”. É que os gregos chamavam de biblos uma folha pequena de papiro; um rolo pequeno de papiro eles chamavam biblion, e vários rolos pequenos de papiro eram chamados de bíblia. Assim, podemos dizer que o leitor, quando leva sua Bíblia Sagrada para qualquer lugar, está, na verdade, transportando uma mini-coleção de livros pequenos. A maioria dos estudiosos concorda que o primeiro a aplicar o termo “Bíblia” às Sagradas Escrituras foi João Crisóstomo, patriarca de Constantinopla, no século IV.



2 – A Bíblia é a Palavra de Deus

Há estudiosos afirmando que a Bíblia não é a Palavra de Deus, mas que ela apenas contém a Palavra de Deus. Ora, estimado leitor, isso é uma grande incoerência! Quem de nós poderia dizer o que é e o que não é a Palavra de Deus na Bíblia, se for assim como esses estudiosos dizem? A Bíblia, como veremos adiante, reivindica para si mesma a autoridade como Palavra de Deus – Leia agora mesmo o que Paulo declara em 2 Timóteo 3.16. Muitas vezes os crentes cometemos erros até grosseiros, sem nos darmos conta disso, como por exemplo, afirmar que a Bíblia aberta é a Palavra de Deus, mas fechada é um livro qualquer. Isso é um grande erro! Aberta ou fechada, empoeirada ou não, usada diariamente ou esquecida em cima de uma estante, nova ou envelhecida..., seja como for, a Bíblia é e sempre será a infalível, inerrante e inspirada Palavra de Deus! Importa sim que nós nos dediquemos a lê-la e estudá-la.

II – BÍBLIA – O LIVRO INCOMPARÁVEL

As palavras de Victor Hugo, escritor francês, expressam muito bem o fato de que a Bíblia é, de fato, o Livro incomparável, o Livro dos livros: “Há um livro que, desde a primeira letra até a última, é uma emanação superior; um livro que contém toda a sabedoria divina, um livro que a sabedoria dos po¬vos chamou de Bíblia. Espalhai evangelhos em cada aldeia: uma Bíblia em cada casa!” Não há dúvidas de que a Bíblia exerce um papel transformador na vida daqueles que se dedicam a amá-la e estudá-la diligentemente, fazendo dela seu manual de vida. Nesta lição, conheceremos alguns aspectos da Bíblia Sagrada que a torna singular entre tantos milhões de livros.



1 – A Bíblia e a sua origem

É preciso dizer logo de início que é justamente este fato que torna a Bíblia única: a sua origem divina, ou seja, ela é procedente de Deus. A Bíblia é inspirada por Deus, pois Ele é o seu Autor. Podemos verificar a origem divina da Bíblia quando observamos fatores internos e externos relativos a ela. O que quero dizer com “fatores internos” e “fatores externos”? Refiro-me às evidências inquestionáveis que são encontradas no próprio texto da Bíblia Sagrada, como a inspiração divina que repousa sobre ela (isto é um fator interno) e também outros fatores, como os testemunhos dos chamados Pais da Igreja, o testemunho de grandes homens de Deus da Igreja através dos séculos e ainda os efeitos benéficos que a Bíblia exerce sobre pessoas e até nações inteiras (esses são fatores externos)! É preciso dizer também que, como crentes em Jesus, não estamos impedidos por Deus de examinar evidências que corroborem nossas convicções quanto a Bíblia Sagrada – daí eu mencionar aqui algumas dessas evidências. Todavia, para o crente, o maior testemunho em favor da origem divina da Bíblia é o do Espírito Santo que testifica em seu coração quanto à esta verdade. Na Bíblia, o Espírito de Deus nos guia na imutável verdade da Palavra de Deus, cumprindo assim na vida da Igreja a intercessão do Mestre Jesus, em João 17.17: “Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade”.

A própria Bíblia Sagrada reivindica para si a sua inspiração divina. Nela encontramos não menos que 2.800 vezes a expressão “Assim diz o Senhor...”, e mais 1.000 expressões equivalentes, o que indica que o texto bíblico foi inspirado pelo Senhor. Podemos dizer mui apropriadamente que esta expressão (“Assim diz o Senhor”) é como um carimbo que autentica a Bíblia como divinamente inspirada, ou seja, ela procede de Deus. São várias as provas da inspiração divina da Bíblia, dentre elas, menciono o fato de que Jesus aprovou a Bíblia como sendo autoridade inquestionável, procedente do Pai. Os fariseus davam à tradição escrita (que constava no Mishna e no Talmude) a mesma autoridade do AT, atitude esta que foi severamente condenada pelo Senhor Jesus, haja vista que os fariseus acabaram por abandonar as Escrituras do AT para seguirem suas próprias tradições (cf. Mc 7.1-13). Vemos no sermão do monte um claro exemplo de como muitas vezes a tradição substituía o AT, quando Jesus diz: “Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo. Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem” (Mt 5.43,44). A impressão que podemos ter ao ler tal texto é de que Jesus invalidou uma ordem do AT quando diz: “Eu, porém, vos digo...”. Mas na verdade, Jesus não está se referindo aqui ao AT, mas sim ao ensino torcido dos fariseus, que interpretavam incorretamente os textos veterotestamentários. Em lugar algum do AT você encontrará um versículo com essas palavras: “Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo”.

Dois versículos relevantes do NT devem ser citados aqui como prova de que Jesus aprovou todo o AT, que era a Bíblia da época, haja vista que o NT haveria de ser escrito anos mais tarde. Em Lucas 24.27 e 44 encontramos expressa a aprovação de Jesus para todo o AT, pois a expressão “Lei de Moisés, Profetas e Salmos” era a forma como estava dividida as Escrituras do AT, de Gênesis à Malaquias, só que numa sequência diferente – aliás, até hoje a Bíblia hebraica está assim dividida. Também em João 5.39 o Senhor Jesus testifica quanto ao fato de que o AT apontava para Ele, ou seja, em Jesus cumpriram-se muitas profecias referentes ao Messias esperado, embora os judeus não reconhecessem isso por dureza de coração.

Mas, e quanto ao NT, deve estar se perguntando o amado leitor? Jesus, por antecipação demonstrou sua aprovação para o NT quando disse as seguintes palavras aos apóstolos: “Quando vier, porém, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará as coisas que hão de vir” (Jo 16.13). Jesus já estava prometendo aos apóstolos que o Espírito Santo os guiaria em toda a verdade, levando-os a transmiti-la com integridade. Também em 2 Pedro 3.16 temos outra comprovação da inspiração divina do NT, quando o apóstolo Pedro coloca os escritos de Paulo no mesmo nível das demais Escrituras do AT. Outro formidável exemplo temos em 1 Timóteo 5.18, onde lemos assim: “Pois a Escritura declara: Não amordaces o boi, quando pisa o trigo. E ainda: O trabalhador é digno do seu salário”. Na primeira parte do versículo, Paulo está de fato citando o AT, mas na segunda (“O trabalhador é digno do seu salário”) ele está na verdade citando um versículo de Lucas (10.7). Ele coloca as Escrituras do NT em pé de igualdade com as do AT. Não resta dúvida, portanto, de que toda a Bíblia é por Deus inspirada, como declara Paulo em 2 Timóteo 3.16: “Toda a Escritura é inspirada por Deus...”.



2 – A Bíblia e a sua unidade

Este também é outro fator que faz da Bíblia o Livro incomparável. Na verdade, dizer como a Bíblia chegou em nossas mãos na forma como se encontra, tendo os seus 66 livros reunidos num só volume, é praticamente impossível. Não se sabe ao certo como se deu isto. É claro, temos algumas informações a esse respeito, mas dizer com total precisão é impossível. Vemos nisso um milagre de Deus, dando à humanidade este presente inestimável. Todos os 66 livros da Bíblia Sagrada demoraram aproximadamente 1.600 anos para serem escritos. Na maioria dos casos, os escritores não se conheceram, pois viveram em lugares distantes de três continentes. Em alguns casos, um começava um assunto e outro o terminava séculos mais tarde. Os escritores bíblicos, em número aproximado de 40, viveram não só em épocas e lugares diferentes, mas também em condições as mais diversas. Alguns livros foram escritos na cidade, outros no deserto e no campo, outros em tranquilidade e outros em tempos de crise. Há livros que expressam grande preocupação, como a carta de Paulo aos Gálatas, ao passo que a de Filipenses, também escrita por Paulo, expressa grande alegria. Podemos dizer com segurança que nunca houve uniformidade na escrita dos livros bíblicos. Agora, imagine o querido leitor se solicitássemos os 40 maiores escritores do mundo, separando-os em lugares e condições diferentes, pedindo que cada um deles escrevesse um livro, e depois reuníssemos todo esse material num só volume. Teríamos, sem dúvida alguma, uma verdadeira Babel!!! Encontramos na Bíblia uma unidade perfeita, uma uniformidade de pensamento e doutrina. Somente uma explicação pode ser dada para tal fato: uma Única Pessoa guiava os escritores na produção dos livros bíblicos: Deus! Ele é o Autor da Bíblia Sagrada. Embora tenham sido vários os escritores, o Autor é Único!



III – A BÍBLIA E O EFEITO BENÉFICO QUE ELA EXERCE SOBRE PESSOAS E NAÇÕES

Não restam dúvidas de que nenhum outro livro no mundo influenciou tanto pessoas, culturas e até nações como a Bíblia Sagrada. Essa influência exercida pela Palavra de Deus é sempre muito benéfica. A Bíblia é tal qual uma fonte que jamais seca, jamais esgota, onde todos aqueles que nela bebem são por Deus abençoados. Não importa o quanto a humanidade possa vir a mudar, seja no pensamento, seja no comportamento, a Bíblia, todavia, permanece inalterável, como afirma o profeta messiânico no AT: “Seca-se a erva, e cai a sua flor, mas a palavra de nosso Deus permanece eternamente” (Is 40.8). Aleluia!



1 – O efeito benéfico da Bíblia

sobre pessoas

Ao olharmos para a vida das pessoas que lêem e estudam a Bíblia diligentemente, logo percebemos que essas são pessoas melhores, indubitavelmente, seja para a Igreja do Senhor, seja para a família, seja para os amigos, ou para a sociedade, enfim, para todos os que estão ao seu redor. Homens de destaque, que realizaram grandes feitos para a humanidade, amavam a Bíblia e não a encerravam entre os demais livros. Sir Isaac Newton, famoso físico, matemático e cientista, chegou a escrever um tratado sobre Daniel e Apocalipse. Conta-se uma interessante história ocorrida em 1892 sobre um senhor de 70 anos que viajava de trem tendo ao seu lado um jovem universitário, que compenetrado lia o seu livro de ciências. O senhor por sua vez lia um livro de capa preta. Foi quando o jovem percebeu que se tratava da Bíblia, e estava aberta no livro de Marcos. Sem muita cerimônia o jovem interrompeu a leitura do velho e perguntou:

- O senhor ainda acredita neste livro cheio de fábulas e crendices?

- Sim. Disse o senhor. Mas não é um livro de crendices é a Palavra de Deus. Estou errado?

O estudante dando uma risadinha sarcástica respondeu:

- Claro que está! Creio que o senhor deveria estudar a história geral. E veria que a Revolução Francesa, ocorrida há mais de 100 anos, fez o favor de mostrar a miopia da religião. Somente pessoas sem cultura ainda crêem nessa história de que Deus criou o mundo em seis dias. O senhor deveria conhecer um pouco mais sobre que os cientistas dizem sobre isso.

- É mesmo?- perguntou o velho cristão, e o que dizem os cientistas sobre a Bíblia?

- Bem - respondeu o universitário, agora eu não posso explicar, pois vou descer na próxima estação, mas deixe o seu cartão que eu lhe enviarei o material pelo correio. O velho então cuidadosamente abriu o bolso interno do paletó, e deu o cartão ao universitário. Quando o jovem leu o que estava escrito abaixou a cabeça, e saiu cabisbaixo se sentindo pior que uma ameba. O cartão dizia: "Louis Pasteur, Diretor do Instituto de Pesquisas Científicas da École Normale de Paris".

Até hoje o trabalho de Louis Pasteur permanece, pois quando compramos um produto qualquer no supermercado que contenha em seu rótulo a expressão “produto pasteurizado”, é porque ele passou por um processo desenvolvido por esse conhecido cientista.



2 – O efeito benéfico da Bíblia

sobre nações

Conta-se que certa feita um imperador chinês perguntou à rainha da Inglaterra ao que se devia a grandeza de seu império – o império inglês? Ela então tomou uma Bíblia e lhe respondeu dizendo que era devido àquele Livro! O povo inglês sempre teve profundo respeito pela Bíblia. Nações que hoje são grandes potências, como os Estados Unidos, no passado, tiveram seus alicerces lançados sobre a Palavra de Deus. Não foi a Europa também o berço dos movimentos reformistas, que tinham a Bíblia como única autoridade?



CONCLUSÃO

Na Bíblia encontramos alívio em meio ao cansaço da nossa caminhada para o Céu, refrigério em meio aos desertos da nossa vida, renovo quando sucumbe nosso vigor espiritual. Como peregrinos aqui nesta terra, temos a Bíblia como o nosso “mapa” que nos conduz ao Céu, nossa morada permanente. Oremos ao Senhor para que a Igreja de Cristo na Terra ame o Deus da Bíblia, mas de igual modo a Bíblia de Deus!

___________________ENRIQUEÇA O SEU VOCABULÁRIO_________________

 Aleatório = Dependente de fatores incertos, sujeitos ao acaso; acidental.

 Constantinopla = Hoje, Istambul, a maior cidade da Turquia.

 Corroborar = Confirmar, comprovar.

 Diligência = Cuidado ativo; zelo, aplicação.

 Emanação = Fluxo oriundo de Deus, submisso aos Seus desígnios, que deu origem aos céus e a terra.

 Encerrar = Fechar; guardar; concluir.

 Esporádico = Disperso, espalhado.

 Incoerência = Qualidade de incoerente; falta de coerência e de ligação ou harmonia entre situações, acontecimentos e idéias.

 Indubitável = Sobre que não pode haver dúvida; incontestável, irrefragável.

 Inerrante = Qualidade daquilo ou de quem não erra jamais.

 João Crisóstomo = João Crisóstomo nasceu em Antioquia e sua idade situa-se dentro dos anos 344-407 dC. Foi teólogo e escritor cristão, Patriarca de Constantinopla no fim do século IV e início do V.

 Mishna = “repetição”, “explicação”. Completou-se perto de 200 d.C, como se fora um digesto hebraico de todas as leis orais, desde o tempo de Moisés. Era altamente considerada como a segunda lei, sendo a Tora a primeira.

 Reivindicar = Reaver, readquirir, recuperar.

 Sir = Tratamento dado a baronetes e cavaleiros (sempre seguido de prenome ou do nome completo).

 Sucumbir = Cair sob o peso de; abater-se, vergar, dobrar-se.

 Talmude = No hebraico “erudição”. Uma compilação das tradições dos judeus. A primeira apareceu em 450 a.D., a segunda em 500 a.D.

 Veterotestamentário = Que é relativo ao Velho Testamento.

_____________________________EXERCÍCIOS_____________________________

1) Qual o significado do vocábulo “Bíblia”?

R: ________________________________________________________

2) O que torna a Bíblia diferente de todos os demais livros do mundo?

R: ________________________________________________________

3) Cite um texto bíblico que comprova que o NT é inspirado por Deus assim como o AT.

R: ________________________________________________________

4) Como explicar o fato de que mesmo tendo sido escrita por vários escritores, em lugares e condições diferentes, a Bíblia é perfeita em harmonia e unidade?

R: _____________________________________________________________

___________________________________________________________

5) Qual foi o efeito que a Bíblia exerceu sobre você?

R: ___________________________________________________________







LIÇÃO 2

________A NECESSIDADE DO ESTUDO CONTÍNUO DA______

____________________BÍBLIA SAGRADA_____________________



TEXTO BÍBLICO CENTRAL

“Não cesses de falar deste Livro da Lei; antes, medita nele dia e noite,

para que tenhas cuidado de fazer segundo tudo quanto nele está escrito;

então, farás prosperar o teu caminho e serás bem-sucedido”.

Josué 1.8



_________________________VERDADE PRÁTICA__________________________

Assim como necessitamos nos alimentar todos os dias, para a manutenção da nossa vida física, assim também precisamos “comer” todos os dias da Palavra de Deus.

Ela é alimento para nossas almas, que nos fortalece em nossa vida cristã.

Tenhamos, pois, fome pela Bíblia Sagrada!



_____________________LEITURA BÍBLICA EM CLASSE____________________

Mateus 4.1-11



1 – A seguir, foi Jesus levado pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo.

2 – E, depois de jejuar quarenta dias e quarenta noites, teve fome.

3 – Então, o tentador, aproximando-se, lhe disse: Se és Filho de Deus, manda que estas pedras se transformem em pães.

4 – Jesus, porém, respondeu: Está escrito: Não só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus. 5 – Então, o diabo o levou à Cidade Santa, colocou-o sobre o pináculo do templo

6 – e lhe disse: Se és Filho de Deus, atira-te abaixo, porque está escrito: Aos seus anjos ordenará a teu respeito que te guardem; e: Eles te susterão nas suas mãos, para não tropeçares nalguma pedra. 7 – Respondeu-lhe Jesus: Também está escrito:ão tentarás o Senhor, teu Deus. 8 – Levou-o ainda o diabo a um monte muito alto, mostrou-lhe todos os reinos do mundo e a glória deles

9 – e lhe disse: Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares.

10 – Então, Jesus lhe ordenou: Retira-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás, e só a ele darás culto. 11 – Com isto, o deixou o diabo, e eis que vieram anjos e o serviram.







___________________________LEITURA DIÁRIA___________________________





7. Segunda – Hb 4.12 – A Bíblia é penetrante

8. Terça – Ef 6.17 – Bíblia – a ferramenta que o Espírito Santo usa

9. Quarta – Pv 3.1 – Guardando os preceitos da Palavra de Deus

10. Quinta – Cl 3.16 – A Palavra de Cristo habitando no crente

11. Sexta – Mt 11.25 – A Palavra revelada aos pequeninos

12. Sábado – Sl 119.97 – Meditando todos os dias na Lei do Senhor







COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO

Há algum tempo atrás, ao realizar uma pequena pesquisa entre servos de Deus, pude constatar um triste fato com relação ao comportamento de muitos crentes para com a Bíblia: há muitos que encontram tempo para várias coisas, mas para a Bíblia não! Apresentam muitas desculpas, se esquivando de se dedicarem à leitura e estudo das Sagradas Escrituras. Isso é grave para o povo do Senhor, haja vista que é na Palavra de Deus que encontramos solidez para nossa vida espiritual. Essa pesquisa que realizei tinha por finalidade identificar como estava o relacionamento dos servos de Deus com a Bíblia, e ela envolveu cerca de 60 a 70 irmãos. A enquete foi intitulada “O Relacionamento do Crente com a Bíblia”, que consistia em que cada entrevistado deveria responder a um questionário com 10 questões de respostas objetivas. Algumas entrevistas foram feitas por telefone. Ao dialogar com uma irmã, ela declarou-me que só lia a Bíblia nos cultos, alegando de início não ter tempo para fazê-lo em casa, mas acabou reconhecendo logo em seguida ter tempo sim, pois era telespectadora de novelas! Ou seja, o tempo que ela poderia dedicar para o estudo bíblico pessoal, gastava-o com programas tão imorais e perniciosos, como são as novelas. O comportamento dessa irmã é um triste reflexo do estado em que se encontra a Igreja do Senhor, pois não são poucos que também agem assim em relação à Palavra de Deus. Oremos, busquemos de Deus um genuíno avivamento, é tempo de despertarmos do sono! (Rm 13.11; Ef 5.14).



I – ESTUDANDO E LENDO A BÍBLIA SAGRADA

Veremos aqui o quão importante é para o crente não somente o ler a Bíblia, mas também o estudá-la. São duas ações que devem fazer parte da sua vida, ações estas que ele deve nutrir. Estudar e ler a Bíblia são ações que requerem amor, zelo, disciplina e dedicação por parte do crente. Ao fazê-las dessa maneira, ele sentirá cada vez mais prazer em estudar e ler a Bíblia, pois aos poucos o Espírito Santo lhe mostrará as riquezas ocultas da Palavra de Deus, nas quais ele como servo de Deus se deleitará. Amado(a) leitor(a), você já teve essa gratificante experiência com o Livro incomparável?

1 – O que é ler a Bíblia?

Em primeiro lugar, é preciso dizer que ler não é apenas decodificar as letras de um alfabeto. Não! A verdadeira leitura consiste em entender aquilo que estamos lendo – só assim a leitura terá sabor para nós. Para o iniciante no hábito da leitura, alcançar isso não será fácil, mas é preciso perseverança. Alguém pode dizer que ler a Bíblia não é tão importante, mas esse é um pensamento incorreto, pois é a leitura da Bíblia que nos ajudará no estudo da mesma. Uma coisa, por exemplo, é ler toda a Bíblia; outra coisa bem mais distinta é estudar toda a Bíblia, livro por livro. Porém, querer estudar toda a Bíblia sem primeiro ter lido toda a Bíblia será, com certeza, bem mais difícil. É necessário primeiro lê-la, de modo que você possa ter um primeiro contato com todo o texto bíblico, para depois estudá-lo, extraindo o máximo possível.



2 – O que é estudar a Bíblia?

Estudar a Bíblia é algo bem mais demorado do que somente lê-la. Enquanto a leitura é corrida, o estudo requer tempo, maior dedicação. É necessário fazer anotações à parte na medida em que se lê, pesquisar significados de nomes, localizar cidades em mapas, entender expressões do texto bíblico, buscar aqui e ali, etc. Isso é estudar a Bíblia! Essa tarefa não é coisa fácil, mas assim como o ouro que precisa ser garimpado pacientemente e com muito esforço, assim também é o estudar a Bíblia – na medida em que o fazemos, mais riquezas vamos descobrindo! Você estuda as Sagradas Escrituras? Se não, comece a fazê-lo a partir desta lição. Deus o abençoe!



II – RAZÕES PARA O CRENTE ESTUDAR SEMPRE A BÍBLIA

Veremos a seguir algumas razões pelas quais deve o servo de Deus estar sempre debruçado sobre o Livro Santo.



1 – A Bíblia é uma arma para o crente no combate espiritual

É o que vemos na Leitura Bíblica em Classe, que narra a tentação de Jesus por Satanás, no deserto. Note o querido leitor que o Mestre Jesus, em momento algum daquele diálogo, abriu mão da Palavra de Deus. Jesus sempre responde a Satanás com algum versículo do Antigo Testamento. Ele responde por três vezes consecutivas fazendo citações do livro de Deuteronômio (8.3; 6.16 e 6.13 – nessa ordem). Para cada proposta maligna do vil tentador, o Mestre respondia com um texto das Sagradas Escrituras. Está você também preparado para responder com a Palavra de Deus? Ou irá recorrer a argumentos falaciosos que não produzem efeitos? O Espírito Santo só poderá usar aquilo que você tem; se for muito, Ele usará muito; se for pouco, Ele usará pouco!



2 – A Bíblia é alimento para

nossas almas

De fato, a Palavra de Deus é tal qual alimento indispensável para nossa alma, que nos dá sustentação e vigor na presença de Deus. Não demonstrar interesse pela Bíblia por parte do crente, indica que ele está enfermo espiritualmente. Querido leitor, note quantas pessoas estão dentro da casa de Deus, mas levam uma vida espiritual infrutífera e, talvez, até há anos! Não é por acaso que isso acontece em nossas igrejas, pois são muitos os crentes que não mantêm um relacionamento íntimo com a Bíblia. Deixemos que o próprio Senhor Jesus nos ensine quanto à isto: “... Está escrito: Não só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus” (Mt 4.4). Pedro, apóstolo do Senhor, nos exorta a desejarmos muito esse alimento espiritual: “desejai ardentemente, como crianças recém-nascidas, o genuíno leite espiritual, para que, por ele, vos seja dado crescimento para salvação” (1 Pe 2.2). Assim como o recém-nascido nescessita do leite materno para começar a se desenvolver, assim também o novo-convertido necessita ser instruído e alimentado pela Palavra de Deus. Como o adulto necessita de alimento diário para se manter vivo, assim também o crente já maduro na fé precisa prosseguir no conhecimento da Palavra de Deus, crescendo em Cristo cada vez mais! Sigamos o exemplo do profeta das lágrimas, Jeremias, que declara: “Achadas as tuas palavras, logo as comi” (Jr 15.16). Comamos também a Palavra de Deus!



3 – É na Bíblia que encontramos as respostas.

Não se engane o querido leitor: vivemos num mundo que pergunta, que questiona. Se você for indagado, crente, pela sua fé, o que responderá? É na Bíblia que o crente encontra os fundamentos da sua fé e é com ela que ele deve responder. Pedro, inspirado pelo Espírito Santo, diz que a nossa resposta não deve ser arrogante, indiferente, mas deve ser dada com mansidão, de modo que nós devemos estar “sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós” (1 Pe 3.15 – ARC).

É preciso salientar que também não é pequeno o número de seitas hereges que se avolumam em nossa nação. Nos deparamos com membros de seitas e também de religiões contrárias aos ensinos bíblicos, embora muitas delas aleguem ter a Bíblia como base; algumas há que até se intitulam “evangélicas”. É com surpresa que fico sabendo às vezes de crentes que deixam boas denominações evangélicas, que se baseiam realmente na Palavra de Deus, para se tornarem membros de denominações que, embora se intitulem “evangélicas”, cometem graves erros doutrinários. Por quê isso? Falta de proximidade com a Bíblia! Estejamos alertas. Não importa o quão atraente uma seita ou religião, ou mesmo uma “igreja evangélica” possa ser – se não está fundamentada na Palavra de Deus, está incorrendo em grave erro! Oremos pela salvação dessas vidas!



III – COMO DEVEMOS ESTUDAR A BÍBLIA?

Para respondermos a esta importante pergunta, vamos olhar com atenção o texto bíblico central da nossa lição em Josué 1.8: “Não cesses de falar deste Livro da Lei; antes, medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer segundo tudo quanto nele está escrito; então, farás prosperar o teu caminho e serás bem-sucedido”. A partir desta orientação divina para o general Josué (e também para nós, hoje), responderei então a pergunta: como devemos estudar a Bíblia?



1 – Devemos estudar a Bíblia com meditação

A ordem de Deus foi “medita nele dia e noite”. Meditar é ler com atenção, refletindo, analisando com muita atenção. O estudo da Bíblia requer entrega por parte do leitor. Martin Anstey define isso com muita propriedade quando diz: “A qualificação mais importante exigida do leitor da Bíblia não é a erudição, mas sim a rendição; não a perícia, mas a disposição de ser guiado pelo Espírito de Deus”. Só consegue meditar na Bíblia que assim procede. Veja a atitude do salmista em relação à Palavra de Deus no Salmo 119, versos 70,72,77,92,97,109,113,153,163 e 174.

Aqui neste subtópico, é pertinente dizer que a oração não deve jamais estar ausente do estudo da Bíblia Sagrada. O doutor Martinho Lutero disse que “A melhor metade do estudo é a oração”, ou seja, ele dividiu o estudo em duas metades, sendo que para ele a melhor parte era a oração. É orando que o Espírito Santo “abre” para nós as páginas sagradas, levando-nos a “mergulhar” nas riquezas da Palavra de Deus.



2 – Devemos estudar a Bíblia tendo-a como

o nosso manual de fé e Conduta

A Bíblia é a nossa bússola que nos orienta no mar desta vida. Ela é o consolo de Deus para nós em meio às aflições e é fonte de ricas promessas que nos alcançam. A Igreja do Senhor é dirigida pela Palavra de Deus e a ela se submete. O crente, individualmente, deve procurar conhecer cada vez mais as Sagradas Escrituras, a fim de viver conforme a vontade de Deus para a sua vida. Josué deveria ter o cuidado “fazer segundo tudo quanto nele está escrito” para que pudesse prosperar. Para aqueles que observam os princípios bíblicos é dirigida a seguinte promessa: “Ele é como árvore plantada junto a corrente de águas, que, no devido tempo, dá o seu fruto, e cuja folhagem não murcha; e tudo quanto ele faz será bem sucedido” (Sl 1.3). Desejas ser abençoado assim pelo Senhor? Medite então na Lei do Senhorde dia e de noite cumprindo-a em sua vida!



CONCLUSÃO

O nosso espaço aqui para falar sobre a importância do estudo contínuo da Bíblia pelo crente é pequeno. Este assunto é de uma grande riqueza, de modo que poderíamos prosseguir ainda muito mais numa matéria tão profunda como esta. Ao ler e estudar a Bíblia deve o crente ter consciência de que não está lendo um livro entre tantos, mas sim o Livro incomprarável, a Palavra de Deus. Por isso, deve ele ter a melhor atitute em relação às Sagradas Escrituras, sempre orando ao Senhor, pedindo que o Espírito Santo, o Fiel Intérprete da Bíblia, possa lhe guiar no conhecimento da Palavra de Deus.









_________________ENRIQUEÇA O SEU VOCABULÁRIO___________________

 Avolumar = Aumentar em volume

 Bússola = Utensílio utilizado por navegadores para orientar-se em alto mar.

 Debruçado = Inclinado (ou de bruços) sobre.

 Decodificar = Identificar os códigos, sinais, letras.

 Erudição = Grande conhecimento em determinada ciência.

 Esquivar = Evitar (pessoa ou coisa que nos ameaça ou desagrada). Evitar (coisa ou pessoa desagradável); fugir. Deixar de fazer alguma coisa.

 Garimpar = Procurar como que em garimpo. Em sentido figurado, é procurar com dedicação, cuidado.

 Herege = Aquele que ensina uma heresia, ou seja, qualquer ensino contrário à Bíblia.

 Incorrer = Ficar incluído, implicado, ou comprometido.

 Pernicioso = Mau, nocivo, ruinoso; perigoso.

 Rendição = Ato de se entregar, se render.

 Solidez = Qualidade do que é sólido. Qualidade ou estado de sólido. Resistência, durabilidade.

 Versar = Considerar, examinar, ponderar.











______________________________EXERCÍCIOS____________________________



1) Explique a diferença entre “estudar a Bíblia” e “ler a Bíblia”:

R: _________________________________________________________

___________________________________________________________

___________________________________________________________

2) Qual a importância de se ler e estudar a Bíblia?

R: _________________________________________________________

___________________________________________________________

___________________________________________________________

3) Por quais razões deve o crente estudar a Bíblia?

R: _____________________________________________________________

___________________________________________________________

4) O que é meditar na Bíblia Sagrada?

R: ________________________________________________________

__________________________________________________________

5) Como deve o crente estudar a Bíblia Sagrada?

R: ________________________________________________________











































LIÇÃO 3

_________A BÍBLIA E A SUA ESTRUTURA INTERNA 1________



TEXTO BÍBLICO CENTRAL

“A seguir, Jesus lhes disse: São estas as palavras que eu vos falei,

estando ainda convosco: importava se cumprisse tudo o que de mim

está escrito na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos”.

Lucas 24.44



_________________________VERDADE PRÁTICA__________________________

É imperioso que a Igreja do Senhor procure conhecer todo o conteúdo da Bíblia Sagrada como livro do Senhor: seus 66 livros, suas divisões, gêneros literários e o seu tema central, entre outros detalhes relativos à sua estrutura interna, como livro. Esse conhecimento é fundamental, pois leva-nos à uma melhor compreensão da Bíblia Sagrada – é a Bíblia explicando a Bíblia, ou seja, a Bíblia explicando-se a si mesma.





_____________________LEITURA BÍBLICA EM CLASSE____________________

Mateus 21.42; Romanos 1.2; Isaías 34.16 e Marcos 7.13



Mt 21.42 – Perguntou-lhes Jesus: Nunca lestes nas Escrituras: A pedra que os construtores rejeitaram, essa veio a ser a principal pedra, angular; isto procede do Senhor e é maravilhoso aos nossos olhos?

Rm 1.2 – o qual foi por Deus, outrora, prometido por intermédio dos seus profetas nas Sagradas Escrituras.

Isaías 34.16 – Buscai no livro do Senhor e lede: Nenhuma destas criaturas falhará, nem uma nem outra faltará; porque a boca do Senhor o ordenou, e o seu Espírito mesmo as ajuntará.

Marcos 7.13 – invalidando a palavra de Deus pela vossa própria tradição, que vós mesmos transmitistes; e fazeis muitas outras coisas semelhantes.





__________________________LEITURA DIÁRIA___________________________



13. Segunda – Mc 12.26 – O Pentateuco – Livro de Moisés

14. Terça – Lc 2.22,23 – Pentateuco – o Livro de Moisés e o Livro do Senhor

15. Quarta – Js 1.1-9 – Deus anima Josué para a conquista

16. Quinta – Ed 2.1,2 – Zorobabel retorna do exílio

17. Sexta – Ed 8.31,32 – Esdras, o sacerdote, retorna do exílio

18. Sábado – Ne 2.9,11 – Neemias, o governador, volta do exílio











COMENTÁRIO



INTRODUÇÃO

Estimado leitor, quando falamos da estrutura interna da Bíblia, estamos nos referindo à ela como livro, o Livro do Senhor. Como uma obra escrita, ela possui características próprias que, se estudadas, nos levam ao melhor

aproveitamento em nosso conhecimento das Sagradas Escrituras. É importante que façamos esse estudo, de modo que possamos ver a Bíblia como um todo, o que é fundamental para o estudante da Palavra de Deus, haja vista que “a Bíblia explica-se a si mesma”.

Como vimos na nossa leitura bíblica em classe, a própria Bíblia denomina-se a si mesma como “Escrituras”, “Sagradas Escrituras”, “livro do Senhor” e “palavra de Deus”, além de outros títulos, os quais a identificam como Livro. Veremos nesta lição algumas características peculiares desse Livro singular, que procede de Deus para a humanidade – a Bíblia Sagrada.



I – A ESTRUTURA INTERNA DA BÍBLIA E

A IMPORTÂNCIA DE SE ESTUDÁ-LA

O estudo da estrutura (ou composição) interna da Bíblia analisa as duas grandes divisões que a compõe: o Antigo e o Novo Testamentos; divide os seus 66 livros em grupos de assuntos, analisa capítulos e versículos, distingue os gêneros literários, etc. Fazendo isto logo vemos o quão rica a Bíblia é em unidade e harmonia, o que nos leva a reconhecer que temos em nossas mãos uma biblioteca e, ao mesmo tempo, um livro único.

Nesta lição, estudaremos a estrutura do AT, a primeira parte da Bíblia Sagrada, que abrange maior número de livros que o Novo Testamento. É no AT que temos os cinco livros que compõem o Pentateuco, que narram o começo de todas as coisas e o início da história do povo hebreu após sair do Egito, depois de um período de 430 anos como escravo. Depois, temos os livros históricos, em seguida os poéticos e, por fim, os livros proféticos.

É importante que se saliente aqui dois fatos relativos à estrutura do AT. Primeiro, que essa classificação dos livros do AT em grupos de assuntos deriva da Septuaginta (representada pelos algarismos romanos LXX), a tradução do AT para o grego, feita entre os séculos II e III a.C., aproximadamente. A ordem em que os livros se encontram em nossas bíblias vem dessa tradução, não levando em conta a ordem cronológica. Segundo, que a Bíblia Hebraica é o mesmo AT que consta em nossas bíblias – o NT não aparece. Porém, a quantidade, ordem e classificação dos livros na Bíblia Hebraica é diferente do nosso AT. A quantidade de livros é de apenas 24, pois os judeus consideram um só livro os dois de Samuel, os dois de Reis, os dois de Crônicas, os dois de Neemias, os doze profetas menores e os restantes do AT também são considerado um só livro. A sequência também é diferente. A classificação dos livros na Bíblia Hebraica (ou Tanack) é dada da seguinte maneira: Lei, Profetas e Escritos. Jesus citou essa classificação em Lucas 24.44, só que ao invés de dizer Escritos Ele citou o livro dos Salmos, que é o primeiro dos Escritos.

A palavra testamento vem do idioma grego (διαθηκη diatheke), e tem dois significados: 1) é um documento que contém a última vontade de alguém quanto à distribuição de seus bens materiais, só sendo válido após a sua morte; e, 2) pacto, acordo, aliança, concerto. Segundo a versão bíblica que estiver sendo usada pelo leitor, poderá ser encontrada a palavra aliança em lugar de testamento, como, por exemplo, o texto de Mateus 26.28, onde a ARC usa a expressão “o sangue do novo testamento”, enquanto a ARA diz “o sangue da nova aliança” – “aliança” é melhor tradução. Então, no AT temos a velha aliança, com seus ritos e sacrifícios, mas no NT temos a nova aliança, efetuada no perfeito sacrifício de Cristo, que substitui a velha aliança (cf. Hb 9.11-22).



II – O ANTIGO TESTAMENTO E A SUA ESTRUTURA

O AT tem 39 livros e é classificado em quatro partes, como veremos a seguir. Tem um total de 929 capítulos e 23.214 versículos. Um renomado teólogo afirma que a expressão “Antigo Testamento” foi aplicada pela primeira vez aos 39 livros por Tertuliano e Orígenes. Vejamos a partir daqui as quatro classificações do AT:



1 – O Pentateuco. A palavra Pentateuco também é de origem grega e significa “cinco livros”. Compõe-se dos cinco primeiros livros do AT: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. Na Bíblia hebraica, eles são chamados de Torah (“instrução” em hebraico) e em manuscritos antigos, os cinco livros eram escritos num só rolo, de forma contínua. Essa divisão do Pentateuco em cinco livros vem da Septuaginta, bem como os nomes de cada um deles. Na Bíblia Hebraica, esses livros foram nomeados de acordo com as primeiras palavras que aparecem em seus textos, como por exemplo, Gênesis, que é intitulado de be’reshit, que significa “no princípio” – de fato, é assim que começa o livro de Gênesis. Quanto à autoria desses livros, o comentarista dessa revista é de posição conservadora, que baseada em evidências bíblicas seguras afirma ser Moisés o escritor desses livros (cf. Mt 12.26; Lc 24.27; Rm 10.19 – nesta última referência, temos Paulo citando Deuteronômio 32.21 e atribuindo a autoria a Moisés).

O Pentateuco trata do princípio de todas as coisas, da criação do Céu e da terra, bem como do ser humano e de toda a vida (animal e vegetal). Já nos primeiros capítulos de Gênesis temos a promessa do Redentor (cf. Gn 3.15). Vemos como Deus livrou os hebreus do cativeiro egípcio, que durou 430 anos, conduzindo-os para a terra de Canaã. No Pentateuco também vemos o perigo de negligenciarmos os preceitos do Senhor, caminhando pela desobediência.

No Pentateuco, Deus prescreve como deveria ser preparado o Tabernáculo, o templo móvel onde Deus manifestaria sua glória. Também encontramos a consagração de Arão e seus filhos, bem como dos levitas para o ministério sacerdotal. O Pentateuco termina com a segunda geração de hebreus saídos do Egito às portas de Canaã, quando Moisés renova a aliança entre Deus e seu povo.



2 – Livros Históricos. São os livros que tratam da entrada de Israel em Canaã e as conquistas feitas nesse território. Abrange um período que vai desde a conquista, em 1451 a.C., até o retorno do exílio babilônico, em 445 a.C. – um período aproximado de 1000 anos! Os livros históricos compreendem 12 livros, sendo eles: Josué, Juízes, Rute, 1 e 2 Samuel, 1 e 2 Reis, 1 e 2 Crônicas, Esdras, Neemias e Ester.



3 – Livros Poéticos. São cinco os livros poéticos: Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes e Cantares de Salomão. Recebem o nome de poéticos pois o seu gênero é poesia. Isso não significa que eles sejam livros mitológicos, ou que sua inspiração não seja a mesma dos demais livros do AT, bem como do NT – eles são igualmente inspirados. No século 1 da nossa era, a Era Cristã, uma escola judaica chamada Shammai levantou dúvidas sobre a inspiração divina do livro poético de Cantares de Salomão. Mas a posição do Rabi Akiba ben Joseph (cerca de 50 – 132 a.D.) prevaleceu, quando declarou: “Deus nos livre! – Ninguém em Israel jamais contestou o Cântico dos Cânticos... pois todas as eras não valem o dia em que o Cântico dos Cânticos foi dado a Israel; pois todos os escritos são santos, mas o Cântico dos Cânticos é o mais Santo dos Santos”.





4 – Livros Proféticos. São 17 livros ao todo; é a seção da profecia bíblica no AT. Os livros proféticos estão subdivididos em duas partes: Profetas Maiores e Profetas Menores. Usa-se as expressões Maiores e Menores para referir-se ao tamanho do livro e à extensão do ministério do profeta; essas expressões não tem nada que ver com o mérito ou a notoriedade do profeta. Veja a seguir os livros nesta classificação:









PROFETAS MAIORES PROFETAS MENORES

Isaías Oséias

Jeremias Joel

Lamentações de Jeremias Amós

Ezequiel Obadias

Daniel Jonas

Miquéias

Naum

Habacuque

Sofonias

Ageu

Zacarias

Malaquias





III – A IMPORTÂNCIA DE SE ESTUDAR O ANTIGO TESTAMENTO

Infelizmente, em nossos cultos, fazemos pouca (ou nenhuma!) menção do AT. Geralmente, só nos reportamos à ele quando lemos um verso no livro dos Salmos, ou outros trechos conhecidos como 2 Crônicas 7.14, etc. Mas a leitura e o estudo do AT é de fundamental importância na compreensão de toda a Bíblia. Não devemos jamais menosprezar o estudo sistemático da primeira parte da Bíblia.



1 – Jesus e o Antigo Testamento. Muitos se esquecem que a “Bíblia” que Jesus usou foi, na verdade, o Antigo Testamento, haja vista que o NT começaria a ser escrito anos mais tarde, após a sua ascenção aos Céus. Eis as ações de Jesus com relação ao AT: Ele leu o AT e era íntimo dele, como depreendemos de Lucas 4.16-20, quando a Bíblia diz que Jesus “... achou o lugar onde estava escrito...” (v. 17). Ora, em nossas bíblias modernas é muito fácil encontrar qualquer passagem, mas nos dias de Jesus não havia o nosso sistema atual de referências bíblicas e com certeza era dificílimo “achar o lugar onde estava escrito”. O Senhor Jesus também cumpriu todo o AT em seu viver e proceder, como lemos em Lucas 24.44. Ele também ensinou o AT (Mt 21.23; Lc 24.27); Ele citou o AT (Mt 4.4,7,10; 21.23); Ele também designou o AT como “Palavra de Deus”, como vemos em Marcos 7.13. Sigamos, pois, o exemplo do Mestre Supremo, dedicando-nos com todo zelo a estudar as Escrituras Sagradas no AT. Que riqueza fluirá para nossas vidas dali!



2 – A Igreja primitiva, os apóstolos e o Antigo Testamento. É digno de nota que a Igreja primitiva e os apóstolos fizeram uso do AT como padrão de conduta e viver. É o que verificamos logo na primeira mensagem pregada, no dia de Pentecostes, por Pedro, quando ele informa aos seus ouvintes que o que havia acontecido ali era o início do cumprimento de uma das mais belas promessas contidas no AT – o derramar do Espírito Santo – como descrito em Joel 2.28-32 (cf. At 2.16-21). Eles tinham o AT como Palavra de Deus! A mesma atitude devemos ter nós também, hoje. Muitas são as citações do AT feitas pelos escritores do NT. Paulo, por exemplo, refere-se ao AT como “Escritura” (1 Tm 5.18) e declara que “...Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil ...” (2 Tm 3.16). Tiago e Pedro, em suas epístolas, assim como Paulo, também referem-se ao AT como Escritura (cf. Tg 2.8,23; 4.5; 1 Pe 2.6; 2 Pe 1.20; 3.16). Vemos nesses exemplos o valor que os apóstolos davam ao AT. Façamos o mesmo!



CONCLUSÃO

O Antigo Testamento é de suma importância para nossas vidas no estudo e na compreensão de toda a Bíblia. Não devemos jamais deixar de nos debruçar sobre as páginas veterotestamentárias, “Pois tudo quanto, outrora, foi escrito para o nosso ensino foi escrito, a fim de que, pela paciência e pela consolação das Escrituras, tenhamos esperança” (Rm 15.4). Como é glorioso lermos no Gênesis da criação de Deus! No Êxodo vemos o nosso Deus como o Grande Libertador e em Levítico contemplamos a precisa ordem no culto levítico e a Sua santidade manifesta. Nos livros históricos aprendemos muito com os erros e acertos dos reis de Israel e Judá e é ali que encontramos grandes avivamentos entre o povo, como nos dias de Josias (cf. 2 Re 22 e 23). E o que dizer dos poéticos!? Quem já não se maravilhou ante as belíssimas palavras de Davi no célebre Salmo 23, ou de Moisés no 90? Faltam a mim as palavras adequadas para expressar tamanha profundidade! Nos livros proféticos, quem não se espanta das profecias de Zacarias 14, ou da precisão com que Daniel descreve os grandes impérios mundiais (Dn 2)? Quão maravilhoso é “viajar”, guiado pelo Espírito, nas páginas do AT. Você já “descobriu” o AT, amado leitor?





























__________________ENRIQUEÇA O SEU VOCABULÁRIO__________________

 Designar = Dar cumprimento à uma incumbência.

 Mérito = Qualidade que torna alguém digno de prêmio, estima, apreço, ou de castigo, desprezo, merecimento etc.

 Notoriedade = Qualidade de notório; conhecimento público, de todos; destaque.

 Ordem cronológica = É a ordem natural dos eventos; a ordem em que eles acontecem.

 Precresver = Indicar com precisão; determinar, fixar, preceituar.

 Septuaginta = É a tradução do AT hebraico para o grego feita na cidade de Alexandria, Egito, durante os 285 e 150 a.C., para os muitos judeus que ali residiam e que não conheciam o idioma hebraico. Esta versão é também muito conhecida como “Versão dos Setenta”, pois segundo a tradição ela foi feita por 70 ou 72 tradutores que trabalharam em sua produção. Foi a Bíblia de Paulo e das igrejas da diáspora, enquanto que Jesus e seus discípulos usaram a Bíblia Hebraica.





____________________________EXERCÍCIOS______________________________

1) Qual a importância de se estudar a estrutura interna da Bíblia?

R: ________________________________________________________

__________________________________________________________

__________________________________________________________



2) Cite quatro nomes que a própria Bíblia dá a si mesma:

R.________________________________________________________

__________________________________________________________



3) Quais são as quatro divisões do Antigo Testamento?

R: ________________________________________________________

__________________________________________________________



4) Cite uma ação de Jesus na qual Ele aprova o AT:

R: ________________________________________________________

__________________________________________________________



5) Qual foi a atitude da Igreja primitiva e dos apóstolos com relação ao AT?

R: ________________________________________________________

__________________________________________________________









LIÇÃO 4

______________A BÍBLIA E A SUA ESTRUTURA INTERNA 2______________



TEXTO BÍBLICO CENTRAL

“Porque isto é o meu sangue, o sangue da nova aliança,

derramado em favor de muitos, para remissão de pecados”.

Mateus 26.28



_________________________VERDADE PRÁTICA_________________________

No Antigo Testamento vemos estabelecida a aliança entre Deus e Israel. No Novo Testamento, vemos o Senhor Jesus inaugurando uma nova aliança, superior à antiga, agora com um povo que engloba judeus e gentios – a Igreja do Deus vivo!

Ao considerarmos a estrutura interna da Bíblia em suas duas principais divisões – AT e NT – notamos claramente o desenvolvimento e cumprimentos dessas alianças.





_____________________LEITURA BÍBLICA EM CLASSE____________________

Hebreus 9.15-17



15 – Por isso mesmo, ele é o Mediador da nova aliança, a fim de que, intervindo a morte para remissão das transgressões que havia sob a primeira aliança, recebam a promessa da eterna herança aqueles que têm sido chamados.

16 – Porque, onde há testamento, é necessário que intervenha a morte do testador;

17 – pois um testamento só é confirmado no caso de mortos; visto que de maneira nenhuma tem força de lei enquanto vive o testador.





___________________________LEITURA DIÁRIA___________________________





19. Segunda – Mt 1.18 – O nascimento do Rei Jesus

20. Terça – Mt 4.23 – O tríplice ministério de Jesus

21. Quarta – Mt 21.23 – O ministério de ensino de Jesus

22. Quinta – Jo 19.17-37 – A crucificação do Messias

23. Sexta – Jo 20.1-10 – A gloriosa ressurreição de Jesus

24. Sábado – At 1.6-11 – A ascenção de Jesus















COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO

É glorioso considerarmos a unicidade do texto bíblico, a sua harmonia. O NT é o cumprimento de muitas sombras, tipos, mistérios e profecias do AT. Nesta lição, que é a continuação da anterior, analisaremos a estrutura do NT, que também apresenta suas características próprias. É no NT que temos os relatos dos quatro evangelistas sobre a vida do Mestre amado, Jesus, bem como a história do começo da Igreja e as bases doutrinárias encontradas nas epístolas. O NT termina com o livro de Apocalipse que revela o futuro para nós e assegura-nos gloriosas promessas.



I – O NOVO TESTAMENTO E A SUA ESTRUTURA

O NT tem ao todo 27 livros, 260 capítulos e 7.959 versículos, estando, assim como o AT, dividido em quatro seções, como veremos a seguir.



1 – Biografia. É a primeira parte dessa quádrupla divisão do NT, sendo composta pelos quatro primeiros livros: Mateus, Marcos, Lucas e João. Esses livros são chamados de biográficos por tratarem do nascimento, ministério, morte e ressurreição de Jesus. Eles tratam da biografia do Mestre, relatando seus feitos, milagres, ensinos, etc.

Os livros de Mateus, Marcos e Lucas, apresentam uma certa semelhança entre si, sendo chamados de livros sinopticos. A palavra sinoptico vem do grego e significa “ver junto”.

É importante frisar aqui que não existem “evangelhos”, como muitas vezes ouvimos em nossos cultos: “vamos ler no evangelho de João... “ Na verdade, o evangelho é um só, mas escrito sob a ótica de quatro evangelistas. O mais correto é dizer: “vamos ler no evangelho de Jesus segundo escreveu João...”



2 – História. O NT também tem a sua seção de história, mas diferentemente do AT, o NT só tem um livro que trata disso – o livro de Atos dos Apóstolos. Ele foi escrito por Lucas, que é possivelmente o único escritor não judeu dentre todos os escritores da Bíblia. Foi ele quem também escreveu o livro de Lucas; era médico e esteve ao lado de Paulo. No livro de Atos, ele registra com precisão detalhes históricos relativos à igreja primitiva, como a expansão do cristianismo através das viagens missionárias do século I, desde o dia de pentecostes até a ida de Paulo para Roma, como prisioneiro.



3 – Epístolas. Esta seção do NT é também chamada de doutrina; é a seção epistolar, pois é constituída somente de epístolas. Ela está subdividida em três partes principais: 1) Epístolas Paulinas, que são as epístolas escritas por Paulo; essas, por sua vez, estão divididas em quatro partes: a) primeiras epístolas; b)grandes epístolas; c) epístolas da prisão, e d) epístolas pastorais; 2) Epístola aos Hebreus, endereçada a crentes judeus que passavam por aflições; esta carta aparece de forma destacada por seu conteúdo ser bem distinto das demais; e, 3) Epístolas Gerais ou Universais, escritas por autores diversos, endereçadas a todos os cristãos, indistintamente.

As epítolas (ou cartas) do NT são em número de 21, sendo 13 da autoria de Paulo. O gráfico a seguir o ajudará na classificação geral do gênero epistolar do NT:



CLASSIFICAÇÃO DAS EPÍSTOLAS POR GRUPO DE ASSUNTOS

EPÍSTOLAS PAULINAS PRIMEIRAS EPÍSTOLAS 1 Tessalonicenses

2 Tessalonicenses

GRANDES EPÍSTOLAS Romanos

1 Coríntios

2 Coríntios

Gálatas

EPÍSTOLAS DA PRISÃO Efésios

Filipenses

Colossenses

Filemom

EPÍSTOLAS PASTORAIS 1 Timóteo

2 Timóteo

Tito

EPÍSTOLA AOS HEBREUS Hebreus

EPÍSTOLAS GERAIS

(ou UNIVERSAIS) Tiago

1Pedro

2Pedro

1João

2João

3João

Judas



Nas literatura paulina, temos as primeiras epístolas, isto porque foram as primeiras a serem escritas pelo apóstolo. As grandes epístolas recebem essa designação por seu extenso conteúdo. Embora Gálatas não tenham um extenso texto, ela aparece nessa classificação por sua estreita ligação com Romanos. As epístolas da prisão são as que foram escritas por Paulo quando esteve preso. Não se sabe com certeza onde ele estava preso nem se ele as escreveu de uma única prisão. Por fim, temos as epístolas pastorais, que são cartas endereçadas a indivíduos e não à igrejas, como no caso das outras. Tem um caráter pastoral mesmo, pois tratam da ordem e condução de igrejas estabelecidas.

4 – Profecia. Esta última seção em que está dividido o NT também se constitui de um livro apenas – Apocalipse. É o livro profético do NT. O autor é João, o mesmo que escreveu o livro de João, mais as três cartas que levam o seu nome. É interessante frisar aqui que é incorreto pensar que João tenha escrito Apocalipse na ilha de Patmos, pois na verdade não foi isso que aconteceu. Na ilha rochosa de Patmos ele recebeu a revelação divina, a qual ele registrou nesse livro ímpar em toda a Bíblia, mas o livro foi escrito quando de seu retorno para a cidade de Éfeso, onde, segundo a tradição, pastoreou a igreja que havia ali até a sua morte, já no final do primeiro século da Era Cristã, entre 81e 96 d.C. A palavra “apocalipse” vem do grego apokalupsis (αποκαλυψις), que é a primeira palavra constante no livro e significa, basicamente, “revelação”. O livro é rico em símbolos e figuras, retratando circunstâncias históricas, do reinado de Domiciano, imperador romano, e descortinando eventos futuros que se cumprirão muito em breve.



II – PARTICULARIDADES

DA BÍBLIA

O texto bíblico em sua totalidade, ou seja, Antigo e Novo Testamentos juntos, apresentam algumas particularidades interessantíssimas, que valem a pena serem conhecidas por nós, que amamos toda a Bíblia Sagrada. Concluindo essas duas lições que tratam sobre a estrutura da Bíblia como livro não poderia deixar de frisar algumas curiosidades sobre ela e a sua estrutura interna. Conheçamos, pois algumas dessas particularidades, começando pelo seu Tema Central:

1 – O tema central da Bíblia Sagrada. Em primeiro lugar, saliento o fato de que não resta dúvidas de que o assunto central da Bíblia é o Senhor Jesus. Grandes eruditos bíblicos atestam isso. Considero esta a principal particularidade do texto bíblico. Jesus está presente de Gênesis a Apocalipse. O Dr. C. I. Scofield, famoso comentarista bíblico, resume o tema central da Bíblia em quatro palavras; são elas: 1) Preparação (referindo-se a todo o AT, que anunciam através de tipos, rituais, símbolos e figuras o advento de Cristo); 2) Manifestação (são os livros de Mateus, Marcos, Lucas e João, que descrevem a manifestação de Cristo como Deus-Homem sobre a Terra); 3) Propagação (o livro de Atos dos Apóstolos, que trata da propagação de Cristo através da pregação do evangelho); e 4) Consumação (o livro de Apocalipse, que mostra a consumação de todas as coisas, conforme as profecias bíblicas, em Cristo Jesus, o Alfa e o Ômega).

2 – Particularidades no texto bíblico. Existem particularidades do texto das Sagradas Escrituras que são muito interessantes e curiosas, e que não estão ali por acaso – são fruto da providência divina guiando os escritores na produção do texto bíblico. Vejamos algumas:

 O AT termina com a palavra “maldição” e com uma promessa referente àquele que seria o precursor de Jesus – Elias (Ml 4.5,6 – cf. Mt 17.9-13); o NT também termina com uma promessa, mas referindo-se ao próprio Jesus; enquanto o AT termina com “maldição”, o NT termina com a expressão “A graça do Senhor Jesus seja com todos” (cf. Ap 22.20,21).

 A Bíblia refere-se muito à segunda vinda de Cristo. São 1.845 vezes, sendo 1.527 no At e 318 no NT, o que mostra o quão relevante é este assunto nas Sagradas Escrituras. Meditemos nisso!

 Antes, a Bíblia não era dividida em capítulos e versículos. A divisão em capítulos foi feita em 1250, por um cardeal estudioso das Escrituras. A divisão em versículos foi feita em duas etapas: a primeira do Antigo Testamento, em 1445, por um rabi; a do Novo Testamento em 1551, por um impressor de Paris.

 O livro dos Salmos não possui “capítulos” e nem “versículos”, e sim “salmos” e “versos”, pois ele é constituído de 150 salmos que são, na verdade, cânticos que eram entoados pelo povo de Israel.

 O Salmo 119 é um acróstico alfabético, ou seja, tem 22 seções de 8 versos cada. O curioso é que o alfabeto hebraico tem justamente 22 letras. Em cada seção, cada versículo inicia com a mesma letra, seguindo a ordem das 22 letras do alfabeto hebraico.

 A frase “não temas” ocorre 365 vezes em toda a Bíblia, isso dá uma para cada dia do ano. Para aqueles que amam e servem ao Senhor, em todos os dias do ano Ele está a lhes dizer: “Não temas!” Aleluia!

Essas são algumas das particularidades do texto bíblico; são apenas alguns exemplos, haja vista que o espaço de que disponho aqui é limitado. Mas existe bibliografia ampla neste assunto, podendo o aluno da Escola Dominical se aprofundar mais.



3 – Particularidades da Bíblia como livro, que revelam fatos singulares pertinentes à Bíblia como volume literário:

 A Bíblia é o livro mais traduzido do mundo, como nenhum outro já tenha sido. Segundo informações da SBB, ela já foi, total ou parcialmente, traduzida para mais de 2.400 línguas em todo o mundo! Louvemos ao Senhor por este milagre.

 A Bíblia é o livro mais lido, mais traduzido, mais vendido e que mais inspirou outras obras a serem escritas. De fato, não é pequeno o número de livros bíblicos, como enciclopédias bíblicas, atlas bíblicos, concordâncias bíblicas, devocionais, léxicos, dicionários bíblicos e comentários bíblicos, etc., etc.

 A Bíblia foi o primeiro livro do mundo a ser impresso. Isto aconteceu na Alemanha, em 1552, após a invenção da prensa.



Como podemos ver, a Bíblia possui alguns recordes que são fruto da ação abençoadora de Deus sobre a Sua Santa Palavra. Um fato muito interessante sobre o Antigo Livro é que em 1969, quando os astronautas norte-americanos pisaram pela primeira vez o solo lunar e viram a terra nascer – algo nunca visto antes por nenhum ser humano – com reverência leram o seguinte texto: “No princípio, criou Deus os céus e a terra” (Gn 1.1).



CONCLUSÃO

Como vimos nessa lição (e também na anterior), a Bíblia é incomparável como Livro, o Livro do Senhor. Em sua composição interna, ou seja, nos seus dois testamentos, nos seus livros, capítulos, nos detalhes, nas particularidades do texto, enfim, vemos que a Bíblia é de origem divina. O Seu Autor é Deus. Nenhum homem poderia produzir tal Obra, apesar de todo o desenvolvimento cultural, intelectual, científico, tecnológico, etc. Na verdade, o homem nunca foi capaz e nem o será, pois somente Deus, o nosso Deus, é que pôde, através dos séculos, gerar a Bíblia! Agradeçamos à Ele pela Bíblia!











____________________________EXERCÍCIOS______________________________

1) Quantos livros, capítulos e versículos tem o NT?

R: ________________________________________________________

2) Quais são as quatro divisões do NT?

R: _________________________________________________________

3) Segundo o Dr. C. I. Scofield, quais são as quatro palavras que resumem o Tema Central da Bíblia, que é o Senhor Jesus?

R: _________________________________________________________

4) Como estão divididas as epístolas paulinas?

R: _________________________________________________________

___________________________________________________________

5) Como está dividida a seção epistolar?

R: _________________________________________________________

____________________________________________________________

___________________________________________________________





















LIÇÃO 5

______O CÂNON BÍBLICO, O SEU DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO_____

______________E A IMPORTÂNCIA DE SE CONHECÊ-LO_________________



TEXTO BÍBLICO CENTRAL

“E, a todos quantos andarem de conformidade com esta regra,

paz e misericórdia sejam sobre eles e sobre o Israel de Deus”.

Gálatas 6.16



_________________________VERDADE PRÁTICA__________________________

O estudo do cânon bíblico nos auxilia a compreender a razão pela qual consideramos os 66 livros de nossas bíblias de versões evangélicas como divinamente inspirados, distinguindo-os dos não inspirados. Esses 66 livros passaram por critérios rigorosos ao longo do tempo por parte dos judeus e da Igreja, sendo reconhecidos como procedentes de Deus. A sua credibilidade é inquestionável. Sendo assim, estudar o cânon nos ajuda a reconhecer ainda mais quão fidedignos são os livros que compõem a nossa Bíblia.





____________________LEITURA BÍBLICA EM CLASSE_____________________

Deuteronômio 4.2; 12.32; Apocalipse 22.18,19



Dt. 4.2 – Nada acrescentareis à palavra que vos mando, nem diminuireis dela, para que guardeis os mandamentos do Senhor, vosso Deus, que eu vos mando.

Deuteronômio 12.32 – Tudo o que eu te ordeno observarás; nada lhe acrescentarás, nem diminuirás.

Apocalipse 22.18,19 – Eu, a todo aquele que ouve as palavras da profecia deste livro, testifico: Se alguém lhes fizer qualquer acréscimo, Deus lhe acrescentará os flagelos escritos neste livro; e, se alguém tirar qualquer coisa das palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte da árvore da vida, da cidade santa e das coisas que se acham escritas neste livro.



___________________________LEITURA DIÁRIA___________________________



25. Segunda – 2 Tm 3.16 – A Bíblia é toda inspirada por Deus

26. Terça – 2 Re 17.23 – Deus falou por intermédio dos seus profetas

27. Quarta – Jo 10.35 – A Escritura não pode ser anulada

28. Quinta – Mc 12.24 – Não conhecer as Escrituras leva ao erro

29. Sexta – 1 Pe 1.25 – A Bíblia permanece para sempre

30. Sábado – 2 Pe 1.19-21 – As Sagradas Escrituras não procedem da vontade humana, mas sim da vontade de Deus.







COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO

Se você, amado leitor, deseja aprofundar-se neste assunto tão amplo que é o estudo geral das Sagradas Escrituras, em seus diversos aspectos (Bibliologia), você deve inserir em seu vocabulário a palavra “cânon”, ou a expressão “escrituras canônicas”. O que é o cânon bíblico? É ele que determina quais livros são e quais não são divinamente inspirados? Por qual razão nossas bíblias, de versões evangélicas, possuem menos livros que as de edições católicas? Essas são algumas perguntas, pertinentes ao cânon bíblico, que consideraremos nesta lição.



I – DEFININDO O CÂNON

A autoridade da Bíblia procede da sua inspiração, que é divina. Deus inspirou os escritores bíblicos e cuidou para que sua Palavra fosse preservada e chegasse até nós, hoje. Como já dito anteriormente, o que torna a Bíblia diferente de todos os demais livros do mundo é a sua inspiração divina. Mas é o processo de canonização que levou a Bíblia a receber sua aceitação definitiva. Estudar o cânon bíblico leva-nos a reconhecer que Deus cuidou de forma maravilhosa para que Sua Palavra fosse preservada e reconhecida, em sua divina inspiração.



1 – O significado literal do termo “cânon”. “Cânon” é um termo grego que significa “vara reta de medir”, e que procede por sua vez do hebraico kaneh. É o que se pode verificar em Ezequiel 40.5 onde lemos: “Vi um muro exterior que rodeava toda a casa e, na mão do homem, uma cana de medir, de seis côvados, cada um dos quais media um côvado e quatro dedos. Ele mediu a largura do edifício, uma cana; e a altura, uma cana”. A palavra “cânon” é traduzida aí por “cana”. Já no NT, o termo grego kanon (κανων) tem o sentido de norma, regra, ou como define Strong, é um “espaço fixo ou limitado que define e delimita a esfera de influência de alguém” (Strong, James: Léxico Hebraico, Aramaico E Grego De Strong. Sociedade Bíblica do Brasil, 2002; 2005, S. H8679). Vê-se isso em passagens como Gálatas 6.16 e 2 Coríntios 10.13,15.



2 – Cânon no contexto do nosso estudo.

Como vimos, cânon fala de norma, regra. Assim, em nosso estudo de Bibliologia, o cânon nada mais é do que “a coleção completa dos livros divinamente inspirados”. De fato, o reconhecimento dos livros bíblicos como divinamente inspirados submeteu-se à normas, regras, como veremos adiante. O termo cânon foi aplicado pela primeira vez às Escrituras por Orígenes, que viveu de 185 a 254 d.C.





II – ENTENDENDO O CÂNON

Vamos analisar agora alguns fatos relativos ao cânon bíblico. É necessário que façamos logo de início, neste tópico, uma pergunta muito apropriada: “É o cânon que determina quais livros são e quais livros não são divinamente inspirados?” A resposta a esta pergunta é simples e objetiva: “Não!” Na verdade o cânon nada mais é do que o resultado do reconhecimento por parte dos judeus e da Igreja dos livros bíblicos como divinamente inspirados – ou seja, eles reconheceram que os livros bíblicos eram procedentes de Deus. É preciso que se saiba que não foram eles que escolheram quais livros eram e quais não eram inspirados por Deus, eles apenas reconheceram esses livros através de alguns critérios e normas, que estudaremos a seguir.



1 – Canonicidade antes do cânon. Mesmo antes do uso do termo “cânon” o conceito de canonicidade já existia. Desde os tempos de Moisés, os judeus reuniram e preservaram os livros bíblicos através dos séculos. Moisés mesmo determinou que seus escritos fossem guardados ao lado da arca da aliança, como vemos em Deuteronômio 32.24-26, o que indica que esses escritos eram considerados sagrados. Nos dias de Samuel, suas palavras foram colocadas “num livro e o pôs perante o Senhor” (1 Sm 10.25). Daniel tinha uma coleção de livros que incluía “a lei de Moisés” e “os profetas” (Dn 9.2,6,13). Enfim, o Talmude chegou a afirmar que somente os livros escritos no período profético (os profetas do AT) deveriam ser considerados como canônicos.



2 – O que determina o cânon? Em primeiro lugar, é preciso que se diga que o que determina a canonicidade é a inspiração do livro – se ela é divina ou não. Os doutores Norman Geisler e William Nix, comentando sobre canonicidade, afirmam: “Os livros da Bíblia não são considerados oriundos de Deus por se haver descoberto neles algum valor; são valiosos porque provieram de Deus – fonte de todo o bem”. Mas, o leitor deve estar se perguntando: “Como saber se determinado livro era ou não era divinamente inspirado”. O povo de Deus, ao longo dos séculos, consideraram alguns faltores nessa análise. Mais uma vez cito Geisler e Nix, que definem com propriedade essa questão: “Nunca deixaram de existir falsos livros e falsas mensagens... Por representarem ameaça constante, fez-se necessário que o povo de Deus revisse cuidadosamente sua coleção de livros sagrados. Até mesmo os livros aceitos por outros crentes ou em tempos anteriores foram posteriormente questionados pela igreja. São discerníveis cinco critérios básicos, presentes no processo como um todo: 1) O livro é autorizado — afirma vir da parte de Deus? 2) É profético — foi escrito por um servo de Deus? 3) É digno de confiança — fala a verdade acerca de Deus, do homem etc? 4) É dinâmico — possui o poder de Deus que transforma vidas? 5) É aceito pelo povo de Deus para o qual foi originariamente escrito — é reconhecido como proveniente de Deus?” (GEISLER, Norman. NIX, William. Introdução Bíblica – Como a Bíblia Chegou Até Nós – 5ª imp., ed. Vida, pág. 66 – as palavras em negrito são grifo do comentarista).



III – EXPLICANDO AS DIFERENÇAS ENTRE A BÍBLIA PROTESTANTE, A BÍBLIA CATÓLICA E A BÍBLIA HEBRAICA

Estimado leitor, devemos ter um cuidado aqui para que não haja confusão. Quando uso expressões como “Bíblia Protestante”, “Bíblia Católica” e “Bíblia Hebraica”, não estou querendo dizer que existam várias bíblias. Na verdade, o texto bíblico é único; estou me referindo sim às versões da Bíblia, seja para protestantes, seja para católicos, seja para judeus. Estudiosos de ambos os grupos trabalharam na produção de versões bíblicas e assim continuam fazendo.



1 – Entendendo a diferença. Mas afinal, o que é uma “versão” da Bíblia? Uma versão é uma tradução de uma língua original para outra e, geralmente, o termo “versão” é usado paralelamente com o termo “tradução”. Assim, temos várias versões da Bíblia em vários idiomas (mais de 2.400!), inclusive, são várias versões bíblicas em português. A Bíblia Evangélica (ou Bíblia Protestante) é diferente da católica e da hebraica, pelas seguintes razões:

 A Bíblia católica tem os mesmos 66 livros que a nossa protestante, mas além deles, ela também inclui mais 7 apócrifos e 4 acréscimos, o que perfaz um total de 73 livros (os acréscimos [ou apêndices] não são considerados “livros” propriamente ditos).

 A Bíblia Hebraica não tem os mesmos 66 livros que a nossa protestante, pois ela não inclui o NT. A Bíblia Hebraica é na verdade o nosso AT. A ordem e quantidade em que os livros aparecem também é diferente da nossa, porém, o texto é o mesmo. Portanto, ela não inclui os livros apócrifos.



2 – O que são os livros apócrifos? A palavra “apócrifo” vem do grego apókripho, significa “oculto”, “escondido”. No sentido religioso, “apócrifo” significa “não genuíno”, “espúrio”, desde que foi aplicado por Jerônimo. Esses livros foram escritos no período interbíblico, que vai de 430 a.C. ao nascimento de Jesus. Os escritos apócrifos são em número de 14, sendo 10 livros e 4 acréscimos. A Igreja Católica Romana aceitava todos os 14 até o Concílio de Trento, que ocorreu em 1540, mas a partir daí passou a aceitar somente 11, sendo, como dito anteriormente, 7 livros e 4 acréscimos que constam nas bíblias de edição católico-romana. São eles:

Os sete livros apócrifos são:

1) Tobias (após o livro canônico de Esdras)

2) Judite (após o livro de Tobias)

3) Sabedoria de Salomão (após o livro canônico de Cantares)

4) Eclesiástico (após o livro de Sabedoria)

5) Baruque (após o livro canônico de Jeremias)

6) 1 Macabeu

7) 2 Macabeu (ambos, após o livro canônico de Malaquias).

Os 4 acréscimos, ou apêndices são:

1) Ester (a Ester, 10.4 – 16.24)

2) Cântico dos Três Santos Filhos (a Daniel, 3.24-90)

3) História de Suzana (a Daniel, cap. 13)

4) Bel e o Dragão (a Daniel, cap. 14).

Esses livros foram incluídos pela Igreja Católica Romana no dia 18 de abril, no Concílio de Trento, realizado em 1540. Era uma forma de combater a Reforma Protestante, iniciada pelo monge Martinho Lutero. Os protestantes combatiam com veemência os erros doutrinários do catolicismo romano, como a invocação dos mortos, a doutrina do Purgatório, a venda de indulgências, etc. Vendo nos livros apócrifos base para essas doutrinas, a Igreja Católica Romana os incluiu como livros canônicos.

Sobre essa atitude da Igreja Romana, comenta o Dr. Antonio Gilberto: “A aprovação dos apócrifos pela Igreja Romana foi uma intromissão dos católicos em assuntos judaicos, porque, quanto ao cânon do Antigo Testamento, o direito é dos judeus e não de outros. Além disso, o cânon do Antigo Testamento estava completo e fixado há muitos séculos” (GILBERTO, Antonio. A Bíblia Através dos Séculos. 19ª ad. 2007, CPAD, pág. 65).



3 – Porque não aceitamos os livros apócrifos? Seguem abaixo, amado leitor, algumas razões pelas quais não aceitamos os livros apócrifos como divinamente inspirados. É claro que eles podem e até devem ser consultados como fonte de pesquisa histórica, como é o caso dos dois livros de Macabeus, que descrevem um importante período da história judaica no tempo interbíblico. Vejamos, pois, algumas das razões pelas quais não cremos serem os livros deutero-canônicos (como são chamados pelos católicos) divinamente inspirados:

 Eles não reivindicam para si mesmos a inspiração divina, como vemos nos 66 livros canônicos (que são os livros genuinamente inspirados que constam em nossas bíblias de versão evangélica).

 Eles não são citados pelo Senhor Jesus.

 Eles também não são citados por nenhum escritor do NT como livros divinamente inspirados.

 Eles contém ensinos contrários ao ensino geral da Bíblia.

 Eles nunca fizeram parte do cânon hebraico.

 Autoridades da Igreja como Agostinho, Atanásio e Jerônimo não reconheceram esses livros como procedentes de Deus. Jerônimo, que foi o tradutor da Vulgata (405 d.C.), incluiu os apócrifos, mas fez assim porque isto lhe foi ordenado e recomendou que esses livros não poderiam servir como base de doutrina. Martinho Lutero, que

 traduziu a Bíblia para a língua alemã, incluiu seis livros apócrifos ao final de sua Bíblia alemã, mas escreveu o seguinte sobre eles: “Apócrifos: estes livros não são considerados iguais às Sagradas Escrituras, embora sejam úteis e bons para leitura”.

 Flávia Josefo, que escreveu a obra Antiguidades Judaicas, publicada no Brasil pela CPAD sob o título História dos Hebreus e que é considerada a maior fonte de informações sobre o povo judeu depois da Bíblia, pois Josefo viveu entre 33 e 107 d.C., rejeitou totalmente os livros apócrifos.



CONCLUSÃO

Acreditamos que o presente assunto, abordado nesta lição, possa ter sido motivo de surpresa para o aluno, haja vista não ser muito comum uma temática como esta ser abordada numa revista de Escola Dominical. Mas ficamos felizes por isto, pois é um assunto por demais interessante e que precisa ser conhecido pelo povo de Deus com maior profundidade. Estudar o cânon da Bíblia é entender que uma coisa é Deus entregar uma revelação, outra coisa é essa revelação ser reconhecida como procedente dEle e então ser aceita e recebida pelo Seu povo. A canonicidade bíblica é justamente isso: o reconhecimento e a consequente aceitação dos livros bíblicos pelo povo de Deus através dos séculos como sendo procedente de Deus. Quanto à isto, não resta dúvidas! Amém!











____________________ENRIQUEÇA O SEU VOCABULÁRIO________________



 Avolumar = Aumentar em volume.

 Protestante = Aquele que faz parte do protestantismo, que é o movimento liderado pelo monge Martinho Lutero, que teve como marco inicial o ano de 1517, quando ele afixou as suas 95 teses, contestando a venda de indulgências pela Igreja Católica Romana, além de defender a doutrina da graça e a salvação somente pela fé em Cristo Jesus.



_____________________________EXERCÍCIOS_____________________________

1) Qual o significado literal da palavra cânon?

R: __________________________________________________________

2) Qual o sentido da palavra cânon no contexto do nosso estudo, ou seja, no contexto da bibliologia?

R: _________________________________________________________

3) O que é uma versão da Bíblia?

R: ________________________________________________________

__________________________________________________________

4) De forma resumida, explique o que são os livros apócrifos:

R: ________________________________________________________

__________________________________________________________

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5) Cite pelo menos três evidências de que os livros apócrifos não são divinamente inspirados:

R: _________________________________________________________

____________________________________________________________

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LIÇÃO 6

____________A PRESERVAÇÃO E A TRADUÇÃO DA BÍBLIA:______________

___________ENTENDENDO COMO ELA CHEGOU ATÉ NÓS_______________



TEXTO BÍBLICO CENTRAL

“Passará o céu e a terra, porém as minhas palavras não passarão”.

Mateus 24.35



___________________________VERDADE PRÁTICA_______________________

Podemos afirmar com toda a certeza que o trabalho de tradução do Livro Santo é um ministério, um maravilhoso ministério, através do qual Deus mesmo tem cuidado para que Sua Palavra seja preservada e alcance à milhões de pessoas em todo o mundo. Oremos pelas sociedades bíblicas que desempenham este árduo trabalho, difundindo assim a Palavra de Deus pelas diversas culturas.





___________________LEITURA BÍBLICA EM CLASSE_____________________

Neemias 8.1-9



1 – Em chegando o sétimo mês, e estando os filhos de Israel nas suas cidades, todo o povo se ajuntou como um só homem, na praça, diante da Porta das Águas; e disseram a Esdras, o escriba, que trouxesse o Livro da Lei de Moisés, que o Senhor tinha prescrito a Israel.

2 – Esdras, o sacerdote, trouxe a Lei perante a congregação, tanto de homens como de mulheres e de todos os que eram capazes de entender o que ouviam. Era o primeiro dia do sétimo mês.

3 – Eleu no livro, diante da praça, que está fronteira à Porta das Águas, desde a alva até ao meio-dia, perante homens e mulheres e os que podiam entender; e todo o povo tinha os ouvidos atentos ao Livro da Lei.

4 – Esdras, o escriba, estava num púlpito de madeira, que fizeram para aquele fim; estavam em pé junto a ele, à sua direita, Matitias, Sema, Anaías, Urias, Hilquias e Maaséias; e à sua esquerda, Pedaías, Misael, Malquias, Hasum, Hasbadana, Zacarias e Mesulão.

5 – Esdras abriu o livro à vista de todo o povo, porque estava acima dele; abrindo-o ele, todo o povo se pôs em pé.

6 – Esdras bendisse ao Senhor, o grande Deus; e todo o povo respondeu: Amém! Amém! E, levantando as mãos; inclinaram-se e adoraram o Senhor, com o rosto em terra.

7 – E Jesua, Bani, Serebias, Jamim, Acube, Sabetai, Hodias, Maaséias, Quelita, Azarias, Jozabade, Hanã, Pelaías e os levitas ensinavam o povo na Lei; e o povo estava no seu lugar.

8 – Leram no livro, na Lei de Deus, claramente, dando explicações, de maneira que entendessem o que se lia.









____________________________LEITURA DIÁRIA__________________________



31. Segunda – Jo 19.19-21 – Jesus declarado Rei em três idiomas.

32. Terça – At 26.14 – Jesus fala com Paulo em sua língua materna.

33. Quarta – Ap 5.9 – Diversos povos e culturas adoram a Deus em suas próprias línguas.

34. Quinta – Sl 46.10 – Deus é exaltado entre as diversas nações.

35. Sexta – Sl 57.9 – O salmista louva a Deus entre os povos.

36. Sábado – At 8.26-37 – O evangelho é pregado a um africano.





COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO

Nesta lição estaremos estudando um assunto da mais alta relevância para nós que amamos a Bíblia Sagrada – comentaremos sobre a preservação e a tradução da Bíblia –, fatores esses que contribuíram para que ela chegasse até nós, hoje. Na própria Escritura podemos ver que o Evangelho é supracultural, ou seja, não está limitado à uma cultura apenas, mas alcança a todos os povos, indistintamente, como vemos, por exemplo, em Atos 17.22-31, ocasião em que Paulo se dirige aos cidadãos de Atenas, um centro cultural daqueles dias, para lhes anunciar a salvação em Cristo.

Como já dito anteriormente, a Bíblia já foi traduzida total ou parcialmente, para mais de 2.400 idiomas, em todo o mundo. Que Deus sempre quis comunicar Sua mensagem ao homem na sua língua materna, não restam dúvidas. É o que vemos por claras evidências na própria Bíblia. Ora, o hebraico foi a língua em que o próprio Deus falou! É o que vemos quando Deus se revelou a Paulo, dirigindo-se a ele na sua própria língua materna, o hebraico, embora ele falasse outros idiomas (cf. At 26.14).



I – MATERIAIS PRIMITIVOS EM QUE A BÍBLIA FOI ESCRITA



1 – O papiro. O papiro é, na verdade, o nome de uma planta aquática muito comum no Antigo Egito. Essa planta nasce nas margens de rios, lagoas e é encontrada em alagadiços. Na fabricação da folha de papiro usava-se o talo dessa planta, o qual era cortado em finas tiras as quais iam sendo sobrepostas umas às outras, até formar uma folha. Até a invenção do papel pelos chineses (séc. II d.C.) e a sua difusão na Síria e no Egito nos séculos VII e VIII d.C., o papiro foi largamente utilizado no mundo antigo.



2 – O pergaminho. É feito de pele de animais, que era curtida e preparada para a escrita. É mais durável que o papiro. Foi muito usado nos códices e a sua utilização generalizada vem desde os primórdios do cristianismo; porém, já é citado em Isaías 34.4. Conta-se interessante fato à respeito da origem do nome pergaminho. Ele é originado da cidade de Pérgamo, cidade da Ásia Menor. O seu rei, chamado Eumenes II (197-159 d.C.), que foi o seu maior rei, queria formar uma biblioteca maior que a de Alexandria, no Egito, que tinha um milhão de volumes! O rei do Egito, por inveja, proibiu a exportação de papiro para Pérgamo, o que obrigou Eumenes a recorrer a outro material para a escrita. Este fato incentivou o surgimento de uma nova técnica para preparar peles, que resultou no pergaminho. O pergaminho é citado no NT em 2 Timóteo 4.13 e Apocalipse 6.14.



II – FORMATOS PRIMITIVOS EM QUE A BÍBLIA FOI ESCRITA

Os livros na Antiguidade não tinham o formato que tem agora e a escrita era bem mais difícil e mais sacrificante. Vejamos a seguir os dois principais formatos em que a Bíblia foi escrita:



1 – Rolo. Os livros na Antiguidade tinham o formato de rolo. O códice, que comentaremos logo adiante, é de uso mais recente. Quando lemos na Bíblia a palavra “livro” devemos ter em mente que a referência ali é, na verdade, à um rolo. É por isso que lemos sobre um livro selado com sete selos em Apocalipse (cf. Ap 5.1), pois no tempo de João havia o costume de selar (ou lacrar) um documento importante com sete selos. Na medida em que o rolo ia sendo enrolado, os selos iam sendo aplicados.



2 – Códice. Alguns tratados que versam sobre este assunto costumam usar a palavra “códex” ao invés de “códice”. Na verdade, ambos são a mesma coisa. É que “códex” é latim e “códice” é português. O códice tem o formato de livro moderno e o seu uso apresentava vantagens em relação ao rolo. Enquanto este poderia ser escrito somente de um lado, aquele poderia ser escrito nos dois lados. Além disso, para se ler e estender um rolo era preciso utilizar as duas mãos, enquanto que com o códice apenas uma mão bastava. Verificar uma citação num rolo era bem mais difícil do que fazê-la num códice. O uso do códice remonta ao século I d.C., quando foi substituindo progressivamente o rolo. Inicialmente, era feito de papiro, mas a partir do quarto século d.C. o códice já era feito de pergaminho.



III – TRADUZINDO O LIVRO SANTO

Porque traduzir a Bíblia para outros idiomas? Como bem sabemos, a Bíblia foi escrita originalmente em três antigos idiomas: o hebraico e o aramaico (AT) e o grego coiné (NT). O querer de Deus, no entanto, é que Sua Palavra escrita alcançasse a todos os povos. Isto se vê num fato maravilho: enquanto a revelação do AT foi dada exclusivamente ao povo judeu, e em sua língua materna – o hebraico –, a revelação do NT, que alcança judeus e gentios, foi dada na língua grega – o grego coiné. O que o inglês é para nós, hoje, o grego era para os povos daqueles tempos. Era uma língua falada em todo o Império Romano. O evangelho sendo pregado nesse idioma poderia ser entendido por praticamento todo o mundo da época. Uma língua conhecida por todos fazia parte da preparação do mundo por Deus a fim de receber Seu Filho Unigênito, Jesus.





1 – As primeiras traduções da Bíblia. Enquanto a Igreja Católica Romana proibia a leitura da Bíblia pelo povo comum, não aceitando jamais a sua tradução para outro idioma além do latim, grandes homens de Deus do passado sonhavam em traduzi-la para suas línguas pátrias, homens tais como John Wycliffe (13820-1384), considerado a “estrela da manhã da Reforma Protestante”, que foi o primeiro a traduzir a Bíblia completa para o inglês. Outro conhecido tradutor da Bíblia foi William Tyndale (1492-1536), que foi o primeiro a traduzir diretamente do grego o NT para o inglês. Ele disse, certa feita, à um oponente: “Eu desafio o Papa e todas as suas leis; se Deus poupar a minha vida, antes de muitos anos eu farei com que um menino que maneja o arado saiba mais das Escrituras do que tu o sabes”. Martinho Lutero, quando pela primeira vez folheava uma Bíblia latina, exclamou: “Oh! Quem dera Deus me desse tal livro!” Aquele Livro ele nunca vira antes, pois só tinha ouvido porções dos evangelhos e epístolas, até então. Ele também desejava “levar” a Bíblia para o povo alemão. Foi assim que ele traduziu a Bíblia para a língua alemã enquanto esteve refugiado em um castelo, na Alemanha. Mas, para falarmos sobre as primeiras traduções da Bíblia temos de voltar bem mais no tempo. Quando o povo judeu voltou do cativeiro babilônico, no quinto século a.C., ele não falava mais o hebraico, mas sim o aramaico. Para poder entender a leitura das Escrituras, que era feita em hebraico, o povo necessitou de explicações orais em aramaico. Mais tarde, essas explicações passaram a ser escritas. São elas que recebem o nome de Targumim, que é o plural de Targuns, que em hebraico significa “tradução”. Dez Targumim permaneceram. Entre os séculos III e II a.C. foi produzida a Septuaginta, também conhecida como “versão dos setenta”, pois foi preparada por 70 ou 72 eruditos, que traduziram o AT hebraico para o grego. Esse trabalho foi feito em Alexandria, Egito, a fim de atender aos muitos judeus que ali residiam e não conheciam o hebraico. O termo Septuaginta vem do grego e significa “setenta”. Essa versão é geralmente representada pelos algarismo romanos LXX, que correspondem a 70. A LXX é uma versão de suma importância, pois foi ela que acabou com o abismo que existia entre o mundo grego e o AT, escrito até então somente em hebraico. No mundo antigo, foi usada por judeus em todas as partes. Outra importante tradução da Bíblia o final do século IV e início do século V d.C. Essa foi uma tradução da Bíblia completa para o latim e recebeu posteriormente (séc. VI d.C.) o nome de Vulgata, palavra esta que vem do latim vulgos e significa “povo”, isto porque esta versão se tornou muito popular. Jerônimo havia estudado por 20 anos o hebraico com rabinos de Belém da Judéia e isso o capacitou a traduzir o AT diretamente do hebraico. A Vulgata foi decretada a versão oficial da Igreja Católica Romana, no Concílio de Trento, em 1546. Jerônimo incluiu os livros apócrifos, mas não os recomendou como divinamente inspirados. Não poderia concluir este tópico sem citar, é claro, a versão de João Ferreira de Almeida, a primeira tradução da Bíblia para o português. Almeida foi ministro do Evangelho na Igreja Reformada Holandesa, na cidade de Batávia, que era em sua época a capital da ilha de Java, na Oceania – Java hoje é capital da Indonésia, que se chama Djakarta. Almeida traduziu primeiro o NT e depois o AT. Em 1670 ele concluiu a tradução do NT, mas não concluiu a do AT, foi até Ezequiel 48.21, falecendo então em 1691, aos 63 anos. Missionários, que eram seus amigos, completaram a tradução.



III – A BÍBLIA NÃO ERRA!

É importante frisarmos aqui que é comum haver erros nas várias traduções existentes, como vemos por exemplo na ARC (Almeida Revista e Corrigida) que traduziu assim o versículo 22 do capítulo 41 de Jó: “No seu pescoço pousa a força; perante ele, até a tristeza salta de prazer”. Já a NVI (Nova Versão Internacional) traduziu o mesmo versículo assim: “Tanta força reside em seu pescoço que o terror vai adiante dele”. Você observou que contraste? A diferença de uma versão para outra? Neste caso, a NVI traduziu corretamente a passagem citada. Você poderá verificar que outras versões também traduzem corretamente a referidada passagem, como a ARA (Almeida Revista e Atualizada) e NTLH (Nova Tradução na Linguagem de Hoje). Mas o erro em questão aqui, não é da Bíblia e sim da comissão de tradução da ARC. Quero lembrar, é claro, que erros assim não são suficientes para desmerecer toda uma versão, como no caso da ARC, que é uma excelente versão da Bíblia, além de ser muito querida pelo povo evangélico brasileiro. Diante desses aparentes erros na Bíblia, devemos pensar nas já conhecidas e apropriadas palavras de Agostinho com relação à isso: “Num caso desses, deve haver erro do copista, tradução mal feita do original, ou então sou eu mesmo que não consigo entender”. Portanto, nunca devemos pensar logo de início que a Bíblia está errada. A falha é sempre do lado humano.



CONCLUSÃO

Enfim, glorifiquemos a Deus que tem provido que Sua Palavra chegue até nós, de modo que nós possamos receber sua mensagem. Em 1212, a Igreja Romana proibiu a leitura da Bíblia pelo povo simples, mas Deus, que derruba muralhas, levantou homens que se opuseram a isto e trabalharam, mesmo sob pena de morte, na tradução das Sagradas Escrituras, levando a Bíblia ao povo comum, de modo que não somente os padres tivessem acesso às Escrituras. Hoje, a Bíblia pode ser levada até no bolso! Devemos muito aos reformadores do passado, pois foram eles que Deus usou para abrir o caminho para que Sua Santa Palavra fosse difundida, com está hoje, em todo o mundo. Eles exclamavam Sola Escriptura, que significa “Somente as Escrituras”. Que possamos, hoje, de igual modo, desejar somente as Escrituras, como doutrina, como norma de vida, como guia infalível. Deus o abençoe!























_____________________ENRIQUEÇA O SEU VOCABULÁRIO_______________

 Conotação = Sentido figurado, ou subjacente, às vezes de teor subjetivo, que uma palavra ou expressão pode apresentar paralelamente ao sentido em que é empregada.

 Supracultural = Acima ou anterior a qualquer cultura e civilização.





_____________________________EXERCÍCIOS____________________________

1) Quais foram os dois principais materiais em que a Bíblia foi originalmente escrita?

R:____________________________________________________________

2) Quais foram os formatos primitivos da Bíblia?

R: ________________________________________________________

3) Porque traduzir a Bíblia para outros idiomas?

R: ________________________________________________________

4) Qual versão da Bíblia foi preparada por 70 ou 72 eruditos que traduziram todo o AT do hebraico para o grego?

R: ________________________________________________________

5) Quem foi o primeiro a traduzir quase toda a Bíblia para o português?

R: ____________________________________________________________

































LIÇÃO 7

__________________A BÍBLIA E A SUA MENSAGEM___________________



TEXTO BÍBLICO CENTRAL

“Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino,

para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça”.

2 Timóteo 3.16



_________________________VERDADE PRÁTICA_________________________

É a inspiração divina da Bíblia que a distingue de todos os demais livros do mundo, tornando-a assim o Livro incomparável. Sua mensagem procede de Deus, é a revelação de Deus ao homem a fim de conduzi-lo a Salvação Eterna. A Bíblia toda é a Palavra de Deus, por isso fazemos muito bem em nos atermos à ela.





_______________________LEITURA BÍBLICA EM CLASSE_________________

2 Timóteo 3.10-17



10 – Tu, porém, tens seguido, de perto, o meu ensino, procedimento, propósito, fé, longanimidade, amor, perseverança,

11 – as minhas perseguições e os meus sofrimentos, quais me aconteceram em Antioquia, Icônio e Listra, – que variadas perseguições tenho suportado! De todas, entretanto, me livrou o Senhor. 12 – Ora, todos quantos querem viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos.

13 - Mas os homens perversos e impostores irão de mal a pior, enganando e sendo enganados. A inspiração, valor e utilidade das Santas Escrituras 14 – Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste e de que foste inteirado, sabendo de quem o aprendeste

15 – e que, desde a infância, sabes as sagradas letras, que podem tornar-te sábio para a salvação pela fé em Cristo Jesus.

16 – Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça,

17 – a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra.



____________________________LEITURA DIÁRIA__________________________



37. Segunda – Ez 3.27 – Deus fala por intermédio do profeta.

38. Terça – Mc 7.10-13 – A Bíblia é a Palavra de Deus.

39. Quarta – Jr 1.4 – A Palavra do Senhor vinda ao profeta.

40. Quinta – 1 Pe 1.21 – Bíblia – produto da vontade de Deus.

41. Sexta – Pv 30.5 – A Palavra de Deus é pura.

42. Sábado – 2 Sm 23.2 – Deus fala por intermédio de Davi.



COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO

A Bíblia possui características únicas à ela, tornando-a o Livro incomparável por excelência. Ela é inerrante – não comete erros em nenhum campo, seja doutrinário, seja histórico, seja científico, etc., enfim, ela não erra! A Bíblia é também universal, ou seja, embora escrita no contexto judaico, não ficou ela restrita somente ao povo judeu; ela alcança com sua mensagem a todos os povos da terra. Quando lemos o Salmo 23, por exemplo, temos a impressão de que ele foi escrito unicamente para nós! A Bíblia também é sempre atual, nunca fica velha; nunca precisou ser atualizada, como precisam os demais livros do mundo. Dizer que ela se renova a cada manhã é um grave erro, pois algo para se renovar precisa ficar velho e esse não é o caso da Bíblia Sagrada – ela é sempre nova, sempre inegostável! Essas e outras são algumas peculiaridades da Bíblia que advém da sua inspiração divina, ou seja, é essa inspiração divina que dá a Bíblia essas características. Em mais uma lição sobre o Livro incomparável estudaremos juntos sobre a a mensagem da Bíblia, ou seja, a Bíblia como Palavra de Deus.





I – O QUE É INSPIRAÇÃO

Quando lemos e estudamos a Bíblia Sagrada, Deus está a falar conosco por intermédio dela. Fazendo isto, sentimos a gloriosa presença do Espírito Santo conosco. Você já chorou sobre as páginas sagradas, amado leitor? De fato, a Bíblia leva-nos a conhecer ao Senhor e a Sua santa vontade. É impossível para o crente que deseja crescer a cada dia mais em Cristo abrir mão de estar em comunhão com a Palavra. Não fosse a inspiração ímpar da Bíblia ela não passaria de apenas mais um livro qualquer. É a inspiração divina que acha-se na Bíblia que a torna o Livro dos livros, a Palavra de Deus. Estudar sobre a Bíblia requer que estudemos sobre a sua divina inspiração. Nisto concordam autoridades no assunto. Por isso, entedamos primeiro o que é inspiração.



1 – Definição etimológica. A palavra inspiração tem sua origem em dois vocábulos gregos; são eles: Theos, que significa “Deus”, e pneustos, que significa “sopro”. Assim, literalmente a palavra inspiração significa “sopro de Deus”, ou “aquilo que é dado pelo sopro de Deus”. No nosso processo fisiológico de respiração, a inspiração consiste em introduzir o ar para dentro dos pulmões. Isso ilustra muito bem o processo de inspiração divina sobre os escritores bíblicos: Deus introduziu neles o Seu Espírito, o Espírito Santo, levando-os a produzir o texto bíblico. Que coisa gloriosa!



2 – Definição teológica. Teologicamente falando, inspiração é “ação sobrenatural do Espírito Santo sobre os escritores sagrados, que os levou a produzir, de maneira inerrante, infalível, única e sobrenatural, a Palavra de Deus – a Bíblia Sagrada” (Pastor Claudionor de Andrade – Dicionário Teológico – CPAD).



3 – Várias teorias da inspiração da Bíblia. São várias as posições quanto à este assunto. A teoria do ditado verbal ensina que as palavras da Bíblia foram, literalmente, ditadas por Deus, uma a uma. Augustus H. Strong, conhecido teólogo que escreveu uma Teologia Sistemática, defende a idéia de conceitos inspirados, ou seja, Deus inspirou os conceitos, as idéias, mas não as palavras do texto bíblico, as expressões literárias. Há também o conceito da iluminação que defende não serem todas as partes da Bíblia divinamente inspiradas, ou seja, que a Bíblia apenas contém a Palavra de Deus. Já o conceito da intuição vai mais longe no absurdo de ensinar que a Bíblia nada mais é do que uma espécie de registro do folclore judaico, não tendo qualquer credibilidade histórica. Para eles, o que é denominado de inspiração divina não passa de uma intensa intuição humana – não há qualquer elemento divino no texto bíblico. O conhecido teólogo do século 20, Karl Barth, defende que a medida em que o homem da atualidade se encontra com a Bíblia, ela se torna a Palavra de Deus para ele, pois a Bíblia é na verdade a revelação divina aos homens de Deus de eras passadas.



4 – A correta doutrina da inspiração da Bíblia. É preciso que digamos aqui que grandes e conceituados estudiosos cristãos de nosso tempo defendem outra posição. A doutrina da inspiração da Bíblia deve ser corretamente entendida pelo crente. As outras posições apresentadas no pensamento anterior apresentam sérias deficiências, as quais não comentaremos aqui por falta de espaço. Mas, ao conhecer a correta doutrina da inspiração da Bíblia saberá você identificar os erros contidos nas posições anteriores. Os doutores Geisler e Antonio Gilberto, dois dos maiores estudiosos de Bíblia de nosso tempo, defendem a doutrina da inspiração plenária e verbal da Bíblia Sagrada. Essa doutrina ensina que todas as partes da Bíblia são igualmente inspiradas (essa é a inspiração plenária) e que todas as palavras da Bíblia (no original) foram também inspiradas por Deus (essa é a inspiração verbal). Há que se dizer porém, que essa inspiração – plenária e verbal – não eliminou os estilos de cada escritor. Cada um escreve de forma particular. Olhe por exemplo as cartas paulinas e as cartas de Pedro; são diferentes em seu estilo. A Bíblia registra até mesmo traços do escritor enquanto ele estava escrevendo. Paulo, por exemplo, teve um lapso de memória enquanto escrevia 1 aos Coríntios. Veja o que ele diz: “Assim ninguém pode dizer que vocês foram batizados em meu nome. (Ah! Sim. Batizei também Estéfanas e a família dele, mas não lembro de ter batizado mais ninguém.)” (1 Co 1.15,16 – NTLH). Usei aqui uma versão numa linguagem mais recente para que ficasse mais claro o sentido da passagem. Veja que Paulo inseriu no texto bíblico um traço pessoal. Isso é uma clara evidência de que os escritores bíblicos foram levados pelo Espírito Santo a escreverem aquilo que seria a Palavra de Deus em sua totalidade, sem, no entanto, serem tais como máquinas que funcionam mecanicamente. Como podemos ver, a inspiração da Bíblia é um milagre extraordinário que somente o Senhor poderia efetuar. Louvemos ao Senhor por isso!

II – EXPLICANDO A DIFERENÇA ENTRE

“INSPIRAÇÃO” E “REVELAÇÃO” NA BÍBLIA

É preciso que neste tópico façamos um esclarecimento do que é “inspiração” e o que é “revelação” na Bíblia Sagrada. A primeira, como já foi explicado, é a ação sobrenatural do Espírito Santo sobre os escritores bíblicos, levando-os a produzir os livros da Bíblia sem contudo violar a sua personalidade própria. Isso é um milagre extraordinário que somente Deus poderia realizar! Eles escreveram em seus próprios estilos, mas movidos pelo Espírito de Deus, de modo que o que eles escreveram é a Palavra de Deus. Já a revelação consiste em Deus revelar algo ao escritor bíblico que ele não sabia de antemão, algo que ele não poderia saber por si mesmo. Temos vários casos desses na Bíblia Sagrada, como por exemplo, quando Daniel não somente revela o sonho que o rei Nabucodonosor havia tido, mas também o interpreta, declarando eventos futuros (Dn 2). O apóstolo Paulo de igual forma disse que o evangelho que pregava não havia recebido de nenhum homem, mas do próprio Jesus: “Faço-vos, porém, saber, irmãos, que o evangelho por mim anunciado não é segundo o homem, porque eu não o recebi, nem o aprendi de homem algum, mas mediante revelação de Jesus Cristo” (Gl 1.11,12). É bem possível também que os primeiros capítulos de Gênesis sejam fruto direto da revelação de Deus a Moisés. Alguém pode perguntar: “Como poderia Moisés escrever sobre eventos que eram bem anteriores à Ele?” Ora, a resposta é que Deus mesmo pode ter revelado a Ele. Como podemos ver, nem sempre a inspiração irá consistir numa revelação, pois na inspiração o escritor fala daquilo que ele já conhecia (cf. 1 Co 1.14 onde Paulo fala de algo que ele havia feito). Tenhamos, porém, o cuidado para não pensar que os textos revelados não são inspirados, estamos apenas mostrando a diferença entre aquilo que foi escrito por revelação de Deus ao escritor daquilo que foi escrito dentro dos domínios de conhecimento do próprio escritor bíblico.



III – EVIDÊNCIAS DA INSPIRAÇÃO DIVINA DA BÍBLIA

Neste tópico, veremos algumas evidências que comprovam que a Bíblia é divinamente inspirada. Como é glorioso e gratificante para nós, que cremos plenamente na Bíblia, conhecer essas evidências que comprovam a divina inspiração que repousa sobre a Palavra escrita de Deus. Essas evidências permanecem pela soberana vontade e providência de Deus, por isso é bom que nós as conheçamos. Elas vêm somente confirmar aquilo que já abraçamos pela fé.



1 – A unicidade da Bíblia. Uma das leis de interpretação das Sagradas Escrituras mais aceita universalmente entre os estudiosos é a chamada lei do contexto. Ela considera o “antes” e o “depois” da passagem, do texto ou do assunto que se está estudando na Bíblia. Essa lei de interpretação bíblica jamais existiria não fosse a unidade e harmonia da Bíblia. A Bíblia não entra em contradição em suas doutrinas. Às vezes um assunto começa em Gênesis e termina no Apocalipse. Isso é maravilhoso e revela que a Bíblia só pode ser obra de Deus. Como poderiam 40 homens vivendo em épocas, lugares e circunstâncias diferentes escreverem 66 livros que se harmonizam tão perfeitamente? A explicação mais plausível é a de que somente Um os guiava na escrita dos livros bíblicos – Deus!



2 – O testemunho do Fiel Intérprete das Escrituras no interior do crente. Não temos dúvida alguma de que o Fiel Intérprete das Sagradas Escrituras é o Espírito Santo. Jesus disse à respeito dEle: “quando vier, porém o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade” (Jo 16.13). A maior evidência de que a Bíblia é divinamente inspirada é esta – o testemunho do Espírito de Deus dentro do crente, no seu íntimo. Tão logo uma pessoa se entrega a Cristo, ela demonstra interesse pela Bíblia, o que é sinal de genuína conversão. É o Espírito Santo que nos guia e “abre” as Escrituras para nós.



3 – Jesus aprova a Bíblia. De várias maneiras o Mestre Jesus aprovou a Bíblia: Ele viveu de acordo com a Bíblia (Lc 24.44); ensinou a Palavra de Deus (Mc 11.17; Lc 24.27); em sua vida terrena, cumpriram-se as profecias do AT (Mt 26.54,56; Mc 15.28; Lc 4.21; Jo 19.36); Ele se referiu às Escrituras como Palavra de Deus (Mc 7.13). Quando tentado pelo Diabo no deserto, o Senhor Jesus o venceu citando as Sagradas Escrituras (Ele citou Deuteronômio 8.3; 6.16 e 6.13 – nessa ordem).



4 – As profecias bíblicas se cumprem! Essa é uma das evidências mais surpreendentes da origem divina da Bíblia – o fiel cumprimento das profecias bíblicas. Fatos preditos séculos antes nas Escrituras cumpriram-se fielmente e cumprem-se até hoje, diante dos nossos olhos. O que dizer das profecias à respeito de Jesus? Sobre esse assunto, o teólogo John R. Higins comenta: “Alguns têm sugerido que as profecias não predisseram as atividades de Jesus, mas que o próprio Jesus agiu deliberadamente para cumprir o que fora dito no Antigo Testamento. Muitas das predições específicas, porém, estavam além do controle ou manipulação humanos. E os cumprimentos das predições não eram meras coincidências, levando-se em conta o número significativo das pessoas e eventos envolvidos. Peter Stoner examinou oito das predições a respeito de Jesus, concluindo que, na vida de uma só pessoa, a probabilidade de elas se coincidirem era de l e 10 elevado a 17 (1 em 100.000.000.000.000.000 [1 em 100 quatrilhões – grifo meu!]). A única explicação racional de tantas predições exatas, específicas, a longo prazo, é que o Deus onisciente, soberano sobre a história, haja revelado tais conhecimentos aos escritores sagrados” (HIGGINS, John R. Teologia Sistemática – Uma Perspectiva Pentecostal – editado por Stanley M. Horton – CPAD, p. 91).



5 – A Bíblia forma caráter. Olhai para as pessoas que amam e cumprem em suas vidas a Palavra de Deus. Como são melhores para a família, para a Igreja, para a sociedade, enfim, para todos à sua volta. A Bíblia tem a capacidade de atingir não apenas o intelecto humano, mas também o seu coração. Quando o homem volta-se para a Palavra de Deus, ela é para ele tal qual um espelho que lhe mostra suas imperfeições e carências e apresenta à ele a solução para o dilema do pecado – Jesus Cristo – o Tema Central das Sagradas Escrituras.

CONCLUSÃO

Robert Lee disse: “Em todas as minhas dificuldades e aflições, a Bíblia nunca deixou de fornecer-me luz e auxílio”. Sendo divinamente inspirada por Deus, tem a Bíblia essa capacidade. Em todos os momentos de sua vida, bons e ruins, pode o crente encontrar na inspirada Palavra de Deus alimento para sua alma. Apeguemo-nos à este tesouro inestimável chamado Bíblia!









____________________ENRIQUEÇA O SEU VOCABULÁRIO________________

 Fisiológico = Que é relativo às funções orgânicas, processos ou atividades vitais, como o crescimento, a nutrição, a respiração, etc.

 Ortodoxo = Referente àquilo que está de acordo com a doutrina tida como verdadeira.

 Peculiaridade = Qualidade do que é peculiar; específico, próprio.

 Teologia Sistemática = É, sem dúvida alguma, a melhor forma de se estudar a Bíblia. É o conjunto lógico e ordenado de doutrinas bíblicas, tais como Bibliologia, Cristologia, Pneumatologia, etc.

 Teoria = Conhecimento especulativo, meramente racional; opiniões sistematizadas, noções gerais.



_____________________________EXERCÍCIOS____________________________

1) Qual o significado teológico da palavra “inspiração”?

R: _____________________________________________________________

____________________________________________________________

2) Qual é a correta doutrina da inspiração divina da Bíblia?

R: __________________________________________________________

3) Qual a diferença entre “inspiração” e “revelação”?

R:_________________________________________________________

4) Cite três evidências da inspiração divina da Bíblia:

R: ________________________________________________________

__________________________________________________________

__________________________________________________________

5) Cite três textos do NT que evidenciam a aprovação de Jesus sobre a Bíblia:

R: _________________________________________________________













LIÇÃO 8

___________________BÍBLIA, O LIVRO INDESTRUTÍVEL!__________________



TEXTO BÍBLICO CENTRAL

“Seca-se a erva, e cai a sua flor, mas a palavra de nosso Deus

permanece eternamente”.

Isaías 40.8



__________________________VERDADE PRÁTICA_________________________

Estejamos atentos! No passado e agora o terrível Adversário procurou e procura incessantemente destruir a Palavra de Deus. No passado ele tentou destruí-la de forma física, ou seja, o Livro; agora, em nosso tempo, ele procura como nunca destruir a mensagem da Bíblia, corrompendo seus ensinos através das heresias que proliferam assustoramente em nosso país. Como nunca antes deve o crente apegar-se à Palavra de Deus – eis um alerta para a Igreja da última hora!





_____________________LEITURA BÍBLICA EM CLASSE____________________

2 Timóteo 3.1-4



1 – Sabe, porém, isto: nos últimos dias, sobrevirão tempos difíceis,

2 – pois os homens serão egoístas, avarentos, jactanciosos, arrogantes, blasfemadores, desobedientes aos pais, ingratos, irreverentes,

3 – desafeiçoados, implacáveis, caluniadores, sem domínio de si, cruéis, inimigos do bem,

4 –traidores, atrevidos, enfatuados, mais amigos dos prazeres que amigos de Deus, 5tendo forma de piedade, negando-lhe, entretanto, o poder. Foge também destes.







____________________________LEITURA DIÁRIA__________________________





43. Segunda – At 17.10,11 – Sigamos o exemplo dos bereanos.

44. Terça – 2 Re 22.8-10 – Deus preserva Sua Palavra no passado.

45. Quarta – 2 Re 22.11-20 – O Livro preservado por Deus traz despertamento espiritual.

46. Quinta – Sl 119.89 – A Palavra de Deus firmada no céu.

47. Sexta – Mt 5.18 – O cumprimento fiel da Palavra de Deus.

48. Sábado – Mt 24.35 – A Palavra de Deus não passa!











COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO

Emílio Castelar, escritor espanhol, declarou o seguinte: “Não compreendo que se tenham posto milhares de obstáculos à propagação da Bíblia, pois ela é a revelação mais pura que de Deus existe na sociedade, na natureza e na história”. De fato, muitos e grandes obstáculos surgiram a fim de impedir a disseminação da Palavra de Deus. Mas ela permanece eternamente, como declarou de forma vívida o profeta Isaías (Is 40.8).



I – A CONSTANTE TENTATIVA DO INIMIGO

DE DESTRUIR O LIVRO SANTO

Em 303 d.C. o imperador romano Diocleciano promulgou três editos de perseguição aos cristãos, pois ele achava que eles estavam rompendo a aliança entre roma e seus deuses. Os editos determinavam a destruição de igrejas, dos manuscritos (que eram exemplares das Sagradas Escrituras) e também determinava a morte dos cristãos. Talvez milhares de manuscritos tenham sido destruídos naquela perseguição que durou até o ano 311.

Passaram-se os séculos e chega o ano 1229, quando a Igreja Católica Romana no seu concílio realizado em Tolosa, proibe então a leitura da Bíblia pelos leigos, sendo que somente o clero romano poderia ter acesso às Escrituras. Mas com a Reforma Protestante no século 16 a Igreja Romana viu-se obrigada a reavaliar a decisão do concílio de Tolosa: ela permitiria a leitura da Bíblia pelos leigos, mas sob as seguintes condições: “a) Que a Bíblia fosse editada ou autorizada pelo clero; b) Que os leigos não formassem juízo próprio dos seus ensinos; c) Que os leigos só aceitassem a sua interpretação quando fei¬ta pelo clero” (OLIVEIRA, Raimundo F. Seitas e Heresias – CPAD). Como podemos ver nesses dois exemplos citados, a Bíblia foi terrivelmente perseguida e ultrajada. Mas aqueles que usados por Satanás tentaram varrer da face da Terra a Bíblia Sagrada perderam a guerra! Ela é hoje o Livro mais lido e mais vendido no mundo todo, para a glória de Deus.

No passado, o Inimigo tentou levar a Bíblia à extinção total, mas não conseguiu. Mas e agora, terá ele cessado seus ataques contra a Palavra de Deus? É claro que não! Como ele não conseguiu destruí-la fisicamente (o Livro) volta-se agora contra a sua mensagem, procurando deturpá-la através das heresias, dos modismos teológicos, da neo-ortdoxia e do modernismo teológico, etc. São vários os ataques dele contra a Bíblia. Amado leitor, como nunca antes estamos vendo o aumento assustador de seitas heréticas em nossa nação e também a proliferação acerelada de modismos teológicos. O que dizer de aberrações doutrinárias como por exemplo a chamada “unção do leão”? A teologia da prosperidade (que vem sendo propalada pelos pregadores da prosperidade na mídia) toma até os nossos púlpitos, em nossas igrejas locais. Modismos teológicos vários surgem diante de nós, desafiando a sã doutrina da Palavra de Deus, pois embora esses ensinos se apresentem como sendo oriundos da Bíblia, nada tem de genuinamente bíblico! O chamado teísmo aberto acaba por negar em seu ensino que o Deus revelado na Bíblia não é onisciente, pois Ele não teria como prever que decisão os anjos e o homem haveriam de tomar. Ora, o Deus revelado na Bíblia não foi pego de surpresa quando do pecado de Lúcifer no Céu e de Adão no Éden. Mas não é isso que os defensores do teísmo aberto ensinam. São ensinos antigos, eles vem desde os dias da Igreja primitiva, mas que se apresentam com roupagem nova, enganando a muitos por falta de conhecimento sadio da Palavra de Deus. É Satanás que está por trás desses enganos doutrinários, procurando torcer sempre as Sagradas Escrituras. Estejamos como nunca antes apegados ao Livro incomparável, a Bíblia, fonte de toda verdadeira doutrina que procede de Deus.



II – DEUS PRESERVA SUA PALAVRA

“Achei o Livro da Lei na Casa do Senhor”. Foram estas as palavras do sumo sacerdote Hilquias ao escrivão (ou secretário) Safã, quando ele encontrou dentro do templo de Salomão um exemplar, certamente do Pentateuco, que havia estado ali como objeto esquecido (2 Rs 22.8). Isto aconteceu durante as obras de restauração do templo empreendidas pelo jovem rei reformador, Josias, que ainda muito jovem, aos 16 anos, começou a buscar o Senhor (2 Cr 34.3) e aos 26 iniciou a reforma do templo (2 Cr 34.8). O Dr. F. B. Meyer comenta: “Que terrível devastação realizara Manassés, a ponto de todas as cópias da Lei serem destruídas!” Isto porque durante o reinado do ímpio rei Manassés, avô de Josias, cópias da Lei foram destruídas e, segundo uma tradição, foi ele também o responsável pela morte do profeta Isaías. Mas é interessante observarmos como Deus, em Sua providência, cuidou para que a Bíblia da época não se perdesse para sempre. Mediante aquele achado glorioso seguiu-se um grande avivamento.



III – DESENTULHANDO OS POÇOS ANTIGOS

Lemos assim na belíssima passagem de Gênesis 26.18,19: “E tornou Isaque a abrir os poços que se cavaram nos dias de Abraão, seu pai (porque os filisteus os haviam entulhado depois da morte de Abraão), e lhes deu os mesmos nomes que já seu pai lhes havia posto. Cavaram os servos de Isaque no vale e acharam um poço de água nascente”. É interessante observar nessa passagem bíblica que Isaque não cava poços novos, antes, ele desentulha poços que seu pai

Abraão havia cavado, tempos atrás. Fazendo assim, diz a Bíblia que os servos de Isaque encontraram um poço de água nascente, ou como traduziu a ARC, poço de águas vivas. Devemos nós, hoje, de igual forma, não procurar inovações teológicas, que acabam por substituir a impreterível Palavra de Deus. Desentulhemos os poços antigos! Voltemos às verdades centrais da fé cristã, a qual é genuinamente bíblica e cristocêntrica. Se assim fizermos, haveremos de nos deparar com águas vivas – isso nos fala da pureza da doutrina bíblica!

Nos dias de Lutero, na Alemanha do século 16, não foi a invenção de uma nova doutrina que gerou a poderosa e irresistível Reforma, mas sim o retorno à uma doutrina fundamental da Palavra de Deus – a da salvação pela fé em Cristo Jesus – esquecida e substituída pelas falsas doutrinas da venda de indulgências e do Purgatório. Nos dias de Wesley, na Inglaterra do século 18, não foi a invenção de algo novo ou a aplicação na Igreja de uma nova doutrina. Não! Foi o retorno à doutrina bíblica da santidade que promoveu tremendo avivamento que varreu aquela nação! Afinal, é sempre assim quando voltamo-nos para a Palavra de Deus. Jonathan Edwards, quando pregou o famoso sermão “Pecadores nas Mãos de Um Deus Irado” (que ainda fala por dois séculos!), durante o qual as pessoas que o ouviam foram tremendamente impactadas por Deus durante aquela mensagem, também não inovou, ele apenas fez algo “antigo”, já conhecido – ele havia jejuado por 22 horas antes e pregou baseado na boa e sempre nova Palavra de Deus!



CONCLUSÃO

Procuremos beber dos “poços antigos” da inerrante e veraz Palavra de Deus, pautando nela o nosso viver, “até que todos cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo” (Ef 4.13 – ARC). Nesta fonte não hão de faltar águas cristalinas. Aleluia!





































































____________________ENRIQUEÇA O SEU VOCABULÁRIO________________

 Aberração = Ato ou efeito de aberrar; desviar-se das regras naturais; esquisito; anomalia, anormalidade, irregularidade.

 Cristocêntrico = Que tem Cristo como centro.

 Desentulhar = Retirar os entulhos.

 Edito = Parte de lei em que se preceitua alguma coisa; mandato, decreto, ordem.

 Indulgência = Esta palavra significa “clemência, misericórdia”. Era ensinado pela Igreja Católica Romana que era possível obter o perdão e a misericórida divina de modo a estar o penitente livre do purgatório, mediante a compra de indulgências.

 Modismo teológico = É um tipo de ensino teológico que não é duradouro, mas é efêmero, passageiro, sem base na Palavra de Deus – apesar de se apresentar como bíblico.

 Oriundo = Que é procedente de; originário.

 Pautar = Regular, dirigir, orientar.

 Proliferação = É o ato de proliferar; multiplicação; propagação; aumentar em número.

 Promulgar = Ato ou efeito de promulgação; divulgar; publicar.

 Purgatório = Segundo o ensino Católico Romano, é o local para onde vão as almas dos batizados, ficando ali por determinado tempo até que hajam sido purgadas, ou seja, purificadas de seus pecados veniais – que são os pecados que cometemos no dia-a-dia.

 Ultrajar = Ofender a dignidade de; difamar, injuriar, insultar, afrontar.

 Veraz = Verdadeiro.



____________________________EXERCÍCIOS______________________________

Responda

1. Em 303 d.C. o imperador romano Diocleciano promulgou três editos de perseguição aos cristãos quais foram?

R: _____________________________________________________________ _________________________________________________________________

2. No concilio de Tolosa Roma precisou reavaliar a decisão do concílio permitindo a leitura da Bíblia pelos leigos, mas sob quais condições?

R:___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________



LIÇÃO 9

_____________________BÍBLIA, O LIVRO INERRANTE___________________



TEXTO BÍBLICO CENTRAL

“Porque a palavra do Senhor é reta,

e todo o seu procedr é fiel”.

Salmo 33.4



________________________VERDADE PRÁTICA________________________

Sendo a Bíblia procedente de Deus para a humanidade, ela não pode conter erros de nenhuma espécie. Isto é uma maravilha, um milagre para nós – o fato de a Bíblia não errar. Somente um Livro que procede de um Deus inerrante pode ser também inerrante. O fato de a Escritura não conter erros é também um lenitivo para nós, crentes em Jesus, que apoiamo-nos nas Sagradas Escrituras!





___________________LEITURA BÍBLICA EM CLASSE______________________

Números 23.19; João 10.35b; Isaías 55.10,11



Números 23.19 – Deus não é homem, para que minta; nem filho de homem, para que se arrependa. Porventura, tendo ele prometido, não o fará? Ou, tendo falado, não o cumprirá?

João 10.35 – ... a Escritura não pode falhar.

Isaías 55.10,11 – Porque, assim como descem a chuva e a neve dos céus e para lá não tornam, sem que primeiro reguem a terra, e a fecundem, e a façam brotar, para dar semente ao semeador e pão ao que come, assim será a palavra que sair da minha boca: não voltará para mim vazia, mas fará o que me apraz e prosperará naquilo para que a designei.





____________________________LEITURA DIÁRIA__________________________





49. Segunda – Mt 1.22,23 – A precisão no cumprimento da profecia do nascimento do Rei Jesus.

50. Terça – Dn 2.27-49 – A Bíblia não erra na predição do futuro.

51. Quarta – Is 45.1 – Deus chama um rei pelo nome 150 anos antes de seu nascimento!

52. Quinta – Jo 10.35 – A Escritura não falha!

53. Sexta – Jo 17.17 – A Palavra de Deus é a verdade.

54. Sábado – Mc 13.31 – A Bíblia permanece.







COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO

Não é de agora que céticos e críticos vêm procurando encontrar erros no Livro incomparável. Eles fazem de tudo a fim de provar que a Bíblia é antiquada e contém erros, sendo por isso uma fonte insegura. Mas a Bíblia tem dado sinais claros de que em seu conteúdo não existem erros de nenhuma espécie e

em nenhum campo, seja geográfico, seja histórico, seja gramatical, seja doutrinário, seja científico. Ela não erra, pois procede do Deus inerrante que por seu Santo Espírito inspirou os escritores bíblicos. Nesta lição, entenderemos o que é “inerrância bíblica” e veremos que este é um assunto glorioso, que leva-nos a sermos gratos a Deus pela sua infalível Palavra, na qual podemos depositar nossa total confiança.



I – DEFININDO INERRÂNCIA BÍBLICA

Vejamos a seguir o que é a inerrância bíblica:



1 – O que significa “inerrância bíblica?” Inerrância bíblica significa que a Bíblia não contém erros de qualquer espécie. A palavra “inerrância” é definida pelos dicionaristas da seguinte maneira: “Que não pode errar; infalível. Não errante; fixo” (Aurélio). De fato, a Palavra de Deus nunca precisou de uma revisão em seu texto. Note o querido leitor que a Bíblia é um livro extremamente antigo, que foi escrita em línguas antigas, sendo que uma dentre elas é considerada uma língua morta – o aramaico –, pois nem é mais falada como língua corrente. Outras obras também muito antigas foram escritas, e até antes da Bíblia começar a ser redigida, como o Código de Hamurabi, por exemplo, que é 1000 anos mais antigo que o Pentateuco. Essas obras, no entanto, não passam de meras peças de museus. A Bíblia, porém, não perde sua atualidade! Nela, o homem pós moderno encontra a resposta de que precisa para seus dilemas e necessidades atuais.



2 – O grande debate teológico do século 20. A maior controvérsia teológica do século 20 foi justamente em torno deste tema: a inerrância bíblica. Os filósofos, desde o período do Iluminismo, sempre lançaram dúvidas sobre a inerrância da Bíblia, mas entre a comunidade cristã, seja católica, seja protestante, ninguém ousava lançar dúvidas sobre o fato de que a Bíblia não erra em nenhuma parte. Mas com a teologia liberal ganhando espaço e corpo, o que parecia inquestionável foi discutido abertamente entre os acadêmicos: é a Bíblia de fato inerrante?





II – EVIDÊNCIAS DA INERRÂNCIA DA PALAVRA DE DEUS

Uma evidência é uma certeza manifestada através de sinais, de indicativos. Quanto à inerrância da Bíblia, várias são as evidências que a atestam. A seguir, algumas dessas relevantes evidências:



1 – Evidências teológicas. No campo teológico é abundante o número de indicativos que apontam para a inerrância bíblica. Em primeiro lugar, cito o fato de que a Bíblia é de autoria divina. Sendo o Seu Autor inerrante, haverá de ser também a Bíblia inerrante. A Bíblia também foi produzida sob a orientação e supervisão do Espírito Santo, que também é infalível! (cf. 2 Tm 3.16; 2 Pe 1.19-21).



2 – Evidências eclesiológicas. Ou seja, evidências relativas ao posicionamento da Igreja nessa questão. Em resposta aos questionamentos dos teólogos liberais quanto à inerrância das Sagradas Escrituras, eruditos de várias confissões evangélicas reuniram-se em 1978 na cidade de Chicago, nos Estados Unidos, o que resultou num documento conhecido como A Declaração de Chicago, que no artigo 13 afirma o seguinte: “Declaramos que a Bíblia, em sua totalidade, é inerrante, estando, por conseguinte, isenta de toda falsidade, fraude ou engano”. Isso é uma demonstração do reconhecimento da Igreja do Senhor de que a Bíblia é de fato inerrante.



3 – Evidências no campo histórico. A inerrância bíblica pode ser vista também no campo histórico. Cidades, eventos, personagens, enfim, vários fatores relativos à História que são citados pelos escritores bíblicos vêm sendo gradualmente confirmados pela pá do arqueólogos. Recentemente, arqueólogos encontraram o túmulo de Herodes, o Grande, que é citado no NT. Estudiosos questionavam a existência de Herodes, mas esse achado, assim como tantos outros, confirmou mais uma vez o relato bíblico. Um admirável exemplo da precisão da Bíblia quanto a eventos históricos, temos no livro de Atos dos Apóstolos, onde segundo um renomado estudioso, Lucas descreve nos últimos 16 capítulos 84 fatos que foram confirmados por pesquisa histórica e arqueológica.



III – SUPOSTAS CONTRADIÇÕES DA BÍBLIA

É importante que nesta lição abordemos este tema, haja vista que estamos comentando sobre o fato de a Bíblia não conter erros de qualquer espécie. Muitos críticos da Bíblia ao longo do tempo procuram encontrar erros na Bíblia a fim de desacreditá-la. O famoso filósofo francês Voltaire, que era ateu e que morreu em 1778, disse certa vez que o cristianismo seria varrido da face da Terra passando para a História. Curiosamente, cinquenta anos após a sua morte, a Sociedade Bíblica de Genebra estava usando a sua própria casa e a sua impressora para imprimir centenas de Bíblias! Voltaire sim ficou na História, mas a Bíblia continua circulando e como nunca antes! Deus é tremendo! Aleluia! Em 1865, críticos da Bíblia relacionaram 50 supostos erros científicos encontrados nela. Vinte anos depois, nenhum daqueles erros ficou confirmado.

É necessário salientar aqui que na Bíblia não existem erros, mas existem dificuldades. Deus nunca quis que Sua Palavra ficasse inacessível ao povo, mas existem fatores de dificuldade na compreensão do texto bíblico, como por exemplo, as línguas em que ela foi escrita, as quais eram muito diferentes da nossa; também os usos e costumes dos tempos bíblicos que podem levar o leitor mais desavisado a interpretar incorretamente determinadas passagens e assim por diante.

Um bom exemplo de uma aparente contradição na Bíblia é a que lemos em 1 Samuel 6.19, na ARC, onde lemos que o Senhor feriu “cinquenta mil e setenta homens”. Já na ARA lemos que o Senhor feriu apenas “setenta homens”. Como entender isso? Temos diante de nós uma evidência clara de que a Bíblia errou! Certo? Não! Definitivamente não! O biblicista Antonio Gilberto explica: “Há aqui, sem dúvida, problemas na transmissão sucessiva do texto original hebraico. Isto é, falha humana de copista (grifo meu), ocorrida durante os milênios de transmissão do texto bíblico... é preciso explicar que os números no hebraico bíblico são formulados mediante letras do alfabeto. Pequenas alterações nas letras seriam o suficiente para resultar em elevados números”. Assim, a evidência nos mostra que o erro é dos manuscritos, do copista, não do original, o autógrafo. Vemos mais uma vez que a Bíblia é inerrante! Este é dentre vários outros exemplos que poderíamos aqui.



citar, mas não o faremos por falta de espaço. Mas que fique claro que a Palavra de Deus jamais entra em contradição, ela é fiel e verdadeira e podemos depositar nela a nossa confiança.



CONCLUSÃO

O famoso pregador de Londres, Charles Spurgeon, que ficou conhecido como o “príncipe dos pregadores”, declarou: “Os homens, para serem verdadeiramente ganhos, precisam ser ganhos pela verdade”. Joseph Irons também declarou: “Abracemos toda a verdade ou renunciemos totalmente o cristianismo”. Como podemos ver nessas declarações do passado, a verdade de Deus revelada na Bíblia não aceita meios termos – ela é única e suficiente. Por mais que Satanás tente lançar dúvidas sobre a Bíblia Sagrada, ela tem se mantido firme e inabalável. Apeguemo-nos como nunca à Palavra de Deus, a qual “fazeis bem em atendê-la, como a uma candeia que brilha em lugar tenebroso, até que o dia clareie e a estrela da alva nasça em vosso coração, sabendo, primeiramente, isto: que nenhuma profecia da Escritura provém de particular elucidação; porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto, homens [santos] falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo” (2 Pe 2.19-21).





__________________ENRIQUEÇA O SEU VOCABULÁRIO_________________

 Código de Hamurabi = É um dos mais antigos conjuntos de leis já encontrados, e um dos exemplos mais bem preservados deste tipo de documento da antiga Mesopotâmia. Segundo os cálculos, estima-se que tenha sido elaborado por Hamurabi por volta de 1700 a.C.

 Dicionarista = Autor de dicionários.

 Lenitivo = Próprio para lenir; leniente, calmante; alívio, conforto, consolação.

 Pós moderno = Que refere-se à pós-modernidade. A pós modernidade é o período atual pelo qual passa a humanidade; é o período que se segue à modernidade.





______________________________EXERCÍCIOS____________________________

1) Qual o significado da palavra “inerrância”?

R: ________________________________________________________

2) O que é a inerrância bíblica?

R: _________________________________________________________

3) Como ficou conhecido o documento que afirma que “a Bíblia, em sua totalidade, é inerrante, estando, por conseguinte, isenta de toda falsidade, fraude ou engano”?

R:____________________________________________________________________________________________________________________________

4) Cite um exemplo que confirme a precisão histórica da Bíblia:

R: _____________________________________________________________

5) A Bíblia contém contradições?

R:________________________________________________________________________________________________________________________



























LIÇÃO 10

_________________O TESTEMUNHO DA ARQUEOLOGIA_________________

______________EM FAVOR DAS SAGRADAS ESCRITURAS_______________



TEXTO BÍBLICO CENTRAL

“Asseguro-vos que, se eles se calarem, as próprias pedras clamarão”.

Lucas 19.40



__________________________VERDADE PRÁTICA________________________

A arqueologia é uma ciência séria que vêm comprovando o relato bíblico através do intenso trabalho que realiza. De fato, num certo sentido, as pedras estão clamando, confirmando afirmações bíblicas antes questionadas por muitos, mas hoje reconhecidas pelos diversos achados das pás dos arqueólogos.





____________________LEITURA BÍBLICA EM CLASSE_____________________

Isaías 55.6,7,10,11



6 – Buscai o Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto.

7 – Deixe o perverso o seu caminho, o iníquo, os seus pensamentos; converta-se ao Senhor, que se compadecerá dele, e volte-se para o nosso Deus, porque é rico em perdoar.

10 – Porque, assim como descem a chuva e a neve dos céus e para lá não tornam, sem que primeiro reguem a terra, e a fecundem, e a façam brotar, para dar semente ao semeador e pão ao que come,

11 – assim será a palavra que sair da minha boca: não voltará para mim vazia, mas fará o que me apraz e prosperará naquilo para que a designei.





____________________________LEITURA DIÁRIA__________________________





55. Segunda – Gn 23.10-20 – Os heteus – povo confirmado pela arqueologia.

56. Terça – At 13.14 – Antioquia da Psídia – encontrada por um capelão inglês.

57. Quarta – At 19.27 – O famoso templo da deusa Ártemis é encontrado em 1863.

58. Quinta – Mt 2.1-3 – É achado o túmulo de Herodes, o Grande.

59. Sexta – Gn 2.11 – O rio Pisom é encontrado por satélites.

60. Sábado – Gn 11.27-32 – Ur dos Caldeus é descoberta por arqueólogos.









COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO

Veja o que declara o arqueólogo J. Randall Price, que é Doutor em Estudos do Oriente Médio, Mestre em Teologia do Antigo Testamento e em Línguas Semíticas e professor de Arqueologia Bíblica na Universidade do Texas, Estados Unidos: “Durante o meu doutorado nos Estados Unidos, tive o raro privilégio de ensinar arqueologia bíblica numa das quatro maiores universidades de nosso país. Ali tive alguns alunos que haviam crescido no sistema de educação pública, sem acesso às Escrituras, e que ficavam admirados de ver o seu professor segurando a Bíblia numa mão e um livro de arqueologia na outra. Creio que a admiração deles procedia da gradativa constatação de que a Bíblia é história real e que fatos históricos estão com ela entrelaçados”. É sobre este assunto – a arqueologia confirmando a Bíblia – que estudaremos um pouco, nesta lição.



I – O QUE É A ARQUEOLOGIA BÍBLICA

A arqueologia é com toda certeza uma ciência, ainda que relativamente nova. O grande interesse e o consequente início de grandes expedições arqueológicas começaram, mais expressivamente, no século XIX, sendo que várias destas expedições foram patrocinadas por importantes museus. Em sua pesquisa, os arqueólogos se utilizam de outras ciências tais como a química, a antropologia e a zoologia, tornando a arqueologia assim uma ciência composta.

A arqueologia estuda fósseis de animais que foram soterrados, objetos que vieram de antigas civilizações, tais como vasos, pedaços de cerâmicas, etc. Estuda também construções e grandes estruturas como os zigurates e até mesmo cidades inteiras que já foram encontradas, como a bíblica Ur dos caldeus. Estes estudos procuram descobrir como era a cultura e o modo de vida de civilizações antigas. Enfim, detalhes importantes que irão enriquecer o conhecimento acerca da História antiga. Aliás, o próprio nome arqueologia sugere isso, pois significa literalmente “um estudo das coisas antigas”.



1 – Como ocorrem as descobertas arqueológicas? É importante lembrar que descobertas arqueológicas ocorrem de duas maneiras principais: propositalmente e acidentalmente. Quanto à primeira maneira, temos vários exemplos, dentre eles a descoberta do grande templo da deusa grega Ártemis e mais recentemente, o túmulo de Herodes, o Grande, que há muito era procurado pelos arqueólogos. Só uma pequena observação: quando digo propositalmente refiro-me ao trabalho intencional dos arqueólogos em explorar determinado sítio arqueológico, embora as descobertas sejam mesmo imprevisíveis. Mesmo que estes estudiosos tenham algum alvo em vista, é bem possível que outras descobertas inesperadas possam ser feitas ali ou mesmo o que eles esperam encontrar não esteja naquele local. Quanto às descobertas acidentais, temos como exemplo os manuscritos do mar morto, os quais foram encontrados de forma inesperada por um beduíno em busca de uma cabra perdida. Este achado, a propósito, foi um dos mais extraordinários de todos os tempos!



2 – A contribuição dada pela arqueologia bíblica. A arqueologia muito tem contribuído para confirmar a veracidade e a exatidão do texto bíblico. Devido à grande quantidade de achados que estão relacionados à História bíblica, existe então uma designação específica para este ramo da arqueologia – chama-se arqueologia bíblica –, que trata de descobertas relacionadas à História bíblica.

“A arqueologia desempenha o serviço muito útil de nos ajudar a compreender a Bíblia. Ela revela como era a vida nos tempos bíblicos, o que as passagens obscuras realmente significam, e como as narrativas históricas e o contexto da Bíblia devem ser entendidos. O estudo arqueológico também ajuda a confirmar a precisão do texto bíblico e seu conteúdo... Tem ajudado a estabelecer a precisão do grego e hebraico originais e a mostrar que o texto bíblico tem sido transmitido com um alto grau de precisão. Também confirmou a precisão de muitas das passagens das Escrituras, como por exemplo, declarações relativas a vários reis e toda a narrativa patriarcal... Até o momento não há sequer uma demonstração conclusiva da arqueologia de que a Bíblia possa estar errada” (Dicionário Bíblico Wycliffe – CPAD, 2ª ed., pág. 193 – grifo meu).



II – CONFIRMAÇÕES ARQUEOLÓGICAS DE RELATOS DA BÍBLIA

É realmente impressionante como muitas descobertas arqueológicas tem contribuído para confirmar o relato bíblico. O primeiro exemplo que cito aqui é o dos manuscritos do mar Morto, encontrados em 1947 com um grande número de documentos. O Dr. J. Randall Price afirma: “Estes Rolos da mar Morto representam algo em torno de 1.100 documentos antigos que hoje consistem em vários rolos intactos, além de mais de 100.000 fragmentos” (PRICE. J. Randall – Arqueologia Bíblica – CPAD, 2006, pág. 242). Dentre esses documentos foi encontrado um rolo inteiro contendo o livro de Isaías (o achado de mais destaque dentre os manuscritos do mar Morto!). Porções de todo o Antigo Testamento foram ali encontradas, com exceção do livro de Ester. Um dos fatores que mais chamou a atenção dos estudiosos é que o texto bíblico foi preservado de maneira espantosa. O texto do rolo de Isaías é basicamente idêntico ao das nossas bíblias de hoje! Exames de C-14 (carbono 14) comprovaram que este rolo é 1000 anos mais velho que o exemplar mais antigo das Escrituras até então conhecido, o Códice de Alepo (935 d.C.)! De fato, um milagre do Senhor! Aleluia!

William F. Albright, renomado arqueólogo, diz que a arqueologia “... descoberta após descoberta tem estabelecido a exatidão de inumeráveis detalhes e trazido reconhecimento crescente ao valor da Bíblia como fonte de história”. As evidências arqueológicas em favor da Bíblia aumentam cada vez mais. O Dr. Donald J. Wiseman, várias décadas atrás afirmou: “... a geografia das terras bíblicas e resquícios visíveis de antigüidade foram gradualmente registrados, até hoje: mais de 25 mil sítios dentro dessa região e datando dos tempos do Antigo Testamento, em seu mais amplo sentido, foram localizados”.



1 – O erro comum dos críticos da Bíblia. Um grave erro que muitos críticos cometeram no passado e cometem ainda hoje é pensar que a Bíblia erra quando cita algo do qual a arqueologia ainda não tenha encontrado nenhum vestígio. Por exemplo, há apenas 100 anos críticos eruditos questionavam a real existência de um povo que é mencionado por 47 vezes na Bíblia, “os heteus” (cf. Gn 15.20; 23.10-20; 1 Re 10.29; 2 Re 7.6,7). Não havia nenhuma outra menção deste povo a não ser a própria Bíblia. No entanto, em um sítio arqueológico na Turquia foram encontrados cinco templos, uma cidadela fortificada, monumentos e mais de 10 mil tabletes, que após serem decifrados permitiram os estudiosos afirmarem que eles haviam encontrado a antiga capital do império heteu!



2 – A arqueologia é limitada. Faz-se necessário salientar que a arqueologia, embora muito testemunhe em favor do relato bíblico e também nos ajude na compreensão de certas passagens, não deixa de possuir limitações. Por isso é importante sabermos que a arqueologia presta valiosíssimo serviço à Bíblia trazendo à luz descobertas que estão ligadas à história bíblica, mas é a arqueologia que é serva da Bíblia, não a Bíblia serva da arqueologia. A Bíblia é de fato um poderoso documento arqueológico!



3 – Descobertas arqueológicas que confirmaram o relato bíblico. Passo a citar algumas descobertas que confirmaram o relato bíblico. A primeira que gostaria de citar foi a da cidade de Ur dos caldeus. Werner Keller, em seu best-seller “E a Bíblia tinha razão...”, que vendeu mais de 10 milhões de exemplares, conta-nos que após muitas semanas de trabalho escavando e removendo toneladas de cascalho num sítio arqueológico no Iraque, os pesquisadores puderam constatar que estavam diante da bíblica Ur dos caldeus. Werner diz: “E como seus habitantes moravam confortavelmente! Como eram vistosas as suas casas! Em nenhuma outra cidade da Mesopotâmia foram descobertas habitações tão esplêndidas e confortáveis”. Além de Ur, outras cidades bíblicas foram também encontradas, como a famosa Nazaré onde Jesus viveu. Na verdade Nazaré nem pode ser considerada uma cidade; vilarejo seria mais apropriado. Devido à insignificância deste local, houve até quem questionasse a real existência dele. Todavia, abrigos muito precários e peças que datam do reinado de Herodes, o Grande (cerca de 40 a 4 a.C.) foram encontrados e confirmaram que Nazaré realmente existiu. Daí podemos entender a pergunta de Natanael: “E será que pode sair alguma coisa boa de Nazaré?” (Jo 1.46).

Veja outras descobertas que ajudaram a confirmar a precisão do relato bíblico:

Em João 19.13 lemos que Pilatos se assentou num lugar chamado “Litóstrotos” (como se encontra na ARC) para ali julgar Jesus. Este local foi de fato encontrado pelo arqueólogo Padre L. H. Vincent, após muitos anos de trabalho.

Durante obras de construção no verão de 1968, um trator operando em obras de construção na periferia leste de Jerusalém, atingiu túmulos de pessoas que viveram na época de Jesus, ou seja, pessoas que foram contemporâneas de Jesus. Os pesquisadores puderam constatar, horrorizados, que um dos corpos que ali estavam havia tido os seus pés separados dos ossos de suas pernas, que por sua vez estavam esmagados. Os pés estavam presos por um prego enferrujado e amassado, com restos de madeira ainda. As características da execução encontradas nos restos mortais daquele homem permitem afirmar com segurança que pessoas naquela época realmente morriam crucificadas, tal como relatado no Novo Testamento.

A cidade bíblica, “Antioquia da Psídia”, mencionada em Atos 13.14, foi encontrada em 1833 pelo capelão inglês Francis V. J. Arundell perto da cidade turca de Jalobatsch.

O famoso “templo de Ártemis”, uma das sete maravilhas do mundo antigo, que aparece no relato de Atos 19.27, foi encontrado através de uma expedição arqueológica que durou sete anos, iniciada em maio de 1863 pelo arquiteto inglês J. T. Wood, o qual foi patrocinado pelo Museu Britânico. Ártemis era a deusa grega da caça, chamada pelos romanos de “Diana”. É por isso que em Atos 19.27 lemos assim: “... o próprio templo da grande deusa Diana...” (ARC).

O rio Pisom, mencionado em Gênesis 2.11, segundo notícias, foi localizado por satélites que se utilizam de raios infravermelhos. Esses satélites puderam traçar o antigo curso do rio há muito enterrado pelas areias do deserto.

O famoso farol de Alexandria, desaparecido há mais de 2.200 anos, foi encontrado na costa do Egito, junto com outros milhares de artefatos. Palácios reais de figuras famosas, como Cleópatra, Júlio César e Marco Antônio também foram encontrados. Agora, a expectativa dos arqueólogos é encontrar o sarcófago dourado de Alexandre, o Grande, que conquistou o mundo de sua época e morreu muito jovem, aos 33 anos de idade. Após a sua morte, o império grego dividiu-se entre os seus quatro generais, tal como profetizado por Daniel (cf. Dn 7.6).



CONCLUSÃO

Louvamos a Deus por Ele nos deixar essas evidências inquestionáveis, que somente vem comprovar o quanto a Bíblia é confiável. Como é gratificante para nós podermos verificar com base em fatos comprovados e amplamente reconhecidos que o Livro incomparável é de fato verdadeiro em todas as suas informações. Agradeçamos a Ele pelas descobertas arqueológicas que vêm calando a muitos que antes questionavam declarações bíblicas. De fato, a Bíblia é verdadeira.





__________ENRIQUEÇA O SEU VOCABULÁRIO___________________

 Avolumar = Aumentar em volume

 Arqueologia = Arqueologia (do grego, « archaios », antigo, e « logos », discurso depois estudo, ciência) é a disciplina científica que estuda as culturas e os modos de vida do passado a partir da análise de vestígios materiais

 Línguas Semíticas = As línguas semíticas são a família mais ao nordeste das línguas camito-semíticas, e a única família do grupo falada na Ásia.

As línguas semíticas mais comuns faladas hoje são a língua árabe, o amárico, o hebraico e a língua tigrínia.































____________________________EXERCÍCIOS______________________________

1) O que é a arqueologia bíblica?

R:_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

2) Quais são as duas formas como ocorrem as descobertas arqueológicas?

R: __________________________________________________________________________________________________________________________

3) Qual tem sido a contribuição dada pela arqueologia bíblica?

R:____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

4) Qual é o erro muito comum que os críticos da Bíblia cometem quando o assunto relaciona-se com a arqueologia?

R:_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

5) Cite dois achados arqueológicos que confirmaram a precisão do relato bíblico:

R:______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________



























LIÇÃO 11

__________________A BÍBLIA E A SUA IMPARCIALIDADE________________



TEXTO BÍBLICO CENTRAL

“Porque a palavra do Senhor é reta, e todo o seu proceder é fiel”.

Salmo 33.4



__________________________VERDADE PRÁTICA________________________

A imparcialidade da Bíblia demonstra claramente que ela é procedente de Deus.

Os homens por sua vez sempre tendem a ser parciais quando as situações da vida não lhes são favoráveis. A Bíblia, porém, mostra-se justa e reta – é a verdade imparcial de Deus ao homem!





____________________LEITURA BÍBLICA EM CLASSE____________________



Salmo 50.16-22



16 – Mas ao ímpio diz Deus:

De que te serve repetires os meus preceitos

e teres nos lábios a minha aliança,

17 – uma vez que aborreces a disciplina

e rejeitas as minhas palavras?

18 – Se vês um ladrão, tu te comprazes nele

e aos adúlteros te associas.

19 – Soltas a boca para o mal,

e a tua língua trama enganos.

20 – Sentas-te para falar contra teu irmão

e difamas o filho de tua mãe.

21 – Tens feito estas coisas, e eu me calei;

pensavas que eu era teu igual;

mas eu te argüirei e porei tudo à tua vista.

22 – Considerai, pois, nisto, vós que vos esqueceis de Deus,

para que não vos despedace, sem haver quem vos livre.









__________________________LEITURA DIÁRIA___________________________





61. Segunda – Gn 9.20,21 – A Bíblia revela o fracasso de Noé.

62. Terça – 2 Sm 11 – Davi cai diante do gigante chamado lascívia.

63. Quarta – Is 6.5 – O profeta reconhece sua fraqueza.

64. Quinta – 1 Tm 1.15 – Paulo declara-se como o principal dos pecadores!

65. Sexta – 2 Sm 7.28 – Davi reconhece que a Palavra de Deus é verdade.

66. Sábado – Sl 119.160 – A Palavra de Deus – absolutamente verdadeira!









COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO

Querido leitor, se ao escrever um livro que relatasse vários eventos que ocorreram em determinado tempo e nesses eventos você mesmo estivesse inserido, você escreveria detalhes comprometedores sobre você mesmo? Detalhes que deixariam você constrangido? Acredito que dificilmente você incluiria tais detalhes. Mas você não seria uma exceção, pois nenhum escritor ao escrever um livro incluiria detalhes que o deixariam constrangido. Mas, e se você fosse escrever a respeito de outras pessoas muito importantes, sem, contudo falar de você mesmo, você teria coragem de incluir detalhes embaraçosos sobre essas pessoas ilustres, tal como um presidente ou outra qualquer figura importante? É bem verdade que muitos articulistas fazem isto escrevendo para jornais e revistas, mas ainda assim não é fácil publicar tais escritos, visto serem pessoas de grande relevância para a sociedade. Agora, olhe para a Bíblia Sagrada. É justamente isto que vemos em muitos dos escritores bíblicos: eles incluíram detalhes constrangedores sobre si mesmos e também sobre outras pessoas ilustres da própria história bíblica. Esse fato constante na Bíblia Sagrada revela que os seus escritores não fizeram partido seu ou de outrem enquanto escreviam os livros bíblicos – eles foram imparciais e isso é uma clara evidência de que a Bíblia procede de Deus, haja vista que o homem tem sempre uma grande tendência de defender a si mesmo e muitas vezes faz isso até de forma injusta!



I – A IMPARCIALIDADE DA BÍBLIA

O quem vem a ser “imparcialidade bíblica?” É a característica peculiar que o Livro dos livros tem de dar toda glória somente a Deus. A Bíblia não foi escrita tendo por objetivo agradar a reis, a imperadores, ou mesmo aos próprios escritores bíblicos. Ao contrário, ela descreve os fatos tal como eles aconteceram e relata os êxitos como também os fracassos dos homens de Deus nela descritos. Vemos essa verdade de forma explícita nas palavras de Pedro: “Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo” (2 Pe 1.21 – ARC). Como vemos, a Bíblia não é produto direto da volição humana, mas sim da soberana vontade de Deus. O Pastor Antonio Gilberto, com muita propriedade, declara a respeito da imparcialidade bíblica: “Se a Bíblia fosse um livro originado do homem, ela jamais poria a descoberto as faltas e falhas dele. Os homens jamais teriam produzido um livro como a Bíblia, que só dá toda glória a Deus e mostra a fraqueza do homem”.





II – EVIDÊNCIAS CLARAS DA IMPARCIALIDADE BÍBLICA



1 – A imparcialidade bíblica verificada nos seus escritores. É interessante observar que a Bíblia mostra as virtudes dos grandes homens de Deus por ela mencionados. Relata os grandes feitos, a fé extraordinária, a operação de milagres mediante o poder de Deus em suas vidas, grandes sermões, etc. Mas essa mesma Bíblia mostra também os fracassos desses mesmos homens de Deus! A mesma Bíblia que diz que Davi venceu o gigante Golias é a mesma que diz que o gigante lascívia venceu a Davi (compare 1 Sm 17 com 2 Sm 11); a mesma Bíblia que diz que o apóstolo Paulo orou por um jovem chamado Êutico e ele ressuscitou é também a mesma Bíblia que diz que esse mesmo Paulo (antes chamado Saulo) consentiu na morte de Estevão (At 20.7-12 com At 7.54-60; 8.1); a mesma Bíblia que relata o poderoso sermão pregado por Pedro no dia de Pentecostes e que mediante essa pregação quase três mil almas se converteram é também a mesma Bíblia que nos conta que esse mesmo Pedro negou o Senhor por três vezes (compare At 2.14-41 com Mt 26.69-75; Mc 14.66-72; Lc 22.55-62 e Jo 18.15-18,25-27). A Bíblia faz tais registros para a nossa instrução e advertência, a fim de evitarmos semelhantes erros (Rm 15.4; 1 Co 10.11). Como dito pelo Pr. Antonio Gilberto, a Bíblia só dá toda glória a Deus! Ela mostra a fraqueza dos homens mas também mostra que Deus é quem capacita o fraco. Assim declarou Ana, a mãe do profeta Samuel: “O Senhor é o que tira a vida e a dá; faz descer à sepultura e faz subir. O Senhor empobrece e enriquece; abaixa e também exalta. Levanta o pobre do pó e, desde o monturo, exalta o necessitado, para o fazer assentar entre os príncipes, para o fazer herdar o trono de glória; porque do Senhor são as colunas da terra, e assentou sobre elas o mundo” (1 Sm 2.6-9).



2 – Os escritores bíblicos não omitiram a verdade sobre si mesmo. Nenhum outro livro no mundo possui um grau de sinceridade e verdade tão elevado quanto a Bíblia Sagrada. Ela é tão imparcial e direta que ao mesmo tempo em que mostra as qualidades e os feitos extraordinários daqueles que confiaram no Senhor, mostra também as fraquezas e as falhas cometidas por esses mesmos servos do Senhor. Às vezes, até mesmo o próprio escritor de determinado livro da Bíblia não omite a verdade a seu respeito, mesmo quando esta não lhe é favorável. Veja o exemplo de Davi em sua oração ao Senhor no Salmo 51, onde pede a Ele o perdão por seu pecado com Bate-Seba. Davi é enfático e não faz rodeios: “Pequei contra ti, contra ti somente, e fiz o que é mau perante os teus olhos” (Sl 51.4 – grifo meu). Vemos isso também na vida do maior erudito da igreja primitiva, o apóstolo Paulo. Aliás, vemos nesse exemplo de Paulo uma preciosa lição para muitos crentes que são indiferentes para com os perdidos se esquecendo de onde foi que Jesus os tirou! Paulo é direto e conclusivo: “Sou grato para com aquele que me fortaleceu, Cristo Jesus, nosso Senhor, que me considerou fiel, designando-me para o ministério, a mim, que, noutro tempo, era blasfemo, e perseguidor, e insolente” (1 Tm 1.12,13a – grifo meu). Aos coríntios, ele não nega seu passado: “Porque eu sou o menor dos apóstolos, que mesmo não sou digno de ser chamado apóstolo, pois persegui a igreja de Deus” (1 Co 15.9).



3 – A imparcialidade dos escritores do NT. Os escritores do Novo Testamento também são sinceros em seus relatos. Eles não escondem que os discípulos muitas vezes não entendiam o que o Senhor Jesus dizia, lembrando que em alguns casos, alguns escritores do Novo Testamento estão eles mesmos incluídos nesses relatos, como João, por exemplo (Mc 9.32; Lc18.34; Jo 12.16). Os escritores neotestamentários também não escondem que os discípulos, quando da prisão do Mestre, fugiram como covardes deixando-o só, com exceção de João e das mulheres que o acompanharam até a crucificação (Mt 26.56; Jo 19.25-27). Eles também não deixam de relatar que foram as mulheres as primeiras a saberem da ressurreição de Jesus. Isso é curioso, visto que naquela época o testemunho de uma mulher não era considerado confiável e nem tinha peso num tribunal. No entanto, os escritores dos quatro evangelhos registram isso (Mt 28.1-10; Mc 16.1-8; Lc 24.1-12; Jo 20.1-10). Mais interessante ainda é saber que uma das mulheres – Maria Madalena – havia sido anteriormente possuída por demônios, e o evangelista Lucas admite isso, mas não deixa de incluir que ela estava entre as primeiras testemunhas do sepulcro vazio (Lc 8.2; 24.10). O Novo Testamento também não esconde que mesmo as mulheres afirmando que Jesus havia ressuscitado, além das diversas vezes que o próprio Jesus disse que ressuscitaria, os discípulos tiveram dificuldades para acreditar. Um deles chegou a dizer “Se eu não vir nas suas mãos o sinal dos cravos, e ali não puser o dedo, e não puser a mão no seu lado, de modo algum acreditarei” (Jo 20.24,25 – cf. também (Mt 12.39-41; 17.9, 22, 23; Jo 2.18-22; 3.14-18). Querido leitor, agora reflita, será que os escritores do Novo Testamento iriam incluir estes fatos inusitados se estivessem mentindo? Só podemos chegar à uma conclusão: eles foram imparciais, falando somente a verdade, independentemente se eles mesmo ficariam bem na história ou não!





CONCLUSÃO

De fato, a imparcialidade da Bíblia é maravilhosa! Josh McDowel, escritor evangélico norte-americano afirma: “Um aspecto espantoso da Bíblia é a franqueza com a qual ela trata as deficiências das pessoas e até mesmo as falhas de seus próprios autores. Ela pinta um retrato realista de suas personagens, resistindo à tentação de mitificá-los ou aperfeiçoá-los. Por exemplo, o livro de Gênesis revela que Noé, o grande homem de Deus que salvou o remanescente da humanidade do dilúvio, foi encontrado uma vez completamente embriagado [...] O fato de as personalidades bíblicas serem imperfeitas não prejudica a mensagem da Bíblia: é a santidade do Senhor Deus que ela proclama, não a perfeição dos seus seguidores e profetas. Mas Jesus, a maior personalidade revelada na Bíblia, Aquele a respeito de quem toda a Bíblia de certa forma fala, encontra-se descrito como sendo sem pecado”. Como não concordar com ele!? De fato, a Bíblia é a Verdade! Aleluia!





____________________ENRIQUEÇA O SEU VOCABULÁRIO________________





 Detrimento = Dano; perda; prejuízo.

 Imparcial = Que não faz partido; que não tem preferências; Que julga desapaixonadamente; reto, justo; Que não sacrifica a sua opinião à própria conveniência, nem às de outrem.

 Imparcialidade = Qualidade de imparcial.



 Partidários = Que segue uma idéia, uma escola, uma pessoa,

 etc.

 Peculiar = Que é atributo particular de uma pessoa ou coisa; especial, próprio.

 Relevância = Qualidade daquilo que sobressai, que é relevante.



_____________________________EXERCÍCIOS ____________________________

1) O que é “imparcialidade bíblica”?

R:________________________________________________________________________________________________________________________

2) Descreva um aspecto da imparcialidade bíblica:

R:_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

3) Cite uma evidência que comprove a imparcialidade bíblica:

R:____________________________________________________________

4) Cite um texto bíblico em que um escritor bíblico relata a verdade sobre si mesmo, mesmo não sendo esta favorável a si mesmo:

R: _______________________________________________________

5) O que você aprendeu nesta lição quanto à este aspecto da Bíblia, a sua imparcialidade?

Resposta pessoal













LIÇÃO 12

_____________O ELEVADO PADRÃO MORAL DA BÍBLIA_________________



TEXTO BÍBLICO CENTRAL

“ O que anda na retidão teme ao Senhor,

mas o que anda em caminhos tortuosos, esse o despreza”.

Provérbios 14.2



________________________VERDADE PRÁTICA__________________________

Em nosso tempo presente, denominado de pós modernidade, estamos contemplando o aumento assustador do apodrecimento moral da sociedade. Valores bíblicos e familiares outrora tão valorizados, são hoje menosprezados e tidos como antiquados. Guardemos no coração os preceitos do Senhor, temendo a Ele e andando em retidão, como luz em meio à uma geração de trevas!





____________________LEITURA BÍBLICA EM CLASSE_____________________

Salmo 119.100-105



100 – Sou mais prudente que os idosos, porque guardo os teus preceitos.

101 – De todo mau caminho desvio os pés,

para observar a tua palavra.

102 – Não me aparto dos teus juízos,

pois tu me ensinas.

103 – Quão doces são as tuas palavras ao meu paladar!

Mais que o mel à minha boca.

104 – Por meio dos teus preceitos, consigo entendimento;

por isso, detesto todo caminho de falsidade.

105 – Lâmpada para os meus pés é a tua palavra

e, luz para os meus caminhos.





___________________________LEITURA DIÁRIA___________________________





67. Segunda – Gn 6.9 – Integridade na vida de Noé.

68. Terça – 1 Pe 1.14-16 – A Bíblia requer santidade daqueles que servem a Deus.

69. Quarta – Jó 1.1 – Jó, um homem de grandeza moral!

70. Quinta – Sl 37.18 – Promessa bíblica para os que andam em integridade.

71. Sexta – Sl 84.11 – O Senhor não nega bem algum aos que andam em retidão.

72. Sábado – Lc 8.15 – Os que tem reto coração retêm a Palavra de Deus





73. .



COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO

O escritor F. B. Meyer declara com muita propriedade a respeito da influência poderosa que a Bíblia exerce sobre as pessoas: “O melhor argumento em favor da Bíblia é o caráter que ela forma”. Como negar essa verdade conhecida e experimentada por aqueles que se apegam ao Livro incomparável? Homens e mulheres do passado e do presente tornam-se célebres perante a sociedade. Em nosso tempo atual, a mídia nos apresenta várias “estrelas”, seja do esporte, seja do cinema, seja da teledramaturgia, enfim, em diversas áreas de apreciação da sociedade. Essas pessoas são praticamente idolatradas pela sociedade, sendo vistas com admiração pelo talento que possuem. Mas quando verificamos um pouquinho apenas do que é a vida pessoal de muitas dessas pessoas ficamos espantados. Não há referencial de família, casam-se aqui, separam-se ali. Drogas, boates, prostituição, traição, jogatinas, enfim, muitas delas envolvem-se nas coisas mais degradantes. São apreciadas não por sua “pessoa”, ou seja, pelo que são de fato, mas sim pelo talento que possuem. Isso é um reflexo do nível moral de nossa sociedade, que valoriza mais o talento, a fama, o dinheiro, etc., do que valores e princípios tão essenciais para a família e para a sociedade em geral, tais como castidade entre os jovens, fidelidade no matrimônio, fidelidade à família, respeito ao próximo e a si mesmo, enfim, valores bíblicos que são relegados pelos homens e mulheres de hoje. A Bíblia, contudo, permanece pura e requer pureza de todos aqueles que optam por servirem a Deus. Felizes aqueles que procedem em conformidade com a Palavra de Deus.

I – O ELEVADO PADRÃO MORAL DA BÍBLIA

Como é poderoso o efeito que a Bíblia exerce sobre a moral de um indivíduo. E o que dizer do ensino bíblico dado à pessoa desde o berço? De fato, é notável o peso que o ensino bíblico dado desde a infância exerce sobre um indivíduo em sua vida adulta. O Pastor Terry Johnson conta que certa vez foi calculado que 19 em cada 20 crentes se converteram antes de chegarem aos 25 anos de idade. Depois de 25 anos, um em cada 10 mil crentes. Depois de 35 anos, um cada 50 mil. Depois de 45 anos, apenas um em 200 mil. Depois de 55 anos, apenas um em 300 mil. Depois de 65 anos, apenas um em 500 mil, e, depois de 75 anos, apenas um 700 mil! Como podemos ver nesses dados, o ensino da Palavra de Deus dado na infância contribui muito para que o indivíduo continue servindo a Deus durante sua vida adulta. Os preceitos recebidos mediante a exposição da Palavra de Deus serão fundamentais para a formação do caráter ideal no indivíduo. Aqueles que aprenderam a amar a Bíblia Sagrada, com certeza são pessoas melhores! É também notável o fato de que mesmo aqueles que não conheceram a Jesus durante a sua infância e que vieram a se converter na fase adulta de sua vida, se tornam também pessoas melhores, passando por uma mudança radical. Elas se tornam melhores para a família, para os amigos, para a sociedade, etc. Essa mudança não acontece por acaso, e também não alcança apenas o exterior do homem. Ela abrange à todo o ser do homem: espírito, alma e corpo. Quando uma pessoa se entrega a Cristo e passa pelo processo do novo nascimento (Jo 3.3), ela recebe o Espírito Santo que passa a habitar em si (1 Co 6.19), impulsionando-a a buscar na Palavra de Deus alimento para a sua alma. Assim, aquele indivíduo que antes levava uma vida desregrada, na devassidão deste mundo, agora passa a se pautar pela Palavra de Deus. É aí que está o real sentido da vida cristã: o viver segundo os padrões estabelecidos por Deus em sua Palavra.

Certa vez, num programa evangélico de TV, um pastor contou que um empresário fora até ele para pedir-lhe que lhe indicasse certa quantia de crentes que necessitavam de um emprego, pois ele optara por contratar crentes para trabalhar em sua empresa. Isso não foi por acaso. Embora haja “crentes” que vivam trazendo escândalo para o evangelho, isso não muda o fato de que funcionários crentes atendem muito bem às expectativas de uma empresa. Por ter um padrão moral elevado, ele haverá de se destacar dentre os demais funcionários por seu comportamento ilibado. Sua assiduidade na empresa não será afetada por causa de vícios, sua linguagem também é diferente, seu comportamente dentro das dependências da empresa é ético, enfim, vários fatores que o fazem se destacar em seu ambiente de trabalho. É claro, estou falando de verdadeiros crentes!

Agora, quero chamar a sua atenção para outro fato notável: você já observou a ligação dos crentes com a Bíblia? Eles a lêem, a ensinam, a pregam, a levam consigo para os cultos e outros lugares, enfim, de uma forma geral, os evangélicos estão sempre relacionando-se com a Bíblia. Tão forte é este relacionamento que houve um tempo que éramos chamados por muitos descrentes de “os bíblias!” Ainda que em tom de zombaria eles acabavam por reconhecer o nosso estreito relacionamento com o Livro Santo. Então, podemos concluir que este elevado padrão moral que norteia nosso comportamento vem do nosso apego à Palavra de Deus! Ligue-se uma coisa a outra e não haverá como negar isso! Isto mostra a real influência da Bíblia sobre os indivíduos que se apegam à ela. É como se diz: “Contra fatos não há argumentos”, e isso que menciono aqui é um fato incontestável – uma evidência fortíssima em favor da Bíblia. É muito benéfica a sua influência na vida do cidadão, da família, da sociedade e até de nações inteiras.

Grandes e destacados homens que a humanidade conheceu eram amantes da Palavra de Deus. Isaac Newton disse: “Considero as Escrituras Sagradas a filosofia mais sublime”. É belíssimo o testemunho que o Imperador Dom Pedro II dá à respeito do seu relacionamento com a Bíblia: “Eu amo a Bíblia. Eu leio-a todos os dias e, quanto mais leio, tanto mais a amo. Há alguns que não gostam da Bíblia. Eu não os entendo, não compreendo tais pessoas. Mas eu a amo. Amo a sua simplicidade, e amo as suas repetições e reiterações da Verdade. Como disse, eu leio-a cotidianamente e gosto dela cada vez mais”. Também W. E. Gladstone testificou dizendo: “Tenho conhecido noventa e cinco grandes homens, e oitenta e sete deles foram seguidores da Bíblia Sagrada”. É também belíssimo o testemunho que Henry Ford, inventor do automóvel, dá à respeito da influência benéfica da Palavra de Deus em sua vida: “Todo o sentido de integridade, honra e serviço no meu coração, veio de ouvir a leitura da Bíblia feita pela professora na pequena escola onde eu estudei. Ela lia a Bíblia e fazia comentários para começar o dia de aula e aquilo me influenciou muito. Eu fui criado na igreja e pertenço à igreja, eu frequento os cultos na igreja. Não importa a mensagem ou o pregador ou o tamanho da igreja, pois eu sempre recebo uma ajuda divina para a minha vida”.

Querido leitor, venho aqui lançar o desafio: “Mostrai-me, se puderdes, outro livro que no decurso da História têm influenciado tão beneficamente indivíduos e até nações inteiras como a Bíblia Sagrada”.

Os exemplos que citei anteriormente são apenas testemunhos de pessoas que ficaram mundialmente conhecidas, mas milhares e milhares de pessoas, em todo o mundo, têm constatado a verdade de que o contato com a Palavra de Deus só traz benefícios àquele que assim o faz. Isso acontece porque a Bíblia possui um padrão moral elevado. Sua ética é incomparável. Nela temos a Verdade de Deus revelada para as nossas vidas. Jesus, em sua oração sacerdotal, pediu ao Pai: “Não peço que os tires do mundo, e sim que os guardes do mal. Eles não são do mundo, como também eu não sou. Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade” (Jo 17.15-17).



II – A MORAL VISTA NA BÍBLIA

Embora não encontremos na Bíblia a palavra “moral”, o princípio inerente a ela está presente em toda a Sagrada Escritura. Entendemos por “moral” o “conjunto de normas de conduta válidas para todas as pessoas em qualquer tempo ou lugar”. Uma boa moral só pode existir quando existe também um bom caráter, uma boa ética. O grande evangelista D. L. Moody diz que “caráter é aquilo que somos no escuro”. Nosso comportamento perante Deus, a família, a Igreja e perante o mundo deve ser pautado por um padrão de moralidade elevado, haja vista que nós somos o sal da terra e a luz do mundo, como afirma o Senhor Jesus em Mateus 5.13-16.

Na Bíblia encontramos várias vezes algumas palavras que correspondem ao princípio de moralidade, tais como “íntegro” ou “integridade” (Sl 7.8; 78.72), “retidão” (Sl 84.11) e “santidade” (Ef 4.24). Em Jó 1.1 encontramos a seguinte declaração: “Havia um homem... cujo nome era Jó; homem íntegro e reto, temente a Deus e que se desviava do mal”. Como podemos ver, essa expressão bíblica denota a conduta irrepreensível do patriarca. Existem outras expressões bíblicas para referir-se ao proceder correto, íntegro, que evidenciam uma moral elevada. Assim, podemos afirmar com toda certeza que a Bíblia trata com clareza meridiana deste assunto. Existem três versículos no NT que condenam o procedimento imoral, usando a palavra “imoralidade”, sendo eles 1 Coríntios 5.1; 6.18 e 10.8, isto, é claro, na versão ARA e não na ARC.







III – A BÍBLIA – O CÓDIGO DE ÉTICA DIVINO

A palavra “ética” significa “conjunto de princípios e valores nos quais a sociedade se pauta”. Partindo dessa definição, entendemos que a ética revelada na Palavra de Deus difere do comportamento mundano. A ética influi diretamente na conduta das pessoas, por isso abracemos nós a ética revelada por Deus em Sua Santa e Pura Palavra. Como Ele é Santo, também requer santidade dos seus filhos em todo o seu proceder perante o mundo (Mt 5.13-16; 1 Pe 1.15,16). Quando procedemos de conformidade com o padrão bíblico, o mundo nota e reconhece que somos filhos da luz, e não das trevas (1 Ts 5.5).



1 – O mundo jaz no maligno. É o que declara a Bíblia em 1 João 5.19. O mundo nos apresenta muitas práticas que são reprováveis do ponto de vista divino e se não estivermos atentos, acabamos nos tornando condizentes com tais práticas. Em nosso tempo de pós modernidade é comum a relativização de valores, que em termos práticos significa que aquilo que antes era considerado certo pode não ser considerado certo hoje, e o que era considerado errado pode não ser considerado errado hoje. É na verdade uma inversão de valores. Temos um exemplo recente disso: a psicóloga francesa Maryse Vaillant lançou um livro no qual declara que “a infidelidade conjugal é essencial para o funcionamento psíquico de muitos homens, que não deixam de amar suas mulheres por causa disso”. Ela chega a considerar que homens que não tem casos extraconjugais podem ter “uma fraqueza de caráter”. O livro é sucesso de vendas na França e ela é uma das psicólogas mais conhecidas nesse país. Que dizer de tal absurdo? No afã de defender sua própria condição pecaminosa, o homem procura meios falaciosos para justificar o seu estado pecaminoso.

No Brasil também estamos presenciando a constante decadência moral de nosso povo e de nossos governantes. O decreto nº 7.037/09 do novo Programa Nacional de Direitos Humanos do governo federal propõe o casamento de homossexuais e a adoção de crianças por homossexuais, “profissionaliza” a prostituição e (pasmem!) inclui o candomblé no currículo das escolas. Diz a Bíblia que “Mas os homens perversos e impostores irão de mal a pior, enganando e sendo enganados” (2 Tm 3.13).



2 – A Igreja deve se posicionar! A Igreja do Senhor serve à Bíblia, não o contrário! Assim, devemos nós, como servos de Deus e Igreja do Senhor Jesus, seguirmos com diligências os preceitos da Palavra de Deus (Sl 119.4). A Bíblia alerta-nos como Igreja de Cristo: “para que vos torneis irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração pervertida e corrupta, na qual resplandeceis como luzeiros no mundo, preservando a palavra da vida” (Fp 2.15,16). Não devemos nos tornar condizentes com o mau procedimento deste mundo tenebroso, mas permanecermos inabaláveis nos santos preceitos da Palavra de Deus. Você é fiel à sua esposa (ou ao seu esposo)? Você compra e paga suas dívidas? Sua linguagem é pura e santa? Como vai seu testemunho? Você tem vergonha de que o mundo saiba que tu és servo do Senhor? Abraçemos toda a verdade bíblica pautando sempre por um proceder santo perante Deus, perante a nossa família, perante a Igreja e perante o mundo. Conclamemos o mundo ao arrependimento em Cristo, pois só Ele é a resposta!



CONCLUSÃO

Os tempos da pós modernidade que estamos presenciando são tempos de grande decadência moral. Os valores éticos e morais tão necessários são esquecidos e as pessoas cada vez mais vivem de maneira irresponsável e sem temor a Deus. O adultério, embora tido como algo imoral, é livremente praticado por muitas pessoas, que em desrespeito ao cônjuge, se lançam num relacionamento extra-conjugal. O sexo livre praticado entre adolescentes e jovens é até, de certa forma, incentivado pela mídia. A idéia que a sociedade, de uma forma geral, tem sobre “sexo seguro” está relacionada ao uso de preservativos. Mas é na Bíblia que encontramos conceito correto de “sexo seguro”: “Fujam da imoralidade sexual!” (1 Co 6.18). Sexo seguro é aquele que é feito no casamento, com alguém com quem namoramos, noivamos e nos casamos; com quem mantemos um relacionamento sério e responsável!

É curioso saber que o historiador Arnold Tonbee, ao pesquisar as 21 civilizações notáveis da História, pôde descobrir que 19 delas pereceram não por causa da invasão de exércitos inimigos, mas pelo apodrecimento moral interno14. Com certeza, muitas das mazelas que afligem a sociedade é fruto do seu próprio apodrecimento moral.











___________________ENRIQUEÇA O SEU VOCABULÁRIO________________

 Antiquado = Tornado antigo; desusado, arcaico, obsoleto.

 Célebre = Famoso.

 Conclamar = Bradar ou clamar simultaneamente. Gritar.

 Degradante = Que degrada; aviltante, infamante.

 Falacioso = Enganador, fraudulento, ardiloso.

 Menosprezar = Ter em menos conta ou em pouco apreço; não fazer caso de; depreciar; desprezar; desdenhar.

 Mídia = O conjunto dos meios de comunicação, e que inclui, indistintamente, diferentes veículos, recursos e técnicas, como, p. ex., jornal, rádio, televisão, cinema, outdoor, página impressa, propaganda, etc.

 Pautar = Pôr em pauta ou rol; relacionar.

 Tanger = Dizer respeito a, referir-se, concernir, tocar (estimular a caminhada).

 Teledramaturgia = Arte de apresentar peças de teatro ou novelas pela televisão.





_______________________________EXERCÍCIOS___________________________

1) Defina a palavra “moral”:

R:___________________________________________________________________________________________________________________________

2) Cite algumas referências bíblicas que denotam o princípio de moralidade na Bíblia Sagrada:

R:____________________________________________________________

3) Segundo o Dr. F. B. Meyer, qual é o melhor argumento em favor da Bíblia Sagrada?

R: __________________________________________________________

4) Quais são os três versículos do NT que condenam o comportamento imoral usando a palavra “imoralidade”?

R: _____________________________________________________________

5) O que revelou a pesquisa feita pelo historiador Arnold Tonbee sobre as 21 civilizações notáveis da História?

R:_________________________________________________________________________________________________________________________













LIÇÃO 13

___________A CIÊNCIA TESTEMUNHA EM FAVOR DA BÍBLIA_____________



TEXTO BÍBLICO CENTRAL

“Ele é o que está assentado sobre a redondeza da terra, cujos moradores

são como gafanhotos; é ele quem estende os céus como

cortina e os desenrola como tenda para neles habitar”.

Isaías 40.22



_________________________VERDADE PRÁTICA_________________________

A Bíblia não foi escrita com linguagem científica, pois ela não é um livro de caráter científico. Porém, muitas vezes a ciência tem confirmado afirmações da Bíblia no campo científico. Isso somente comprova que a Bíblia procede de Deus e é por isso infalível em suas afirmações. Glorifiquemos ao Deus da Bíblia por este Livro tão maravilhoso, no qual nós podemos depositar nossa mais profunda confiança!





_____________________LEITURA BÍBLICA EM CLASSE____________________

Salmo 19.1-4



1 – Os céus proclamam a glória de Deus,

e o firmamento anuncia as obras das suas mãos.

2 – Um dia discursa a outro dia,

e uma noite revela conhecimento a outra noite.

3 – Não há linguagem, nem há palavras,

e deles não se ouve nenhum som;

4 – no entanto, por toda a terra se faz ouvir a sua voz,

e as suas palavras, até aos confins do mundo.





___________________________LEITURA DIÁRIA__________________________





74. Segunda – Rm 1.20 – Deus deixa evidências na natureza!

75. Terça – Sl 8.3 – Os céus – obra dos dedos de Deus.

76. Quarta – Sl 107.23 – A Bíblia antecipa que o mar está de fato abaixo do nível dos continentes.

77. Quinta – Jó 26.7 – A Terra flutuando no espaço vazio.

78. Sexta – Is 40.22 – O formato da Terra.

79. Sábado – Dn 12.4 – A multiplicação da ciência.













COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO

David Scott, físico norte-americano da Universidade de Massachusetts declara: “Na cultura acadêmica pós-moderna, muitos cientistas ainda pensam que para ser levados a sério devem zombar da fé”. De fato, há muitos cientistas que se julgando sábios em si mesmos, ignoram as verdades da Palavra de Deus. No entanto, é importante lembrar que nem todos os cientistas são ateus e incrédulos. Na comunidade científica existem cientistas que crêem nas verdades da Bíblia, isso agora e também no passado, como veremos a seguir.



I – BÍBLIA E CIÊNCIA: SÃO DE FATO INIMIGAS?

Há quem diga que a ciência é inimiga da Bíblia, todavia a verdadeira ciência haverá sempre de comprovar o relato bíblico. Quando digo verdadeira ciência refiro-me ao trabalho honesto de muitos cientistas que são imparciais em suas pesquisas, apresentando os dados tal como são de fato. Não é porque muitos cientistas são céticos que a ciência em seu campo de estudo se torna necessariamente inimiga da Bíblia. Na Bíblia encontramos diversas verdades científicas antecipadas. É muito importante lembrarmos que a Bíblia não é um Livro científico e também não possui linguagem científica, pois não era essa a intenção de Deus ao inspirar os escritores bíblicos na produção do Texto Sagrado. Assim, embora não seja a finalidade da Bíblia ser um Livro científico, ela não haverá jamais de entrar em contradição com dados científicos que são de fato comprovados, pois a inteligência e a capacidade de observação humana foi Deus mesmo Quem criou e assim sendo, jamais a Sua Palavra entraria em contradição com esses fatores. Lembrando também que muitas das “verdades” que a ciência apresentou no passado caíram por terra, mas as verdades científicas da Bíblia têm se mantido firmes e inabaláveis, sendo comprovadas hoje pela moderna ciência! É o que veremos logo a seguir.



1 – O que é ciência? Antes de prosseguirmos no nosso estudo, vamos primeiro definir o que é ciência. A palavra ciência, do latim scientia, significa “conhecimento”, mas na acepção moderna o sentido do termo é bem mais amplo. Trata-se de um conjunto de conhecimentos em diversos campos, tais como medicina, sociologia, física, química, matemática, etc. Esta palavra aparece nas Sagradas Escrituras justamente com o sentido de “conhecimento”, como vemos em Daniel 12.4 e em 1 Timóteo 6.20 (na ARC, é claro).



2 – Um fato interessantíssimo. Veja que curioso relato conta o missionário Orlando Boyer em sua Pequena Enciclopédia Bíblica: “A história freqüentemente repetida, de Sir Isaac Newton, ilustre matemático, físico, astrônomo e filósofo, e seu amigo íntimo, igualmente cientista ilustre, mas cético, merece um lugar aqui nesta obra: Newton mandou um mecânico hábil e engenhoso fazer-lhe uma reprodução exata do sistema solar, em miniatura. No centro havia uma bola dourada representando o sol. Em redor dessa havia outras bolas fixas nas pontas de braços de vários comprimentos, representando Mercúrio, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. Posto em movimento por uma manivela, essas bolas giravam em redor do “sol” em harmonia perfeita. Certo dia, quando Newton se achava assentado lendo na sua sala de trabalho, entrou seu amigo cético. Grande cientista que era, reconheceu num relance o propósito da máquina colocada sobre uma mesa. Pondo o mecanismo em movimento, ficou deveras admirado, percebendo as bolas movendo e girando cada uma na sua própria órbita e na sua relativa velocidade. Afastando-se um pouco para a admirar, exclamou: “Mas, que maravilha! Quem a fez?” Newton, sem levantar os olhos do livro, respondeu: “Ninguém!” O cético, virando-se para Newton, retrucou: “Você não entendeu. Perguntei quem a fez”. Levantando os olhos, Newton assegurou-o solenemente que ninguém a fizera, que o conjunto da matéria, tão admirado, assumira por acaso a forma em que estava. O cético, estupefato e visivelmente irritado, respondeu: “Tu achas que eu sou um doido? Por certo alguém a fez, alguém dotado de alto poder intelectual, e quero conhecê-lo”. Newton, pondo o livro a um lado, levantou-se e, colocando a mão sobre o ombro de seu amigo, disse: “Essa máquina é uma fraca imitação de um sistema infinitamente superior, cujas leis tu conheces, e não consigo convencer-te de que esse brinquedo não tem inventor e nem fabricante! Ora, dize-me pela qual sorte de raciocínio chegas a uma conclusão tão discordante”. Não é necessário acrescentar que o cético ficou convicto da verdade e tornou-se crente firme no Deus que criou os céus e a terra” (BOYER, Orlando. Pequena Enciclopédia Bíblica – CPAD, ps. 205,06). Que dizer de tal demonstração prática realizada por um conhecido cientista do passado?

Não somente Newton, mas igualmente outros ilustres doutores do passado também criam na Bíblia como sendo ela a infalível Palavra de Deus.



3 – Famosos cientistas que criam na Bíblia. Notáveis cientistas do passado, em diversos campos de estudo, tais como astronomia, física, química, medicina, matemática, etc., acreditavam piamente na Bíblia. Homens que prestaram valiosos serviços para a humanidade com suas descobertas e trabalhos no campo científico tinham a Bíblia como verdadeira em todas as suas declarações.

O famoso cientista Albert Einstein, físico alemão radicado nos Estados Unidos, que desenvolveu a teoria da relatividade e tornou-se um dos cientistas mais conhecidos em todo o mundo, declarou: “Todo aquele que se dedica ao estudo da ciência chega a convencer-se de que nas leis do Universo se manifesta um Espírito sumamente superior ao do homem, e perante o qual nós, com os nossos poderes limitados, devemos humilhar-nos”. Vemos nessa declaração de Einstein o seu reconhecimento de uma verdade bíblica: Deus é o Soberano Criador de todas as coisas. Também Isaac Newton, já citado anteriormente, também era cristão e chegou a escrever um livro sobre Daniel e Apocalipse!

Louis Pasteur, famoso cientista que fez importantes descobertas no campo da medicina as quais ajudaram a descobrir as causas e prevenções de determinadas doenças, além de desenvolver o processo que ficou conhecimento como pasteurização, o qual ajuda a prevenir doenças que possam ser causadas pelo vinho e pelo leite, foi também crente no Deus Vivo e em Sua Palavra. Francis Collins, o diretor do Projeto Genoma, considerado o maior biólogo vivo, é cristão. Assim, como podemos ver, são vários os exemplos de cientistas que crêem em Deus e na Sua Palavra.



II – ANTECIPAÇÕES CIENTÍFICAS DA BÍBLIA

Como disse anteriormente, a Bíblia não foi escrita com linguagem científica, mas faz várias declarações no campo da ciência que são verdadeiramente antecipações até para a própria ciência, pois muitas coisas que a ciência hoje reconhece como fatos, a Bíblia, por sua vez, já havia declarado séculos atrás.



1 – Bíblia, inerrante no campo científico. A verdadeira ciência, desprovida de partidarismo e de interesses pessoais, somente confirma o relato bíblico. Quando digo verdadeira ciência refiro-me ao trabalho honesto de muitos cientistas que são imparciais em suas pesquisas, apresentando os dados tais como são de fato. Embora não seja a finalidade da Bíblia ser um Livro científico, ela não haverá jamais de entrar em contradição com dados científicos que são de fato comprovados. Se assim fosse, seria por certo uma incoerência por parte do Criador, pois a inteligência e a capacidade de observação humana foi Ele mesmo Quem criou, e assim sendo, jamais a Sua Palavra entraria em contradição com esses fatores. É bom lembrar aqui que muitas das “verdades” que a ciência apresentou no passado caíram por terra com novas descobertas através dos grandes avanços tecnológicos no campo científico, mas as verdades científicas da Bíblia têm se mantido firmes e inabaláveis, sendo comprovadas hoje pela moderna ciência! É o que vemos, por exemplo, na declaração bíblica de que Deus criou primeiro a luz e depois o sol (cf. Gn 1.3,14). Tempos atrás isso era questionado, mas a moderna ciência astronômica confirmou que a luz é mais antiga que o sol! E o que dizer de antecipações científicas tais como as que encontramos em Jó 26.7 (a terra flutuando no espaço vazio) e Isaías 40.22 (o formato arredondado da Terra). E o que dizer do mega projeto que envolveu vários países e durou vários anos – o projeto genoma humano. Ele confirmou uma verdade bíblica já conhecida de todos nós – toda a humanidade descende de um ancestral único! Glórias ao nome do Senhor, pois a Sua Palavra é a Verdade!



III – A CIÊNCIA EVIDENCIA O CRIADOR

Não somos proibidos pela Palavra de Deus de observar as evidências (inclusive científicas) que apontam para o Criador, pois como está escrito: “Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas” (Rm 1.20). Como podemos ver, os atributos de Deus podem ser percebidos por meio das coisas que foram criadas, ou seja, a criação aponta para o Criador. Assim sendo, não estamos impedidos por Deus de considerar as evidências que Ele mesmo deixou na natureza as quais “gritam” que Ele existe de fato. É claro, amado leitor, como crentes em Jesus, cremos nEle independente das evidências, pois a nossa razão é submetida à nossa fé, conforme lemos em Hebreus 11.6, mas como é gratificante quando conhecemos essas demonstrações verídicas que corroboram nossa crença! São várias as descobertas científicas que nos causam espanto e nos levam a glorificar a Deus por sua infinita sabedoria ao criar todas as coisas. Por exemplo, sabe-se atualmente que a informação contida apenas no núcleo de uma pequena ameba (o menor ser vivo existente) é suficiente para preencher os 30 volumes da maior enciclopédia do mundo, a Enciclopédia Britânica. Uma única ameba inteira tem mais informação em seu DNA do que mil volumes da Enciclopédia Britânica! É surpreendente! Agora, pasme com isso querido leitor: o evolucionista Carl Sagan disse que “o cérebro é um lugar muito grande num espaço muito pequeno”, referindo-se ele à quantidade de informação que o cérebro humano é capaz de armazenar (o equivalente à 20 milhões de livros, conforme ele mesmo declara!). Veja só, uma pessoa que acredita na falsa teoria da evolução faz uma afirmação como esta! Como não reconhecer diante de um fato como este que Deus é o criador do homem!?



CONCLUSÃO

John Kennedy, ex-presidente norte-americano, afirmou: “Quanto mais aumenta o nosso conhecimento, mais evidente fica a nossa ignorância”. De fato, quanto mais conhecemos mais verificamos que muitas coisas não sabíamos até então. Devemos crer na Bíblia sem reservas, pois ela é fonte perene de toda verdade. A ciência desprovida de partidarismo e interesses próprios somente vêm confirmando o que a Bíblia já afirmara com séculos de antecedência. Enquanto a própria ciência, no decurso das décadas vêm apresentando mudanças, pois nem sempre “verdades científicas” se mantiveram como “verdades científicas” de fato, a Bíblia se mantém inalterada, imutável, sem erro de espécie alguma. Estima-se que ela que já tenha ultrapassado a casa dos seis bilhões de exemplares! Mesmo assim, seu conteúdo continua ileso! Aleluia!





__________________ENRIQUEÇA O SEU VOCABULÁRIO_________________

 Avolumar = Aumentar em volume.

 Desprovido = Privado de recursos; desprevenido.

 DNA = O ácido desoxirribonucleico (ADN, em português: ácido desoxirribonucleico; ou DNA, em inglês: deoxyribonucleic acid), é um composto orgânico cujas moléculas contêm as instruções genéticas que coordenam o desenvolvimento e funcionamento de todos os seres vivos e alguns vírus. O seu principal papel é armazenar as informações necessárias para a construção das proteínas e ARNs.

 Ileso = Que não está leso, ou seja, que não está contundido, ferido.

 Perene = Que dura muitos anos; não acaba; eterno.



______________________________EXERCÍCIOS___________________________

1) Qual o significado básico da palavra “ciência”?

R: __________________________________________________________

2) A Bíblia e a ciência são de fato inimigas?

R:_______________________________________________________________________________________________________________________

3) Cite pelo menos duas antecipações científicas da Bíblia:

R:___________________________________________________________________________________________________________________________

4) Qual cientista famoso escreveu um livro sobre Daniel e Apocalipse?

R: __________________________________________________________

5) Estamos impedidos pela Bíblia de analisar as evidências que apontam para a existência do criador? Justifique sua resposta.

R:____________________________________________________________________________________________________________________________















LIÇÃO 14

_______________________A BÍBLIA E O SEU AUTOR______________________



TEXTO BÍBLICO CENTRAL

“Conheçamos e prossigamos em conhecer ao Senhor”.

Oséias 6.3a



__________________________VERDADE PRÁTICA________________________

Ler e estudar a Bíblia é uma atitude que deve nos impulsionar a conhecer a Deus cada vez mais, haja vista que Ele se revela na Sua Palavra. É possível que conheçamos a Bíblia como Livro, como obra literária apenas, sem contudo conhecermos Seu Autor. O desejo de Deus é se revelar a nós através de Sua Palavra; só Ele pode, pelo Espírito Santo, nos levar às profundas revelações da Bíblia Sagrada, por isso tenhamos esse desejo: ler e estudar a Bíblia a fim de conhecer o Seu Autor!





_____________________LEITURA BÍBLICA EM CLASSE___________________

Salmo 19.1-4



1 – Os céus proclamam a glória de Deus,

e o firmamento anuncia as obras das suas mãos.

2 – Um dia discursa a outro dia,

e uma noite revela conhecimento a outra noite.

3 – Não há linguagem, nem há palavras,

e deles não se ouve nenhum som;

4 – no entanto, por toda a terra se faz ouvir a sua voz,

e as suas palavras, até aos confins do mundo.





__________________________LEITURA DIÁRIA___________________________





80. Segunda – Êx 3.1-6 – Deus se revela a Moisés.

81. Terça – Jz 6.11-16 – Deus se revela a Gideão.

82. Quarta – Rm 1.19-21 – Deus revelado em todas as coisas.

83. Quinta – At 9.1-9 – Jesus se revela a Paulo no caminho para Damasco.

84. Sexta – 2 Tm 3.16; 2 Pe 1.19-21 – A Bíblia é a Palavra inspirada de Deus.

85. Sábado – 1 Tm 2.3,4 – Deus revela sua vontade quanto aos homens na Sua Palavra.



















COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO

Como pudemos verificar em lições anteriores, vários fatores tornam a Bíblia o Livro incomparável. A Bíblia é obra literária singular, de valor único, de modo que não se produziu e nem jamais se produzirá outro livro que se iguale ao Livro dos livros. Além de seu elevado nível literário, a Bíblia também pode ser consultada como fonte de História Antiga, haja vista não haver nela qualquer tipo de erro histórico, de modo que nesse quesito ela é mais que aprovada. Enfim, são vários os aspectos pertinentes à Bíblia que poderíamos aqui citar quanto ao seu valor como livro, os quais trazem benefícios para aqueles que a lêem. Verificamos ainda que a Bíblia não apenas contém a Palavra de Deus, mas que ela é a Palavra de Deus, isto porque ela é totalmente inspirada por Deus. É preciso frisar o fato de que é possível à alguém reconhecer todos esses fatos pertinentes à Bíblia Sagrada, inclusive o de que ela é a Palavra de Deus, sem, contudo, essa mesma pessoa não conhecer a Deus. Eis aí uma grande verdade! A maior realização para o leitor da Bíblia é quando ele conhece o Autor dela! Deus deseja que conheçamos Sua Palavra para que O conheçamos cada vez mais. As maiores revelações do texto bíblico Ele dá para aqueles que tem comunhão com Ele! Que nossa iniciativa em ler e estudar a Bíblia seja movida pelo intenso desejo de conhecermos mais a Deus e de nos achegarmos à Ele.



I – DEUS, O AUTOR DA BÍBLIA

Não resta dúvida de que Deus é o Autor da Bíblia. A própria Bíblia evidencia isso claramente. Embora escrita por cerca de 40 escritores, a Bíblia é fruto da inspiração divina sobre os escritores levando-os a escrever os 66 livros que compõe este volume chamado Bíblia. Na Palavra escrita de Deus encontramos 2.800 vezes a expressão “Assim diz o Senhor”, que é tal qual um carimbo de autenticação divina sobre a Bíblia Sagrada. Os cinco primeiros livros do AT, ou seja, o Pentateuco, denominados de “o livro da Lei de Moisés” (Js 8.31,32), ou simplesmente “Lei de Moisés” (Lc 24.44), são também chamados de “a Lei do Senhor” (Êx 13.9), ou ainda “Livro da Lei do Senhor” (2 Cr 17.9). Notai a expressão “... do Senhor”, que indica que esses livros vieram de Deus. Em toda a extensão do texto bíblico, seja no AT, seja no NT, encontramos expressões equivalentes a essa, que indicam claramente que os 66 livros bíblicos procederam de Deus. O Espírito Santo mesmo testifica isso em nosso coração – que a Bíblia tem como Autor o Senhor, nosso Deus. Como não reconhecer isso quando lemos as páginas sagradas?





II – A BÍBLIA COMO REVELAÇÃO ESPECIAL DE DEUS

Ao contrário do que ensinam certas filosofias, a Bíblia mostra claramente que o desejo de Deus é se fazer conhecido ao homem que Ele criou; aliás, a própria Bíblia em si mesma já demonstra isso, afinal, ela está cheia de narrativas que descrevem relacionamentos entre Deus e o homem. Vemos isso na vida dos patriarcas, tais como Abraão, Isaque, Jacó, etc. Vemos o amor de Deus e a Sua intervenção manifestos na história de um povo chamado Israel, desde as suas origens em Abraão, passando pelo seu livramento da escravidão no Egito sob a liderança de Moisés, na condução pelo deserto e na conquista de Canaã, no período dos juízes e no período profético e chegando até os tempos do NT (Sl 135.4; At 7.1-53). Na verdade, segundo a Bíblia, Deus continua tratando com este povo e assim continuará até culminar no retorno visível de Cristo sobre o monte das Oliveiras e no Milênio, quando então cumprir-se-ão promessas divinas pertinentes a este povo (cf. Gn 15.18; Zc 14.4; At 1.11; Ap 19.11-20.6). E o que dizer do relacionamento de Deus com a sua Igreja, através de Cristo, que é o Cabeça da Igreja (Ef 5.23; Cl 1.18)? Este povo que é constituído tanto de judeus como de gentios (Ef 2.13-16) é também uma prova viva de que Deus se relaciona com a humanidade. Em Atos dos Apóstolos, vemos como Deus agiu em favor da Igreja nos seus primeiros passos, salvando almas, curando enfermos, operando sinais extraordinários a fim de que o Seu Nome fosse glorificado através dos Seus. Enfim, como podemos ver, Deus se revelou, e se Ele se revelou é porque está interessado em relacionar-se. Veremos a seguir o que é a chamada “revelação especial”.



1 – O que é a revelação especial? Etimologicamente falando, a palavra “revelação” vem do latim revelatione e significa “revelar”, “tirar o véu”, “descobrir”. Teologicamente falando, a revelação é uma ação divina, ou seja, é uma atitude que parte de Deus para a humanidade, comunicando a ela o seu incomparável amor e compaixão (Jo 3.16-18). Quando estudamos o Ser de Deus vemos que Ele se revelou através de duas formas principais, sendo elas: a “revelação geral” e a “revelação especial”. A revelação geral, também chamada de “revelação natural”, é a revelação que Deus faz de Si mesmo através da natureza, na criação, nas suas intervenções através da História e no senso interior de Sua existência que Ele mesmo colocou em cada ser humano, embora muitos queiram negar a existência dEle (veja o que Paulo diz em Romanos 1.19-21). Já a revelação especial é aquela revelação que Ele faz de Si mesmo de forma mais específica. Essa revelação se dá de duas formas: através da Palavra Viva de Deus – o Senhor Jesus Cristo, o Verbo encarnado – (Jo 1.1,14), e através da Palavra escrita de Deus – a Bíblia Sagrada – (Jo 5.39). C. S. Lewis, tratando da revelação especial de Deus, afirma com muita propriedade: “Deus nunca se faz de filósofo diante de uma lavadeira”. De fato, na Bíblia Deus se revela de modo vívido e claro a todos os homens. É através da Palavra escrita de Deus que conhecemos a história e o plano de Salvação em Cristo Jesus. A revelação especial de Deus é a prova mais que concreta de que Deus se preocupa com o homem que criou e deseja salvar o maior número possível de pessoas. Na revelação especial de Deus vemos também manifesta a evidência de que Deus é o Autor da Bíblia, pois ela é, como já dito, a revelação específica de Deus à humanidade.



2 – Porque uma revelação escrita? Nos tempos do AT, Deus usou meios diversos para comunicar sua vontade aos homens, como por exemplo, os próprios anjos (Gn 18,19). O urim e o tumim também foram meios que Deus usou para revelar sua vontade nos tempos veterotestamentários (Êx 28.30). Deus também falava com voz audível, como vemos no caso do jovem Samuel (1 Sm 3), através de milagres, como na travessia do Jordão (Js 3). Porém, é preciso frisar que embora esses meios fossem eficazes na transmissão do querer de Deus, eles continham deficiências. Os teólogos norte-americanos Geisler e Nix afirmam: “Todos esses veículos sofriam algum tipo de limitação ou deficiência. Enviar um anjo para que entregasse cada mensagem de Deus, a cada ser humano, em cada situação, ou empregar vozes audíveis e milagres diretos, tudo isso seria difícil de administrar e repetitivo. Lançar sorte ou a simples resposta positiva ou negativa advinda do Urim e do Tumim eram limitados demais, em comparação com outros veículos de comunicação de massa com maior amplitude e melhores recursos, sendo capazes de prover descrições minuciosas. Outros meios de comunicação, como visões, sonhos e as vozes da consciência ou da criação, em certas ocasiões sofriam a influência do subjetivismo, da distorção cultural e até da corrupção” (GEISLER, Norman. NIX, William. Introdução Bíblica – Como a Bíblia Chegou Até Nós – Vida, p. 124).

Deus, em Sua infinita sabedoria, proveu que Sua Palavra ficasse registrada de forma escrita, chegando até nós, hoje. As vantagens de uma revelação escrita se verificam no fato de que aquilo que é escrito é mais preciso do que aquilo que é simplesmente dito, verbalmente. Outra vantagem é a objetividade, haja vista que quando um escritor escreve um livro ele tem em vista o leitor e por isso preocupa-se que ele compreenda a mensagem que está escrevendo. Vemos isso na declaração de Lucas (cf. Lc 1.3,4 – note a preocupação de Lucas no sentido de que Teófilo tivesse plena certeza). Outra grande vantagem em se ter uma mensagem escrita é a da disseminação, ou seja, a divulgação. De fato, o texto bíblico escrito foi capaz de ir longe, bem mais longe que os próprios escritores bíblicos. E porque não citar a vantagem da reflexão, ou seja, quando lemos determinado texto temos ótima possibilidade de refletir sobre ele, pois podemos ler e reler. Louvemos a Deus por Ele, em Sua infinita sabedoria, ter provido que Sua Palavra chegasse até nós na forma escrita.



III – DEUS FALA CONOSCO ATRAVÉS DA BÍBLIA

Na Bíblia, Deus está a falar conosco. Veja a ação do Espírito Santo no sentido de salvar o eunuco, quando Ele ordena a Filipe: “Aproxima-te desse carro e acompanha-o” (At 8.29). O eunuco lia justamente uma passagem bíblica! A partir deste fato, Filipe pode iniciar um diálogo com ele, mostrando-lhe Jesus, o Salvador Eterno. É na Bíblia que Deus revela sua vontade para conosco, nos admoesta e também exorta; ela é o nosso infalível “mapa” em nossa peregrinação. Na Bíblia, Deus fala conosco das seguintes maneiras:



1 – Nos conduzindo. Quantos estão a sofrer em suas vidas por causa de decisões erradas que tomaram em suas vidas, e outros até morrem! Mas é na Bíblia que Deus conduz os seus. Felizes aqueles que pautam o seu viver de acordo com o Livro incomparável, é o declara o salmista: “Bem-aventurado o homem que não anda no conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. Antes, o seu prazer está na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de noite. Ele é como árvore plantada junto a corrente de águas, que, no devido tempo, dá o seu fruto, e cuja folhagem não murcha; e tudo quanto ele faz será bem sucedido” (Sl 1.1-3). O autor destas linhas tem experimentado essa verdade bíblica em sua própria vida!



2 – Nos fazendo promessas. Existem na Bíblia cerca de 32 mil promessas! É claro que quando nos aprofundamos um pouco mais no assunto das promessas bíblicas, haveremos de constatar que nem todas as promessas bíblicas são para nós. Há promessas que são para Israel, como povo. Outras que são para a Igreja, como povo. Outras que são para indivíduos, especificamente, como no caso de Abraão, por exemplo. Mas há muitas promessas bíblicas que são para nós individualmente, promessas essas que alcançam milhões de pessoas em todo o mundo. Dentre elas, a promessa de vida eterna a todos os que crêem em Cristo Jesus (Jo 3.16,36; 4.14; 5.24), a promessa do revestimento de poder (At 2.1-4,39), etc. Com respeito às promessas de Deus para nossas vidas, cito as palavras de determinado escritor evangélico: “Se fosse concedido a alguém acesso aos cofres de um banco e lhe dissessem para tirar dali tudo quanto quisesse, e ele saísse com apenas um cruzeiro, quem seria o culpado de sua pobreza? De quem é a culpa se os filhos de Deus vivem, geralmente, com porções tão pequenas das riquezas gratuitas de Deus?”. Como não concordar com ele? Apossemo-nos das promessas bíblicas para nós!



3 – Nos consolando. Em meio aos sofrimentos da nossa peregrinação nesta vida, como são necessários os consolos do Divino Consolador, o Espírito Santo. É na Bíblia que encontramos o consolo de Deus para nossas vidas. Você consegue ouvir o consolo de Deus para sua vida na Palavra de Deus, amado leitor? A Bíblia está cheia de consolação. Como já vimos, por 365 vezes encontramos a expressão “não temas”, e isso dá uma para cada dia do ano, ou seja, todos os dias Deus está dizendo para os seus “não temas”. Não importam as circunstâncias, as necessidades, as calúnias, traições, enfim, todo o mal que nos advém, Deus continua dizendo: “não temas”. O Senhor Jesus disse: “Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim” (Jo 14.1). Como vemos nas palavras do Mestre, a nossa segurança advém da nossa confiança nEle. Creiamos no Deus Todo-Poderoso (Gn 17.1).



CONCLUSÃO

É com grata satisfação que concluímos esta série de lições sobre o Livro incomparável. Nossa oração a Deus é para que você, amado leitor, possa se dedicar cada vez mais ao estudo e leitura da Palavra de Deus, pois ela é fonte de riqueza espiritual para os filhos de Deus. Ela é incomparável, é a Palavra de Deus e não apenas a contém, ela é indestrutível, inerrante, verdadeira, confiável, suficiente em matéria de fé, prática e doutrina, ela é imparcial, ela tem um elevado padrão moral e, por fim, o seu Autor é Deus! Diante dessas atribuições ao Livro dos livros, como não reconhecer que ele é o Livro incomparável!?



























__________________ENRIQUEÇA O SEU VOCABULÁRIO__________________



 Advir = Suceder, ocorrer, acontecer, sobrevir.

 Avolumar = Aumentar em volume.

 Proceder = Ter origem; originar-se, derivar(-se).





_____________________________EXERCÍCIOS____________________________



1) Cite uma expressão bíblica que indica que os livros bíblicos são procedentes de Deus:

R:_________________________________________________________

2) Qual o significado etimológico da palavra “revelação”?

R:_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

3) Teologicamente falando, o que é a revelação de Deus?

R:__________________________________________________________________________________________________________________________

4) O que é a “revelação especial” de Deus?

R:_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

5) Quais as vantagens de se ter a mensagem de Deus na forma escrita?

R: ___________________________________________________________

































_______BIBLIOGRAFIA UTILIZADA NA PRODUÇÃO DESTA REVISTA_____

__________________FONTES DE CONSULTA E PESQUISA________________

 BARRERA, Julio Trebolle. A Bíblia Judaica e a Bíblia Cristã – Introdução à História da Bíblia – 2ª edição, ed. Vozes.

 Bíblia de Estudo Pentecostal – CPAD.

 BOYER, Orlando. Pequena Enciclopédia Bíblica – CPAD.

 Dicionário Bíblico Wycliffe – CPAD

 GEISLER, Norman. NIX, William. Introdução Bíblica – Como a Bíblia Chegou Até Nós – Vida.

 GILBERTO, Antonio. A Bíblia Através dos Séculos – CPAD.

 GILBERTO, Antonio. Teologia Sistemática Pentecostal – 1 ª ed., CPAD.

 GOMES, Geziel N. As Sete Maravilhas da Bíblia – 3ª ed. Ed. Imagem.

 HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática – Uma Perspectiva Pentecostal – CPAD.

 MEYER. F.B. Comentário Bíblico F. B. Meyer – 2 ª ed. Ed. Betânia.

 Revista Lições Bíblicas – 2º trimestre de 2003 – CPAD

 Revista Lições Bíblicas – 4º trimestre de 2006 – CPAD

 McDOWEL, Josh. Josh McDowel Responde – 1ª ed., Candeia, ps. 20,21.

 Wikipédia – A Enciclopédia Livre –

Link: http://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%B3digo_de_hamurabi – Acesso em 16/05/2010.











































































































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